Atualmente famosa pela feira que acontece no primeiro sábado de cada mês, a Rua do Lavradio tem séculos de história. Passado que está nas paredes da memória da Cidade do Rio de Janeiro.
A Rua do Lavradio foi aberta em 1771 pelo Marquês do Lavradio, que assumiu o Vice-Reinado em 1769. A ideia era fazer uma via que servisse de caminho e passasse entre os Arcos da Lapa e o emergente Largo do Rocio (atual Praça Tiradentes).
Inicialmente, a Rua do Lavradio foi ocupada por chácaras e solares, residências de pessoas ricas e influentes. Por lá moraram gente do naipe de Duque de Caxias, Marquês de Olinda, Marquês de Cantagallo, Jesuína Montani e João Caetano.
Durante o império, era um dos locais mais visitados do Brasil. Seis teatros foram abertos nesse período no lugar, que tinha 700 metros de extensão. Quase um teatro a cada 100 metros. Isso sem contar os cafés e as casas ricas que sempre recebiam festas e reuniões da alta sociedade brasileira da época.
No entanto, nem só de flores viveu a Rua do Lavradio. Após esse período de glórias iniciais, veio uma quase inexplicável decadência. Boa parte dos teatros e cafés da via foram fechados em meados dos anos 1800 e pouco sobrou para mostrar história.
Com o surgimento de outras importantes ruas, o período ruim foi se estendendo. A xepa parecia não ter fim. A Rua do Lavradio, no final do século XIX e no início do XX não era nem sombra do passado iluminado pelo brilho da elite.
Essa alternância histórica rendeu muitas pesquisas. Uma delas virou livro “Rua do Lavradio” (Andréa Jakobson Editora), organizado por Augusto Ivan Freitas Pinheiro e Eliane Canedo de Freitas Pinheiro, conta o passado de mudanças da importante via.
“Tínhamos muita vontade de registrar a transformação de uma rua completamente degradada em uma história de sucesso”, explica Plínio Fróes, um dos idealizadores do projeto impresso, que tem 240 páginas.
O sucesso, que veio sendo preparado ao longo do século XX, aconteceu no fim desse período. Em 1996, os comerciantes da área que cerca a Rua do Lavradio criaram, aos sábados, uma feira de antiguidades que inevitavelmente acabava em roda de samba. O evento acontece até hoje em dia.
Com isso, a Rua praticamente ressuscitou, recebeu obras de urbanização, iluminação e se tornou atração turística. “Ressurgiu das cinzas como uma fênix” frisa Fróes, que também é dono do Rio Scenarium e cachaçaria Mangue Seco, grandes casas da região.
“A Rua do Lavradio e seus arredores são a plena história carioca e, consequentemente, brasileira”, afirma Eliane Bonotto, pesquisadora de prédios históricos.
JOAQUIM P VIEIRA Morei na rua dos arcos no 86 e trabalhei na rua do resende e se nao estou enganado a rua do lavradio cruza essas duas ruas, pois gostei de saber que deram vida a essa rua
Adoro historias do Rio antigo.Será que existem fotos dos teatros e cafés daquela época?
Excelente e fidedigno texto que relembra a epopeia desta que foi a primeira rua residencial do Rio de Janeiro, Felipe. Parabens pela sua iniciativa de trazer a história do nosso Rio Antigo para o acesso de todos.
Gostei de ler um pouco da história da rua do Lavradio. Só pesso, agora, para acabarem com os alagamentos nessa região em dias de temporais.
Gente!!
Isso é HISTÓRIA COM MAIÚSCULAS!!
Seria perfeito a criação de um espaço no Centro do Rio de Janeiro ( Praça Tiradentes, Largo da carioca, Praça Mário Lago, Arcos da Lapa…) com APRESENTAÇÕES TEATRAIS QUINZENAIS FOCADA NA HISTÓRIA DO RIO DE JANEIRO DESDE A SUA FUNDAÇÃO. As apresentações seriam ao AR LIVRE ORGANIZADA POR PESSOAS LIGADAS A ARTE TEATRAL E OUTRAS, PATROCINADA PELO SETOR PÚBLICO E ABERTO AO PRIVADO. Com toda CERTEZA, SERIA UM SUCESSO TOTAL!!!
AMO O RIO DE JANEIRO E PARABENIZO ESSE GRANDE JORNAL POR PRESERVAR A HISTÓRIA E OS VALORES DESSA CIDADE MARAVILHOSA./