Fim de Semana com passeios guiados pelo Centro do Rio

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Mosteiro de São Bento

Esse fim de semana está bom para quem quer conhecer mais sobre o Rio de Janeiro com seus passeios guiados. Além de um passeio guiado pelo cemitério, na sexta, quinta e domingo também tem o Negha-Rio com suas aulas-passeio pelo Centro do Rio, além do Rolé Carioca no Quadrilátero da Fundação da Cidade, também domingo.

Como sempre o passeio é gratuito, sem necessidade de inscrição. Mas em caso de tempo instável ou chuvoso o roteiro pode ser cancelado, então vale a pena ligar para (21) 98871-7238.

CIRCULANDO PELO CAMPO DE SANTANA, DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA E DE SÃO JORGE GUERREIRO 

26 de março – quinta-feira – 14 horas
Encontro: interior do Centro Cultural Light – Av. Marechal Floriano, 168

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Itinerário: Centro Cultural Light – Museu Diplomático Itamarati – Central do Brasil (visita) – passagem subterrânea – Casa do Marechal Deodoro – Arquivo Nacional/Casa da Moeda (visita) – Rádios MEC AM / FM – Faculdade de Direito UFRJ (antigo Senado dos debates sobre a Lei Áurea) – Circulando no interior do Campo de Santana, das festividades e rituais religiosos, do casamento de D. Pedro e da Imperatriz Leopoldina, da aclamação popular de Dom João VI, do samba O Pato de Jaime Silva e Neusa Teixeira gravado por João Gilberto, dos bustos de Sinhô e Vicente Celestino  – dos territórios de prostituição masculina e feminina – do ajardinamento inglês de Glaziou – Corpo de Bombeiros – Igreja de São Jorge (visita) – Biblioteca Parque Estadual

DOMINGO NO CENTRO DO RIO

29 de marco de 2015, Domingo de Ramos
Encontro: 9 horas e 55 minutos no alto do Morro de São Bento – Rua Dom Gerardo, 40 – 5º andar (junto à Praça Mauá/Avenida Rio Branco)

Itinerário: Mosteiro de São Bento (assiste-se a cinco minutos da missa com cantos gregorianos), Vista Panorâmica da Praça Mauá, Área Portuária e Baía de Guanabara, Av. Rio Branco, Largo de Santa Rita/Largo da Sardinha, Rua Teófilo Otoni (e de Lamartine Babo), Avenida Presidente Vargas, Igreja Nossa Senhora da Candelária (visita), Centro Cultural Banco do Brasil (intervalo de vinte minutos), Centro Histórico Beira-Mar e de testemunhos geográficos, Rua Buenos Aires, Beco das Cancelas, Rua do Rosário e dos toporreabilitados sobrados do Dr. Carlos Lessa, Rua do Ouvidor, Travessa do Comércio/ sobrado de Aurora e Carmen Miranda, Praça XV, Igreja do Carmo e da sagração de Dom João VI e de Imperadores, o toque vigoroso dos skatistas sobre o chão liso da Praça XV, Paço Imperial e de Isabel de Orleans e Bragança (somente maquete do Centro do Rio e janela da anunciação da assinatura da Lei Áurea). Término por volta das quatorze horas

Rolé Carioca no Quadrilátero da Fundação do Rio de Janeiro

rolé carioca logo

Abrindo sua 3ª edição o Rolé Carioca também conta com um passeio no Centro do Rio e em comemoração aos 450 anos do Rio. O primeiro passeio de 2015 será no domingo, dia 29 de março, às 9h, com um passeio, o público presente ao Largo da Misericórdia, no Castelo, partirá para um passeio guiado por professores de História da Estácio, capitaneados por William Martins e Rodrigo Rainha, rumo ao nascimento do Rio, gerado em torno de um quadrilátero, os Morros de São Bento, da Conceição, do Castelo e de Santo Antônio. Para quem quer ir, uma dica importante: o passeio é gratuito e não requer inscrição.

O roteiro traçado é o seguinte: Ladeira da Misericórdia, Igreja Nossa Senhora de Bonsucesso, Igreja de Santa Luzia, Rua  Santa Luzia, Biblioteca Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Rua da Carioca, Largo da Carioca, Rua Uruguaiana, São Benedito dos Pretos, N. S. Rosário, Camelódromo, Universidade Estácio de Sá, Rua Marechal Floriano, Igreja de Santa Rita, Av. Rio Branco, Rua Dom Gerardo, Museu do Mar, Pedra do Sal, Morro da Conceição  e Jardim do Valongo. A previsão é que a caminhada histórico-cultural dure cerca de duas horas e meia.

