Como pode Romário defender a moralização no esporte apoiando Eurico?

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Muita gente tem reclamado do meu posicionamento contra o Romário. Oras, sou carioca, vivo em um país livre e o Diário do Rio é independente. Tenho todo o direito de usar um espaço que criei para isso. Então vamos a última que recebi por e-mail de um vascaíno (para quem não sabe sou flamenguista). Sei lá por que razão pediu para que eu não revelasse seu nome.

Dia desses assisti à uma inserção do Romário na TV. Nela, entre outras causas, ele defendia a moralização do esporte. Até aí, nada de mais, as palavras do Romário poderiam passar despercebidas, como qualquer outra propaganda política.

Porém, como vascaíno, aliás, vascaíno que acompanha a dura realidade do clube, as palavras do Romário me fizeram refletir. Será, Romário? Será que você defende a moralização do esporte?

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Pois bem, me lembrei da passagem do Romário pelo Vasco entre 1999 e 2002, durante a gestão Eurico Miranda. Fruto dessa passagem é a dívida que Romário cobrava, até o ano passado, relativa a salários, contrato de uso da imagem e “créditos pessoais do atleta referido, cedidos à credora” de quase R$ 22 milhões com Romário, sendo paga em 150 parcelas mensais de R$ 150 mil.

Veja bem, acho justíssimo que o profissional cobre e receba seu salário e pagamento pelo uso de imagem. Agora, a “área cinzenta” da história é o tal empréstimo ao Vasco/Eurico.

Estranhando a natureza e a falta de fundamentação da dívida, a nova diretoria do Vasco, que assumiu em 2008, suspendeu os pagamentos. Como resposta, em 2012, a Romário Sports, Marketing e Empreendimentos Ltda acionou o Vasco na Justiça, cobrando uma dívida de R$ 58 milhões.

O que é curioso e que joga uma sombra de dúvida sobre a dívida é que nem na ação nem na confissão de dívida assinada pelo Eurico Miranda, há detalhamento sobre os empréstimos ou, sequer, comprovante da existência do empréstimo(!).

O fato é que Vasco e Romário fecharam acordo nos tribunais e os comprovantes…, ah, esses nunca apareceram.

Mas, isso já é de se esperar do Romário, que não tem papas na língua, mas é do time do “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”. Vale lembrar que defende os direitos das mulheres, mas já foi preso por falta de pagamento de pensão alimentícia; defende os direitos LGBT, mas proibiu na justiça que a modelo transexual Thalita Zampirolli mencione o romance que tiveram. Essas histórias, porém, ficam para outro dia…

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