Com o aumento da pandemia do Covidi-19 no Rio, as autoridades e especialistas em saúde vêm tomando uma série de medidas para tentar conter o avanço do vírus. A principal delas é o isolamento social, que vem fazendo com que as pessoas fiquem em casa para evitar a propagação da doença. No entanto, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, e no Leblon, Zona Sul, duas das áreas mais nobres da cidade, e que também concentram o maior número de casos confirmados do Coronavírus, as recomendações não estão sendo seguidas como deveriam ser.
Nas duas regiões, obras realizadas em empreendimentos de luxo não foram interrompidas, ignorando qualquer apelo do Poder Público e colocando em risco a saúde tanto dos operários que trabalham nessas construções, como os moradores que vivem no entorno desses locais. E até mesmo de quem contratou os serviços.
Em um dos condomínios mais sofisticados do Leblon, o Jardim Pernambuco, funcionários se arriscam trabalhando na construção de uma mansão sem atenderem a nenhuma norma de segurança e saúde.
Na redes sociais, internautas dizem que a obra está sendo administrada pela empresa de construções Stewart Engenharia, especializada em edificações de alto padrão.
A movimentação e a aglomeração dos operários que atuam na obra do imóvel também foi alvo de reclamações de alguns na web. Além disso, os internautas afirmam que todas as árvores do terreno foram derrubadas.
O DIÁRIO DO RIO tentou contato com a Stewart Engenharia, mas até a publicação dessa matéria, não obteve resposta.
Já na Barra da Tijuca, moradores do condomínio Santa Mônica Jardins questionam as diversas obras realizadas nas mansões do empreendimento. Um dos residentes do local diz que solicitou a gerência do negócio, a interrupção imediata dos trabalhos sob a justificativa de que os funcionários e os diversos idosos que ali vivem correm risco de contaminação.
“Minha esposa é asmática. Estou com obras dos dois lados da minha casa, com muitos funcionários que estão transitando pelo Rio de Janeiro. Estamos passando por um momento em que precisamos ser solidários e estamos sendo orientados a se manter em quarentena em casa, mas nem todos parecem dispostos a colaborar“, diz um dos moradores que preferiu não se identificar.
O morador enviou a resposta que recebeu da diretoria do condomínio Santa Mônica Jardins ao DIÁRIO DO RIO.
“Não temos alçada para impedir a continuidade dessas obras, não podemos multar ou impedir o acesso. Porém, atendendo as medidas de prevenção e prazos de isolamento impostos pelas autoridades e, também a política de boa vizinhança, podemos recomendar a suspensão das obras com a finalidade de reduzir a circulação de pessoas nas ruas da associação. Informo que enviaremos um comunicado as empresas que estão realizando construção no condomínio recomendando a suspensão das obras”, diz o comunicado.
O DIÁRIO DO RIO também entrou em contato a prefeitura, para que a mesma pudesse comentar os casos, mas até o a publicação dessa matéria, não obteve resposta.
Atualização: A Stewart Engenharia enviou nota ao DIÁRIO DO RIO. Confira o comunicado na íntegra.
Estamos vivenciando um cenário bastante difícil no mundo. Se por um lado temos a preocupação com a propagação do vírus, de outro precisamos avaliar diversos impactos, principalmente o aspecto socioeconômico da interrupção de uma obra. Diversas famílias ficarão sem os seus sustentos e os efeitos nos fornecedores, muitos deles de pequeno porte, sofrerão bastante durante a paralisação.
Adotamos medidas internas rígidas de controle para preservar a saúde de nossos colaboradores, e pautamos nossas decisões no atendimento as diretrizes da OMS e as medidas governamentais. Em muitos casos, a necessidade de terminar serviços que comprometam a estabilidade e estanqueidade de obras e edifícios precisam ser avaliadas por conta das consequências imediatas de sua interrupção.
Apesar disso, hoje 80% de nossa equipe já se encontra em casa e adotamos todas as medidas de cautela dentro de nossos canteiros, inclusive viabilizando transporte, de forma a evitar o acesso de nossos colaboradores aos meios de transporte públicos, diminuindo, assim, a contaminação comunitária.
Como é de seu conhecimento, temos uma obra no Jardim Pernambuco que está na fase de estrutura e, apesar de não existirem normas determinando a paralisação da construção civil – tendo em vista a importância para atividade econômica e os aspectos sociais e econômicos a ela relacionados, que se estendem por uma vasta cadeia produtiva e de serviços -, conforme acertado com o contratante, a paralisação está prevista para ocorrer amanhã. Este tempo foi necessário para desmobilizarmos equipe, guardamos máquinas e ferramentas, e protegermos aquilo que é necessário.
Temos o mesmo problema em vila isabel, mais detalhes nesse link
http://www.change.org/torreshomem311
Já tentei várias autoridades e nada.
Tem ? construção na Rui Barbosa, em frente à passagem subterrânea para o Parque do Flamengo, a todo vapor também
Essas Administrações de Condomínio dão desculpa sempre esfarrapadas.
Tudo picareta que faz essas coisas desrespeitando os deveres cívicos e sociais.