História do SAARA

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Rio de Janeiro

COMÉRCIO DE NATAL NO SAARA NO CENTRO DO RIO DE JANEIRO

Composto por mais de 1.200 lojas e considerado o maior shopping ao céu aberto do mundo. Esse lugar fica no centro do Rio de Janeiro. O SAARA tem muita história. História física, cultural e social. Tudo isso e um pouco mais tornam o local importantíssimo para o passado, o presente e o futuro do Rio e do Brasil.


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Com mais de meio século de tradição no mercado imobiliário da Cidade do Rio de Janeiro, a Sérgio Castro Imóveis apoia construções e iniciativas que visam o crescimento da Cidade Maravilhosa sem que as características mais simbólicas do Rio se percam.

As guerras e as crises econômicas que abalaram o mundo no início do século XX forçaram muitas pessoas a deixar seus países de origem. O Brasil, país pacato e com oportunidades de trabalho, virou porto seguro para muita gente.

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Rua da Alfândega com Rua da Candelária, 1890
Rua da Alfândega com Rua da Candelária, 1890

Nesse período, muitos imigrantes sírios e libaneses desembarcaram no Brasil: “Os (sírios e libaneses) que chegavam ao Rio de Janeiro encontravam hospedagem no Hotel Boueri, que ficava na Praça da República, entre as ruas da Alfândega e a desaparecida General Câmara. Encontravam hospedagem e alimentação barata, além de reverem parentes e semelhantes. Os imigrantes que chegavam passavam por adaptações e aclimatações, sendo indicados por aqueles que já estavam instalados em terras brasileiras a procurarem marceneiros de qualidade para forjarem armarinhos ambulantes”, conta o historiador Vitor Almeida, que escreve para o site Rio Suburbano – um diário carioca.

Família de Gabriel Habib
Família de Gabriel Habib

Instalados no Brasil, esses imigrantes até tentaram outros tipos de trabalho, como o rural, a exemplo de italianos, alemães e japoneses. Entretanto, o talento deles era mesmo para as vendas.

Os mascates tiveram grande importância na disseminação do comércio ambulante do Brasil. Com suas caixas de tamanhos variados, transportavam todo tipo de objetos para serem comercializados, desde as grandes cidades até os mais remotos pontos dos sertões. Conhecidos como ‘turcos’, independentemente de sua nacionalidade, levavam utilidades, conforto e progresso por onde passavam. A caixa de mascate tornou-se um dos símbolos do progresso brasileiro, mesmo com seu trabalho informal. Vendiam a prestações, tendo como garantia de crédito a palavra. Com essas andanças comerciais, muitos dos antigos ambulantes conseguiram fazer fortuna no Brasil, tornando-se grandes empresários. Podemos observar, com isso, que, refletindo um aspecto dos tempos coloniais, o Brasil continuou sendo uma terra de oportunidades: Muitos viam a então América portuguesa como uma chance de recomeço (ou, quem sabe, um começo, propriamente dito)”, destaca Vitor Almeida.

Rua da Alfândega, 1928
Rua da Alfândega, 1928

As vendas ambulantes passaram a ter um ponto fixo. Esses comerciantes sírios e turcos se instalaram na Rua da Alfândega. O local, em meados do século XX, não era dos mais agradáveis. Contudo, a insegurança e a sujeira do lugar foram dando espaço para as lojas, que, sobretudo, comercializavam tecidos e materiais para costura.

Gabriel Habib
Gabriel Habib

Gabriel Habib, dono da loja “Gabriel Habib e Filhos”, foi o primeiro a perceber que os negócios melhorariam se ele vendesse à varejo, não em atacado. Nesse período, dona Darcy Vargas, esposa de Getúlio Vargas, era uma das clientes de Gabriel Habib. Depois da loja de Gabriel, um estabelecimento chamado JK foi o segundo a adotar a prática do varejo. Os outros vizinhos de loja fizeram o mesmo e passaram a lucrar cada vez mais.

Em 1962, nasceu oficialmente o SAARA: Sociedade de Amigos e Adjacências da Rua da Alfândega. Embora esses comerciantes já estivessem lá há décadas, ainda não havia essa organização formal.

Carlos Lacerda na loja Gabriel Habib e Filhos
Carlos Lacerda na loja Gabriel Habib e Filhos

Organização formal que foi motivada por uma situação extrema. O então governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, queria fazer uma via que ligaria a Praça XV até a Central do Brasil. Essa via passaria pela região do SAARA e muitas lojas precisariam ser removidas.

Carlos Lacerda na Rua da Alfândega (Arquivo pessoal de Demétrio Habib)
Carlos Lacerda na Rua da Alfândega (Arquivo pessoal de Demétrio Habib)

Foi aí que os comerciantes locais, entre eles Demétrio Habib, filho de Gabriel Habib, foram falar com Lacerda, desejando que essa obra não acontecesse. E eles conseguiram isso usando um grande argumento: eles eram os maiores pagadores de ICM (imposto sobre circulação de mercadorias) do Estado. O governo não podia perder essa arrecadação. Assim nasceu o SAARA.

SAARA

A região do SAARA vai, verticalmente, da Praça da República até a Rua dos Andradas e, horizontalmente, da Rua da Alfândega até a Rua Buenos Aires. Tudo isso com muita variedade e preço baixo.

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