Rio: A ordem pública seletiva

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Prédio da Prefeitura do Rio

Nos últimos dias a imprensa carioca deu destaque para a agressão sofrida pelo Secretário Municipal de Ordem Pública quando este encerrava pessoalmente as atividades de um “estacionamento clandestino” na Zona Portuária. Obviamente a violência não se justifica, mas creio que existem alguns pontos que envolvem o caso que devem ser questionados.

Em primeiro lugar, não se pode dizer que é realmente “clandestino” um local onde as pessoas estacionam seus carros. Se todos que trabalham no entorno têm conhecimento da atividade, ela não é exatamente “clandestina”. A Prefeitura provavelmente também tinha informação sobre o fato e simplesmente optou por só agir agora.

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Aqui surge o segundo questionamento: Por que agora? Que motivo levou a Prefeitura a decidir fechar neste momento diversos estacionamentos na Zona Portuária a partir de uma justificativa que já é notória há anos?

Fica a nítida sensação de que o objetivo é esvaziar e limpar os espaços para poder cede-los às construtoras, visando a instalação de edifícios comerciais, dentro da mesma lógica que determinou a derrubada da Perimetral.

A revitalização da Cidade é do interesse de todos. Contudo, não pode o poder público municipal servir de ponta de lança para a perseguição de interesses privados de um setor empresarial específico.

Enquanto o diálogo com a população perde espaço em privilégio da atuação da Prefeitura como instrumento dos interesses de poucos, causando transtornos e violando direitos, nasce no Rio a ordem pública seletiva.

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