Peripécias de um Corretor de Imóveis – O Homem Que não Andava de Elevador

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As pessoas não cansam de brincar com a história que contei no outro dia… Aquela, a fatídica, do sorvete de casquinha. É fácil rir, não foi você que perdeu aquela grana!

FatMan_justman

Uma outra vez atendi um homem extremamente estranho. Seus olhos redondos meio que giravam nas órbitas. Era o que os americanos chamam de um “anal retentive”. Procurou o escritório atrás de dois andares interligados para uma banca de direito. Gorducho, como eu, estava completamente suado e arfante. Perguntei-lhe: O que há? Respondeu-me que havia subido os 11 andares até a sede da firma usando as escadas. Pensei logo… “Putz, outro…”.

Ouvi atentamente me explicar que tinha medo de elevador mas que havia sido incumbido pelo chefe de encontrar um andar para a banca. Corretor é meio psicólogo, sabe? Então me disse que para seu desespero, o chefe desejava andar alto. Tinha que ser acima do 15o. e ele queria vista. Seu semblante desabou ao dizer: “o chefe quer que eu veja se os elevadores funcionam bem, ai meu Senhor”.

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Selecionei uns imóveis com vista bonita pra mostrar ao meu mais novo maluquinho. Juntos, fomos então até a Treze de Maio, onde tínhamos uma dupla de andares interligados por um elevador interno exclusivo. Falei pra ele: “me encontra lá em cima?” Ele respondeu, em desespero, que não, que precisava ver os elevadores, pois num andar tão alto ele mesmo iria usa-los, mesmo contra a vontade.

Glória! Tinha ascensorista. Ou não.

Medo de Elevador

Solicitei ao cabineiro o 18o. Andar. O elevador subiu com nós três apenas. Subiu até o 6o. andar. Parou. Ninguém. O homem a meu lado, franziu as sobrancelhas, de olhos fechados. A porta, agora, abriu novamente; à nossa frente, uma parede, onde se lia “11”e uma expressão obscena escrita a dedo. O rapaz suava em bicas e se abrigava no canto do elevador, encaixado à perfeição no vértice. Finalmente, o elevador chegava ao 18 e….passou.

Disse então o cabineiro: “este prédio é assim, o síndico é um ladrão e este elevador é maluco, sempre foi assim!!”. O rapaz a meu lado encolheu-se no chão, e gemia, bem no cantinho. Dali, o elevador foi a térreo. E o rapaz? Saiu correndo pelo meio da rua.

Um ano depois vendemos um imóvel para esta banca. Uma sobreloja.

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