Política não se faz só nas ruas

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Manifestantes tomam Camara MunicipalEntão depois de sucessivos protestos conseguimos a pseudo-redução do preço da passagem de ônibus e agora lutamos para consertar o país inteiro numa tacada só. Alguém definiu que para isso acontecer a PEC37 deveria ser jogada no lixo, Renan vai ter que renunciar, a corrupção irá ser crime hediondo, uma CPI irá investigar os gastos com a Copa e, por fim, que não haja mais foro privilegiado para políticos.

Salvo engano, pontos que são primordialmente federais, um deles com algum impacto substancial ainda no estado. E no âmbito municipal as demandas já minguaram. Parece-me que temos uma tendência de querer resolver os grandes problemas, quando ali na nossa própria esquina o Guarda Municipal é subornado pelos vendedores de software pirata e o nosso vizinho de transito acha que não tem nenhum problema estacionar “rapidinho” na rua para comprar um maço de cigarro.

Ou questões mais importantes, como a tentativa de instaurar uma CPI para analisar as empresas de ônibus da cidade (que precisa de mais três assinaturas no momento que escrevo esse texto), são colocados em segundo plano frente a PEC37, mesmo que a maioria das pessoas sequer entenda direito o que é a PEC37.

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O carioca precisa começar a ver política, e o seu envolvimento político, como uma atividade que precisa ser exercida no dia a dia, e não somente de 4 em 4 anos ou de manifestação em manifestação. Estamos reclamando hoje de políticos que não atendem nossas demandas, mas na maior parte do tempo deixamos que eles façam o que querem, sem supervisão nenhuma. Reclamamos que eles não atendem aqueles a quem deveriam servir, mas não fazemos o nosso papel de chefe que acompanha e exige.

Outro ponto de suma importância é a relevância e proximidade das questões. Seria ótimo que conseguíssemos resolver as questões federais. Mas temos tantos problemas impactam de locais que maneira diária nossa cidade, que me pergunto se não seria mais interessante focar nas questões locais? Nossos vereadores estão logo ali na Cinelândia, com telefone e e-mail acessíveis, que pelas minhas experiências são lidos e respondidos com frequência incrivelmente maior do que comparado aos seus colegas do planalto. São 51, e não 513.

É ótimo que o povo tenha acordado. Mas agora é hora de se organizar e não sair correndo em qualquer direção só porque outros estão fazendo a mesma coisa. Você que está revoltado e quer fazer alguma coisa, torne um hábito acompanhar a gestão pública. Torne um hábito mandar um e-mail para o vereador do partido com qual você simpatiza, ou qualquer outro cobrando o seu trabalho, indagando sobre questões especificas que te afetam no dia a dia. E torne um hábito formar a sua opinião baseada em fatos, sem acreditar cegamente no primeiro que oferecer uma pílula milagrosa que vai curar todos os problemas do país inteiro.

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