Rolé Carioca este domingo na Zona Portuária

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Porto

A boa deste fim de semana é conhecer mais sobre a Zona Portuária com o pessoal do Rolé Carioca! Sob a regência dos professores de História da Estácio Rodrigo Rainha e William Martins, o público que comparecer poderá ver lado a lado o passado e o futuro da cidade, com a contradição que sempre a marcou: seus problemas e suas belezas. O ponto de encontro está marcado para a Praça Pio X, na Candelária, às 9h, e qualquer pessoa pode participar gratuitamente, sem precisar fazer inscrição.

O roteiro do passeio histórico-cultural será o seguinte:  Candelária, Rua Primeiro de Março, Rua Dom Gerardo, Mosteiro de São Bento, Rua Cortines Laxes, Avenida Rio Branco, Praça Mauá, Avenida Rodrigues Alves, Porto do Rio de Janeiro, Cia Docas, Avenida Barão de Tefé, Avenida Venezuela, Rua Antônio Lage, Rua Pedro Ernesto, Instituto de Pesquisa e Memória dos Pretos Novos, Rua Sacadura Cabral, Cais do Valongo, Jardim Suspenso do Valongo e Pedra do Sal. A duração prevista para a caminhada é de 2 horas e 40 minutos.

Na Praça Pio X, será apresentada a história da criação da Avenida Presidente Vargas e a pressão eclesiástica para que a Igreja de Nossa Senhora da Candelária fosse mantida. A igreja também será abordada tanto pelo seu estilo arquitetônico eclético, como pela história dos mercadores que a fundaram. Sobre o Mosteiro de São Bento, os professores falarão sobre um dos morros que marcaram a ocupação do Rio de Janeiro e como os beneditinos fazem parte da história da cidade.

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A Praça Mauá, homenagem ao Barão de Mauá, sinaliza a antiga área industrial, o quartel militar e o palácio sobre o qual foi construído o museu MAR. Ao chegar ao Porto do Rio, os professores falarão sobre a região do baixo meretrício, a industrialização e o porto que hoje é dos transatlânticos. Contar a história do Centro Cultural e das descobertas arqueológicas serão os temas no Cemitério dos Pretos Novos, passando depois pelo Cais do Valongo e o Cais da Princesa.

O passeio terminará com as visitas ao Jardim Suspenso do Valongo e à Pedra do Sal, local que recebeu os descendentes dos escravos vindos da Bahia e da África. “A pedra recebeu este nome pois era o local de desembarque do sal comercializado na capital”, conta Rainha.

Curiosidades

Porto antes das obras

O carioca esqueceu do seu porto, que passou a ser ocupado por escolas de samba que viam na área barata a possibilidade de construir seus carros alegóricos mais próximo do local do desfile.

Surgimento do samba

Nas festas dessa comunidade (zona portuária) a diversão era geograficamente estratificada: na sala tocava o choro, o conjunto musical composto basicamente de flauta, cavaquinho e violão? no quintal, acontecia o samba rural batido na palma da mão, no pandeiro, no prato ­e ­faca e dançado à base de sapateados, peneiradas e umbigadas. Foi aí, então, que ocorreu, entre o samba rural baiano e outras formas musicais, a mistura que veio dar  origem ao samba urbano carioca.

Igreja da Candelária

A história da Igreja da Candelária, pertencente à Irmandade do Santíssimo Sacramento, se iniciou em meio à uma tempestade, quando um casal de espanhóis, António Martins de Palma e sua esposa, Leonor de Palma, estavam em viagem, no início do século XVII, atravessando o Oceano Atlântico. Durante o temporal que os afligia e diante do perigo de naufrágio o casal fez uma promessa de erguer uma capela no local que chegassem a salvo. O casal chegou bem ao Rio de Janeiro, e aqui cumpriu a promessa de erguer com dinheiro próprio uma pequena ermida à Nossa Senhora da Candelária, da qual ambos eram devotos e cuja origem era da Espanha.

Cemitério dos Pretos Novos

Em uma casa construída no início do século XVIII, na Rua Pedro Ernesto 36, na Gamboa, seus donos, Merced e Petruccio, resolveram realizar reformas. Durante as escavações, no ano de 1996, eles acharam um verdadeiro sítio arqueológico enterrado as seus pés. Embaixo da estrutura do prédio havia um cemitério secular de negros vindos da África, que não resistiam à viagem e morriam antes de serem comercializados – o então desconhecido Cemitério dos Pretos Novos. O local foi transformado em sítio arqueológico e, mais tarde, em Centro Cultural, visando a manter viva não só a História da cidade do Rio de Janeiro, como também a do Brasil e da África.

Porto dos Ossos

O pesquisador Carlos Eduardo Barata, do Instituto Histórico do Rio, descobriu um exemplar de 1925 do “Jornal do Povo”, que era de sua família. O texto diz que a Prefeitura carioca estava usando ossadas do Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, no aterro da região do Cais do Porto. Pode ser que as ossadas achadas recentemente na região, objetos de estudo de historiadores e arqueólogos, não sejam só resquícios do antigo jazigo de escravos, o Cemitério dos Pretos Novos, como se presume.

Cais do Valongo

Construído para ser ponto de desembarque e comércio de escravos africanos, em 1843 foi transformado no Cais da Imperatriz para receber Teresa Cristina, que se casaria com Dom Pedro II. Em 1911, foi aterrado e deu lugar à Praça do Commercio. Um século depois, sua história voltaria à tona com as obras do Porto Maravilha. O cais é um sítio registrado no Iphan, o que garante sua proteção. O tombamento está em análise. “O Cais do Valongo é o mais significativo lugar de memória da diáspora africana fora da África. Pelo cais entraram no Brasil cerca de um milhão de africanos escravizados. Isso faz desse cais o maior porto escravagista da História. A sua importância para as Américas é ímpar. Não existe no continente nenhum monumento, nenhum lugar de memória com a força simbólica e histórica do Cais do Valongo”, afirma o antropólogo e fotógrafo Milton Guran, à frente do Comitê Brasileiro do projeto Rota do Escravo.

Serviço

Rolé Carioca 2014
Região Portuária  – 28 de setembro, de 9h às 12h
Ponto de encontro: Praça Pio X, Candelária
Facebook: facebook.com/rolecarioca | Instagram: @rolecarioca

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