Mais de meio século depois, túnel que leva esgoto da Zona Sul para o oceano passará por primeira limpeza

A operação inédita está prevista para começar no dia 20, e deve durar nove meses. A expectativa é a redução de transbordamentos em dias de chuva e das línguas negras nas areias das praias

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Funcionários da concessionária fazem teste de desobstrução na Avenida Atlântica, em Copacabana Foto: Divulgação/Águas do Rio

O trecho de Copacabana do túnel subterrâneo, que leva o esgoto e as águas pluviais de bairros da Zona Sul até o emissário submarino de Ipanema, será limpo pela primeira vez em mais de meio século, conforme informação divulgada pelo jornal Extra.

A operação inédita está prevista para começar no dia 20, e deve durar nove meses. A expectativa é a redução de transbordamentos em dias de chuva e das línguas negras nas areias das praias.

Antes da Copa do Mundo de 2014, o túnel foi desobstruído, exceto o trecho de Copacabana, que segue sem limpeza desde quando foi construído, em 1971. A ação marca o mês do Meio Ambiente, ceelbrado em junho.

Entre abril e maio, a Águas do Rio, empresa que assumiu em novembro o saneamento da região, retirou 600 toneladas de resíduos do trecho do túnel entre os bairros da Glória e de Botafogo. Agora, a previsão é de que 2 mil toneladas de detritos sejam removidas nos 2,4 quilômetros da Avenida Atlântica, a um custo de R$ 3,4 milhões, segundo a concessionária. O trecho da Avenida Princesa Isabel, que divide os bairros do Leme e Copacabana, ainda não têm previsão para receber as obras. Esta é a segunda fase de limpeza do chamado interceptor oceânico.

O área começa na Glória e termina em Copacabana, com nove quilômetros de extensão e trechos com diâmetro de até 5,5 metros. Na época, para sua implementação no trecho de Copacabana, a Avenida Atlântica precisou ser duplicada. A intervenção mudou a cara de um dos cartões postais da cidade e era a maior obra de saneamento do Rio até então.

O interceptor capta as águas do Centro, Lapa, Glória, Catete, Flamengo, Botafogo, Humaitá, Urca, Leme, Copacabana, Laranjeiras, Cosme Velho e parte de Santa Teresa. Recentemente, as águas do Rio Carioca deixaram de ser direcionadas para a Unidade de Tratamento (UTR) do Flamengo, e foram desviadas para o interceptor oceânico.

A estrutura funciona como um cinturão que vai da Glória, na altura da Rua do Russel, até a Estação Elevatória do Parafuso, na altura do posto 5 da praia de Copacabana, uma estrutura com vazão de 2 mil litros por segundo. De lá, a água é direcionada para uma segunda elevatória, a André Azevedo, na Rua Francisco Sá, via que liga Copacabana e Ipanema. Por fim, os efluentes são despejados nos emissário submarino de Ipanema, na altura da Rua Teixeira de Melo, avançando quatro quilômetros da orla.

Antes de serem lançados no interceptor oceânico, os efluentes passam por um sistema de gradeamento mecanizado, com caixas de areia e grades que recolhem resíduos na elevatória André Azevedo.

A previsão é de que a operação de limpeza desafogue a estrutura, sobrecarregada pela quantidade de resíduos acumulados durante cinco décadas. Com o canal sem a vazão completa, o esgoto não escorre da maneira devida, e em dias de fortes chuvas, por exemplo, há possibilidade de transbordamento ou do surgimento das línguas negras, como a que é vista frequentemente na praia de Copacabana, na altura da Rua República do Peru.

Para a operação, serão utilizados três caminhões. Um dos veículos vai injetar água em alta pressão para que os detritos acumulados se desprendam do túnel, enquanto o segundo suga, filtra e separa os resíduos, que são depositados num terceiro caminhão com destino ao Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Seropédica. A água excedente sem resíduos sólidos, por sua vez, é devolvida ao túnel.

O acesso ao interceptor ocorre por meio dos pontos de acesso da estrutura, que ficam no canteiro central da Avenida Atlântica. A Águas do Rio já fez testes no local para garantir o adequado andamento das intervenções. Por conta da dimensão dos veículos, uma das faixas de trânsito da via deve ser interditada durante a operação, com apoio da CET-Rio para desvio de tráfego.

De acordo com a empresa, as intervenções devem acontecer durante a noite, em horários de menor fluxo, para reduzir possíveis transtornos aos moradores e turistas.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Imbecis como esse neolight, que sequer se identifica e vcs da reportagem, deveriam se inteirar antes de divulgaram coisas totalmente improcedentes.
    O chamado Interceptor Oceânico (IO), foi construído para receber apenas os esgotos a partir da Glória, direcionando-os para o Emissário Submarino de Esgotos de Ipanema (ESEI), ele foi projetado para ser auto limpante, ou seja, a força das águas empurram os sólidos mal inseridos nos esgotos.
    Ocorre que ao longo dos anos, passou a receber também águas pluviais para o qual não foi projetado (através de tomadas em tempo seco), principalmente as advindas das comunidades cariocas que seriam de exclusiva responsabilidade da Prefeitura, onde sabidamente existem inúmeras ligações clandestinas.
    Este já passou por algumas limpezas, o que não é novidade alguma!

  2. Conforme vão se abrindo os bueiros, literalmente encontraremos as “kgaddas” da CEDAE. Problemas que ninguém levantava porque era “do povo”, era estatal… e ficavam pro dia de São Nunca. Pow, CINQUENTA ANOS!!

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