O início do passeio marca uma ausência, uma viagem ao espaço que deixou um vazio no coração da cidade, o Morro do Castelo, derrubado pelo prefeito Pereira Passos, na década de 20. A Ladeira da Misericórdia é o último vestígio daquele Morro, que em sua descida tinha as duas ruas que lhe davam acesso, a mais conhecida era a Rua Direita, que dá origem a atual Primeiro de Março.

“No Rio de Janeiro os morros são famosos, hoje eles representam o medo, as desigualdes sociais…  Quem nunca ouviu: “O morro não tem vez, o que ele fez, já foi demais”? Temos de reescrever essa história, o morro é Rio de Janeiro, todos eles. Representam sua raiz, sua origem, a irreverência e a garra do carioca. Não, essa cidade não poderia de fato ter nascido em outro lugar: o Rio de Janeiro é filho do morro”, afirma Rodrigo Rainha.

A data mais conhecida para a fundação da cidade é a oficializada pela Coroa portuguesa: 1º de março de 1565. A fundação foi pouco documentada, mas eternizada em relatos de festas anuais em que inclusive era retratada a figura de São Sebastião virando as canoas dos índios tamoios, na Baía de Guanabara, com direito a participação popular e danças. No entanto, para fundar a cidade era preciso protegê-la, afinal não se perde uma baía natural quando se quer conquistar um território.  Não é aceitável perder áreas estratégicas, por isso a Baía de Todos os Santos, na Bahia, e São Vicente, em São Paulo, também são tão importantes para o Brasil.

E o Rio ainda era mais especial, porque a Baía de Guanabara tinha a topografia perfeita para defesa: boca relativamente estreita, as ilhas propiciavam frentes de defesa, mas o centro da cidade precisava ser protegido, afinal os franceses tentavam voltar pelo interior para retomar a cidade. Aí a solução foi aproveitar um quadrilátero de morros que o centro do Rio de Janeiro possuía: Morro de São Bento, Morro da Conceição, Morro do Castelo e Morro de Santo Antônio, que ocupam o centro do que seria a nova cidade do Rio de Janeiro.

“O Rio e os cariocas não foram uma invenção, um acidente. Ao passear pela cidade no contexto do Rolé Carioca, é possível para o morador se identificar, entender suas origens, seu estilo, seu cabelo, a complexa narrativa que o envolve e identifica. E para não moradores, essa alma carioca exala a cada esquina, com cheiros, cores, formas e pessoas que moldam a cidade”, diz Rainha.

Curiosidades

  • Ao chegarem ao Rio, no século XVI, os portugueses encontraram uma cidade tomada por pântanos, morros, mangues e mar. No amplo trecho que vai da Igreja da Candelária à Praça Tiradentes e da Rua da Assembléia à Av. Marechal Floriano havia enorme lâmina d’água que, um século depois, se dividiu em duas lagoas: da Lampadosa e da Pavuna. A esquina mais cosmopolita do Rio – Av. Presidente Vargas com Av. Rio Branco – ficava no fundo d’água.
  • O primeiro morro a ser destruído na cidade, em meados do século XVIII, foi o das Mangueiras, próximo aos Arcos, e seu entulho serviu para aterrar a Lagoa do Boqueirão. O seguinte foi o Morro do Senado (ou de Pedro Dias), por volta de 1910. A maior parte da Lapa e da Av. Mem de Sá estão construídas onde ele existiu. Depois, chegou a vez do Morro do Castelo, em 1922. O último dos grandes morros derrubados foi o de Santo Antonio, nas proximidades dos Arcos.
  • No “bota-abaixo” do prefeito Pereira Passos, em 1905, destaca-se a demolição de mais de 500 prédios velhos no Centro.
  • Os aterros na Baía de Guanabara tomaram impulso a partir do século XX, principalmente para atender às necessidades dos novos meios de transporte. No Centro, o aterro na Ponta do Calabouço serviu para a construção do Aeroporto Santos Dumont; em direção à Zona Sul foram projetadas pistas de alta velocidade para automóveis (Aterro do Flamengo), e na região da Gamboa e Saúde, construiu-se um gigantesco cais do porto para atender à demanda da navegação. Houve muitos outros grandes aterramentos, principalmente na Zona Norte.
  • Um detalhe do qual pouca gente se dá conta é o gigantismo do aterro na região na zona portuária e no bairro de São Cristóvão: no século XVII, a igrejinha deste santo ficava à beira d’água e os pescadores costumavam amarrar seus barcos na porta dela; hoje, dista quase um quilômetro da baía. A igreja de Santa Luzia, no Castelo, em 1910 situava-se à beira-mar e agora, com os aterros, são 800 metros dela até a orla. Também a Ilha de Villegaignon parece ter “caminhado”: em 1555, quando os franceses a ocuparam, a ilha ficava a um quilômetro e meio da Praça XV e hoje está “coladinha”, ligada por uma rua, ao Aeroporto Santos Dumont.

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