Casarão na Rua Primeiro de Março é interditado pela Defesa Civil

Imóvel interditado na região da Praça XV é tombado e abrigou o tradicional Empório Lusitano, está vazio há anos e com a fachada em desalinho, mas pode em breve ser ocupado por uma iniciativa cultural

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O imóvel 26 da Primeiro de Março recebeu faixa de interdição da defesa civil. Está vazio há anos, após o fechamento da padaria que existia no local

Uma das esquinas mais movimentadas do Centro do Rio, bem no coração da boemia da região dos bares e restaurantes da Praça XV é da Rua do Ouvidor com a Primeiro de Março. De frente para a histórica Igreja de Santa Cruz dos Militares, um bonito casarão já viu dias melhores. Durante anos funcionou ali no número 26 da antiga rua Direita a padaria Empório Lusitano, que com seus toldos vermelhos chegava a enfeitar a esquina. O prédio faz parte do conjunto arquitetônico tombado da Praça XV, que sofreu em outubro a baixa de dois edifícios abandonados, que desabaram pelo abandono e descuido de seus proprietários.

Hoje, a fachada do sobradão de 2 andares está literalmente caindo aos pedaços, toda pichada pelos desocupados de plantão, e tomada por um monte de placas de aluga-se, de diversos corretores diferentes. A repórter ligou, mas, curiosamente, ninguém atendeu o telefone. No final da semana passada, o imóvel amanheceu cercado de faixas de segurança, isolando-o. Parece haver riscos de desprendimento de elementos da fachada, pois a fita ocupa quase que toda a esquina, dificultando a passagem dos pedestres e isolando a fachada do casarão.

A Prefeitura e o Iphan têm se preocupado muito com a região desde que dois prédios desabaram no dia 9/10 no Arco do Teles, e desde então formaram uma força-tarefa para detectar os riscos de outros prédios. A fachada histórica do restaurante Rio Minho se encontra coberta com uma rede de proteção há anos e o prédio número 24 da rua, que se encontra com o telhado em mau estado, segundo informam comerciantes dia região. Há algum tempo foram vendidos os imóveis 26 e 28 da mesma rua, que receberam telhados novos no último semestre. Antes, chovia dentro dos imóveis.

A região em que o casarão se encontra, na Rua do Ouvidor, tem muito movimento, com restaurantes bastante famosos e que parecem viver cheios, como o Parada 35, a Toca do Baiacu, o Capitu, o Rio Minho e outros. “É uma pena que este sobrado esteja neste estado e vazio há tantos anos, pois quem passa pela Primeiro de Março correndo fica com a impressão do nosso trecho da rua estar vazio, quando na verdade é o mais cheio. É importante ocupar o primeiro imóvel do trecho“, pontua Renan Ferreira, presidente do Polo Cultural da Praça XV.

Vislumbrando o Diário Oficial do Município, descobrimos que a propriedade foi cadastrada no Chamamento 003/2023 da CCPAR, o conhecido programa Reviver Cultural, em que a prefeitura vai arcar com os custos de ocupação de imóveis que sejam alugados para atividades culturais, um dos mais incensados programas que integram as iniciativas de revitalização da região central. Que venham dias melhores.

Defesa Civil se manifesta

A Defesa Civil do Rio enviou uma nota oficial à reportagem. Confira:

”A Defesa Civil Municipal informa que, no dia 28 de outubro deste ano de 2023, fez uma vistoria na Rua Primeiro de Março, n° 26, onde foi verificado que, na parte externa, existe risco potencial de queda de material. Por isso, o local foi interditado, sendo isolado com fitas. As equipes constataram que há necessidade de obras de recuperação.

O caso foi encaminhado para a Secretaria de Conservação (Seconserva) – que faz a remoção do material com risco de queda na fachada -, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Subprefeitura do Centro e Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH)”.

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