Carioca da Semana: Luiz André Alzer, do “Meu Livro do Rio”

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Luiz André Alzer

Luiz André Alzer é jornalista desde o fim dos anos 1980. No entanto, a paixão pela profissão vem de bem antes disso. Ele conta que na escola, fez álbum de figurinha dos alunos, criou uma rádio por alto falante e fazia revistas. Atualmente se dedica a projetos de conteúdo. O último desses trabalhos é o “Meu livro do Rio”, que conta com ilustrações de Bruno Drummond, amigo de infância de Luiz.

Meu Livro do Rio

O livro é uma espécie de guia, almanaque e diário da Cidade Maravilhosa. No agradável texto, o leitor passa a conhecer melhor o Rio de Janeiro, obtendo informações e descobrindo interessantes curiosidades.

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Almanaque anos 80

Além do “Meu Livro do Rio”, Luiz André Alzer já publicou outros títulos, como a biografia dos Titãs (pela Editora Record, em parceria com a jornalista Herica Marmo) e o “Almanaque anos 80” (com a também jornalista Mariana Claudino, publicado pela Ediouro). O “Almanaque” está na 19ª edição, vendeu mais de 160 mil exemplares e foi o segundo livro de não-ficção mais vendido no Brasil em 2005. Vende até hoje e inaugurou uma nova categoria nas livrarias: a de almanaques. Foi o primeiro a sair nessa linha.

Além dos livros, há a atividade como jornalista. Uma carreira que merece destaque.

Luiz André Alzer 2

Comecei no Jornal O Fluminense, depois trabalhei três anos em revistas da Editora Bloch, em 1993 fui repórter do Segundo Caderno do Globo, em 1995 fui para o Dia (onde fui repórter, editor-assistente e editor do Caderno D, de variedades), e em 98 fui chamado para fundar o Extra, o jornal popular que as Organizações Globo lançariam. Fui editor-executivo que cuidava de toda a área de variedades. No Extra, fiquei 16 anos: em 2009 virei gerente geral de negócios e em 2012 passei a ser o diretor do Extra. Saí em 2014 porque nesses últimos cinco anos, embora minha sala ficasse dentro da redação, eu cuidava basicamente de negócios e da parte executiva do jornal. E decididamente eu queria voltar a fazer conteúdo, coisa que não dava mais tempo. Depois de 25 anos ininterruptos em redações, pedi demissão para me dedicar a esses projetos de conteúdo” destaca Luiz.

Com tantos anos dentro de grandes redações, Luiz André Alzer tem uma visão privilegiada da profissão. Ele opina sobre a fase que o jornalismo brasileiro vive, que não é das melhores, considerado fechamento de redações, demissões em massa e outras situações desagradáveis.

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O grande problema é que nós vivemos duas crises nesse momento: a do Brasil e a dos meios de comunicação. A do Brasil vai passar, seja no ano que vem, seja em 2017 como dizem alguns economistas ou mesmo quando mudar o governo. Já a do meio, não tem jeito: vai transformar completamente a estrutura das redações para as empresas poderem continuar existindo. Mas veja que a crise não é do jornalismo, mas sim das empresas. Acho que a tendência dos impressos, especialmente, é fazer produtos mais enxutos, com menos notícias factuais, e muito, mas muito mais artigos, colunas, análises. E o trabalho de edição vai precisar ser cada vez mais preciso e com personalidade. É preferível que cada editoria aposte num único assunto e o trate como reportagem especial a cada dia, do que pulverizar cinco, seis páginas com notícias que são repetição do que você viu o dia todo na sua timeline, ouviu no rádio, leu por whatsapp… Acredito que em poucos anos jornais e revistas vão ter 90% de colunas, artigos e reportagens especiais. O factual vai ser um resumão do que aconteceu na véspera ou semana anterior (no caso das revistas). E para fazer isso vai ser preciso ter os melhores jornalistas. Certamente menos do que têm hoje as grandes empresas, mas os melhores vão sobreviver” frisa o experiente profissional.

Voltando aos livros, Luiz André revela que o “Meu Livro do Rio” foi gerado através de uma ideia um tanto quanto lúdica: “Surgiu de um projeto que eu criei no ano passado, o primeiro depois que resolvi largar as redações: o jogo de tabuleiro Desafio Carioca, que como o nome diz, é um jogo em que você circula pela cidade, pelas praias, cartões-postais, e ainda responde a perguntas. São 360, divididas em seis assuntos (se quiser conhecer um pouco mais do jogo, dá um pulo no site www.desafiocarioca.com.br). Como eu já tinha feito uma grande pesquisa para o jogo, e adoro tudo que é mais interativo, chamei o Bruno Druummond, que já havia ilustrado o Desafio, para fazermos um livro em que o leitor pudesse participar. No livro, o leitor pode, o tempo todo, fazer anotações, colar fotos ou ingressos de shows, dar notas para restaurantes… Esse é o grande diferencial do livro. Como a gente diz na abertura, é uma mistura de almanaque (formato que eu adoro), guia alternativo e, principalmente, diário, porque o leitor é um coautor do livro. Depois de um tempo, o livro vira praticamente um álbum de uma determinada época da vida dele. O livro é tão interativo, que saiu com duas capas: a brincadeira já começa na hora do leitor escolher qual prefere”.

E as ideias inovadoras do “Meu Livro do Rio” não param por aí. A obra pode ganhar uma versão em inglês, visando os Jogos Olímpicos de 2016 e talvez um segundo título, para outra grande cidade, que poderia ser São Paulo, Belo Horizonte ou Porto Alegre.

Eu adoro bolar projetos criativos, inéditos. Acho que o ‘Meu livro do Rio’ pode se desdobrar em várias coisas bacanas, como aconteceu com o “Almanaque Anos 80”, que deu origem a um livro-jogo, a dois CDs, a um DVD… Não digo que o “Meu livro do Rio” vire tantos produtos (embora o Desafio Carioca, que lancei de forma independente, tenha acendido a ideia do livro), mas poderia virar sim uma franquia para outras cidades, como falei. Ou mesmo ter uma versão infantil, quem sabe? Nessas primeiras semanas a gente tem percebido que as crianças estão adorando o livro, embora ele seja voltado para o público adulto. Vamos esperar, está muito cedo ainda…” sentencia Luiz André Alzer.

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