To Uber or not to Uber. Não é tão simples.

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To Uber or Not to Uber

Hoje vemos mais um protesto de taxistas contra o aplicativo Uber. Não é o primeiro, não será o último e muito menos é inédito, diversas cidades ao redor do mundo inteiro acompanharam protestos similares.

Todas as defesas do Uber recorrem a exemplos fáceis de serem compreendidos pela maioria das pessoas. Imagina se vendedores de vela proibissem a eletricidade? Ou donos de carroças os automóveis? Ou os taxistas o Uber? O intuito é claro, fazer parecer que o Uber é uma tecnologia totalmente nova e superior, que estabelece um ecossistema totalmente novo. Mas é?

Uma outra forma de ver o Uber é: Um serviço de transporte individual ponto a ponto acionado por aplicativo. Isso não descreve somente o Uber, mas também qualquer taxi que possa ser chamado por aplicativos (99taxi, Wappa, EasyTaxi, etc). Então precisamos entender primeiro que o Uber NÃO é algo totalmente novo e revolucionário como querem fazer parecer.

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Tão pouco o Uber é um aplicativo de caronas. Procure qualquer motorista do Uber e verá que ele não está a caminho do trabalho ou de casa aproveitando para levar mais alguém em troca de alguns reais. Os motoristas de Uber realmente trabalham com isso (seja em tempo integral ou não).

Mas o Uber é melhor e os taxis da cidade são medíocres. Não há como discordar disso. São. Os serviços de hoje estão muito aquém do que a cidade merece. Taxistas mal educados, mal treinados, que dirigem mal e recusam corridas se não gostarem dos destinos. Atrelado a uma regulamentação fraca e fiscalização inexistente. O Uber já nasceu com sistema inteligente de avaliação e punição de motoristas ruins e clientes ruins (sim, clientes podem ser mal avaliados).

Mas nada do que o Uber tem é algo que o taxi pode ter. Na prática, no dia a dia, o Uber e o Taxi atendem as mesmas demandas. Pessoas que querem ir do ponto A ao ponto B.

Porque o estado deve se meter?

A ideia que ir do ponto A ao ponto B pode ser resolvido pelo livre mercado, sem regras e leis parece interessante no papel. Mas na prática? Um “libera geral” certamente levaria ao crescimento não só do Uber, mas também de outros serviços que podem batalhar por preço e isso pode sim ter impactos negativos para todos, tal como precarização dos serviços e mais carros entupindo nossas ruas (leia mais aqui). Quem sempre ganha, sem dúvida, serão as empresas dos aplicativos, que terceirizam todos os custos e riscos.

O estado deve se meter para garantir que haja atendimento de certos níveis de serviço mínimos e que não haja abusos de quaisquer partes. Não é assim só com serviço de transporte ponto a ponto individual, mas também com transporte público em geral. E se pensar um pouco além, com quase todas as coisas. Você não pode construir um prédio como e onde quer, não pode empregar uma pessoa nas condições que bem entender, não pode escolher quais impostos pagar ou quais leis de transito seguir. Pelo menos não sem o risco de ser punido por isso.

O que leva a conclusão. Uma coisa é certa, seja você a favor ou contra liberar a atuação e Uber e companhia. A regulamentação do serviço público de transporte individual ponto a ponto da cidade do Rio de Janeiro precisa ser revista. As necessidades dos clientes há muito tempo não estão sendo atendidas, há sérias deficiências do lado da oferta e do lado do controle do sistema e, por fim, há indicativos que em poucos anos teremos tecnologia que vai mudar ainda mais esse setor (veículos autônomos). A cidade precisa revisar as suas leis e se adequar aos novos tempos. Isso não significa liberar geral e tão pouco manter as coisas como estão.

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