Busca e apreensão, Guardiões, QG da Propina e agora inelegibilidade votada no TRE devido a ações eleitorais com patrimônio público. Os dias que antecedem o início da campanha municipal de 2020 não têm sido nada positivos para Marcelo Crivella (Republicanos), que vê sua rejeição aumentar e suas chances de vitória ficarem cada dia mais longe, até mesmo de conseguir uma vaga no 2º turno. E nem o fim do pedágio na Linha Amarela deve ajudar o Bispo, especialmente depois que estourou a notícia da possibilidade do Rio ter de pagar mais de R$ 1 bilhão pela encampação e entregar prédios históricos.

Crivela contava com os votos dos Bolsonaristas, que praticamente garantiam sua ida para o 2º turno. Mas desde a busca e apreensão em sua casa, o próprio presidente Jair Bolsonaro começou a se distanciar. Ao ponto de em um evento com a presença dos 2, e do governador Claudio Castro (PSC), Crivella ter sido jogado para 2ª fila do palanque, onde não conseguiria aparecer na Tv ou ter boas fotos para a campanha.

Esses fatos acabaram por distanciar o PSL da campanha de Crivella, para a qual pensavam indicar o vice. Mesmo com Jair Bolsonaro sem partido, é no PSL onde estão seus principais aliados e o que daria a Crivella a chancela de candidato bolsonarista no Rio. Não mais, além do PSL, outro partido da base se distanciou do bispo, o PSD, que indicou o vice na chapa PSLista.

O candidato escolhido pelo antigo partido de Bolsonaro acabou sendo o ex-nadador e deputado federal Luiz Lima. Que apesar de desconhecido, chegou a ser secretário de Esportes de Alto Rendimento, quando Leonardo Picciani era ministro dos Esportes, na gestão Temer.

A princípio Lima parecia não ter o fôlego necessário para preocupar o atual prefeito, mas esse derretimento de Crivella a olhos vistos, vai fazer com que muitos votos da direita conservadora deixem Crivella, e não é à toa. Lima não tem nada que o desabone aos olhos dos bolsonaristas, inclusive brigou publicamente com Witzel após ter sua família levada para delegacia por estar na praia. Pode estar proibido de usar imagens de Bolsonaro no 1º turno, mas o bispo também estará.

Isso sem contar a incrível rejeição de Crivella, talvez a maior na história do município do Rio de Janeiro, mesmo quando era Distrito Federal. Isso certamente fará com que menos vereadores tentem colar sua imagem ao atual prefeitom e mais a Bolsonaro, e ao próprio Luiz Lima. Fazendo com que Crivella apareça ainda menos na rua e reforce a imagem de Lima como o candidato de Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Outro fator é o dinheiro que o PSL tem. Com a 2ª maior bancada eleita, o partido tem verba e tempo de Tv. Além da conhecida rede de WhatsApp, que sem dúvida vão tentar ligar a imagem de Crivella a de Lula e Cabral, afinal, ele apoiou os 2 e ainda foi ministro da Dilma, um senhor pecado nas hostes bolsonaristas. E a imagem abaixo irá circular, e muito.

Sem contar a declaração do então presidente estadual do PT no Rio de Janeiro, Washington Quaquá, que disse: “chapa dos sonhos’ no Rio é Lindbergh, Crivella e Cabral“, que acabaram sendo eleitos e todos sabemos o fim que teve. Isso vai circular como fogo pelos grupos de WhatsApp.

Não estranhe se nas próximas semanas virmos um crescimento da intenção de voto de Lima, e uma queda de Crivella na mesma proporção. O deputado federal é sem dúvida a surpresa dessa eleição e tem tudo para acabar parando no 2º turno.

E se ele for disputar o 2º turno? O candidato com o qual ele concorrer não terá vida nada fácil. Era mais fácil disputar com a rejeição de Crivella, do que um candidato desconhecido. Que o diga Eduardo Paes (DEM) que no lugar de ter como oponente Anthony Garotinho na disputa para governador, acabou tendo o então desconhecido Wilson Witzel (PSC), e deu no que deu.

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