Esportes cariocas: Campo dos Sonhos – Baseball Carioca

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N.E.: Esportes Cariocas será nossa categoria especial sobre aqueles esportes praticados no Rio de Janeiro mas que não tem grande atenção da mídia brasileira, como o baseball, hóquei de grama e por aí vai.

Por André Delacerda.

Campo dos Sonhos Vou começar este post fazendo um convite ao Kevin Costner, para re-filmar “Campo dos Sonhos” aqui no Rio. Imagina jogar baseball podendo observar o visual da Lagoa, do Cristo, dos Dois Irmãos, da Pedra da Gávea, em meio aos pássaros que habitam a região. Isso é que se pode chamar de “Campo dos Sonhos” numa versão carioca.

Pois bem, hoje vamos falar de baseball. Isso mesmo!

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Vocês vão me perguntar. Mais o que tem haver esse esporte de gringo com o Rio?

Alguns vão associar como um esporte americanizado, mas não o é, pois este, é o principal esporte também em países como Cuba, Venezuela, Republica Dominicana, Panamá, Porto Rico – a América é um grande celeiro do baseball -, com forte presença também no México e no Canadá, em países asiáticos como o Japão, Coréia e China e até alguns europeus como Holanda e Itália, que inclusive tem liga profissional da modalidade.

E posso lhes dizer que no Rio este esporte vem crescendo a cada dia, e têm adeptos espalhados em quase todas as regiões da cidade, que se reúnem no campo de baseball localizado na Lagoa, e em outros campos improvisados, como o da Escola Japonesa de Santa Teresa.

Aqui no Rio, ainda na primeira metade do século passado, o esporte já era praticado por imigrantes japoneses e americanos. Na década de 80 começou a ser praticado pelos cariocas em um campo improvisado de futebol de areia, onde hoje existe o campo de baseball da Lagoa, inaugurado no final de 96 no parque do Cantagalo. O primeiro time carioca de baseball foi o Arsenal.

Cariocas Baseball De lá para cá muita coisa mudou. A cidade ainda carece de um campo oficial. Ao tempo que o baseball em terras cariocas se firma ao lado de esportes tão tradicionais na cidade como: o vôlei, o basquete, o surf e o tradicional futebol.

Os amantes do baseball no Rio têm se esforçado para difundir este esporte que além de ser uma prática saudável, é também educativo. A cidade possui hoje 4 times, 3 na Zona Sul e 1 na Zona Norte, que ao longo do ano disputam jogos e  torneios com mais 5 equipes do interior do Estado, localizadas nas regiões de Cachoeiras de Macacú, Nova Friburgo e Itaguaí.

Na última segunda-feira fui acompanhar o treinamento da equipe Cariocas Baseball Clube, nome bem sugestivo e que visa congregar todos os cariocas na prática deste esporte.

Fui até o Campo de Baseball da Lagoa, local de treinamento da equipe, onde fui recebido pelo simpático treinador Erick Nakano e seus alunos, vindos de bairros como: Ilha do Governador, Méier, Olaria, Botafogo, Humaitá, Penha, Ipanema e Leblon. Observem, que apesar de um esporte “novo” entre os cariocas, este une praticantes de diferentes regiões da cidade. Erick, hoje treinador, inclusive já foi um dia aluno, formado neste mesmo campo de baseball na Lagoa.

Ele conta que o esporte cresceu bastante nos últimos anos, isso, aguçado pela curiosidade do público em geral, que teve acesso ao baseball devido a exposição deste na mídia, através de filmes e da TV a cabo que hoje transmite jogos ao vivo, inclusive com narração em português.

Erick Nakano O Cariocas Baseball Clube, tem uma filosofia inovadora, pois não restringe o esporte a comunidade japonesa, mas sim, visa unir os os cariocas e convidá-los a conhecer esta pratica esportiva. O grupo é formado por pessoas de idades entre 6 – 40 anos. As garotas cariocas também têm aparecido, embora mais timidamente que os rapazes, mas no treino já pude encontrar duas garotas, que amam baseball, uma delas vinda do Méier estava começando a treinar naquele dia. Fica aqui um convite as garotas cariocas a formarem um time feminino de baseball na Lagoa. Olha que coisa mais linda.

Para os interessados em conhecer o baseball, o treinador Erick, diz que o primeiro passo é vir acompanhar um jogo ou treino do time. Em seguida a pessoa interessada deve fazer um teste, ou melhor fazer uma aula, para ver se gosta. Não importa se a pessoa tem experiência ou não no esporte, todos são bem vindos no time. Equipamento também não é problema, pois o próprio time tem luvas, tacos e bolas para emprestar aos recém-chegados.

Uma das coisas que destaco na minha conversa com o treinador, e que foi explicado por ele. É que o baseball é um esporte educativo e multidisciplinar.

Segundo Nakano, quem pratica baseball ganha disciplina e auto-confiança. Neste esporte, por mais talento que uma pessoa possa ter, saber ouvir e observar, aprender e incorporar bem os fundamentos do esporte, praticando-os repetidamente e com bastante dedicação é o que garante o aprimoramento da performance no jogo. E por ser ainda um esporte que exige concentração e poder de decisão a cada jogada, este também agrega foco, atenção e raciocínio rápido ao praticante. Ele cita o caso de mães e pais que afirmam que os filhos passaram a ter melhor comportamento e desempenho escolar, já que devido a necessidade de concentração para se jogar baseball, o praticante acaba estendo estes ensinamentos para a vida.

alunos Aproveitando que estamos em um mês olímpico. Uma das expectativas dos jogadores de baseball do Rio, é a volta do esporte as competições olímpicas. O baseball está presente nos jogos de Pequim, mas infelizmente não estará em Londres. Quem sabe nos jogos de 2016, e se o Rio for sede dos mesmos, seria uma felicidade. É um sonho almejado ter um atleta formado nas bases cariocas jogando na seleção brasileira de baseball.

Existe a notícia de que provavelmente o baseball volte em 2016 aos jogos. Pois já há um forte lobby das federações internacionais e de cidades concorrentes como Chicago e Tóquio. Então vale ficar de olho, torcer para o Rio ser a sede de 2016 e ter um atleta carioca de baseball defendendo nosso país.

O treinador Erick, nos falou que a equipe sente a falta do patrocínio do empresariado carioca. Pois até então os custos para os equipamentos vem da Federação de Baseball, e do esforço dos alunos. Seria bom o apoio do empresariado local, que com certeza incentivaria o esporte, e teria seu nome levado além das fronteiras da cidade. Já que a equipe necessita de patrocínio para poder competir em outros Estados. Fica aqui o convite aos empresários e amantes dos esportes, a vir a apoiar e patrocinar a equipe de baseball Cariocas. Quem sabe uma rede de restaurantes orientais, ou empresas locais não se engajem neste projeto, com o objetivo de desenvolver mais o baseball em solo carioca.

Quem quiser conferir os treinos, estes se realizam as terças e quintas sempre no horário da tarde, aos sábados pela manhã, inclusive com uma turma de crianças; e aos domingos.

E para quem quer conhecer mais sobre o esporte, há o site da Federação Carioca de Baseball e Softball, da Confederação Brasileira de Baseball e Softball, e um fórum brasileiro sobre baseball, o StrikeOut onde se pode trocar idéias com fãs e praticantes de baseball de todos os cantos do país.

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