A taxa de inadimplência de aluguel no Rio de Janeiro alcançou, em outubro, o menor patamar dos últimos 13 meses: 3,56%. Os dados são do Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica, que monitora mensalmente o cenário do mercado de locação imobiliária no país. O nosso estado também registrou uma redução de 0,15 ponto percentual em comparação com setembro, quando a taxa estava em 3,71%.
Apesar da melhora, a inadimplência no Rio ainda está acima da média nacional, que foi de 3,31% no mesmo período. Especialistas atribuem o desempenho à recuperação econômica e ao comportamento macroeconômico da região, que inclui fatores como aumento do emprego e estabilidade nos indicadores de renda, apesar da luta constante do comércio carioca e fluminense pra sair do vermelho.
“A melhora na adimplência dos inquilinos é uma realidade, principalmente no mercado residencial. No comércio a coisa parece ainda estar difícil, com diversos inquilinos em dificuldade e pagando atrasado”, explica Wilton Alves, da administradora Sergio Castro.
É claro que a crise econômica não deixou de fazer suas vítimas; como relatamos aqui, empresas como a varejista Leader devem milhões de reais em aluguéis de suas lojas. Só referente a uma única loja no Centra do Rio, a empresa cujo natal sempre chegou mais cedo deve mais de 6 milhões de reais. Uma franquia Cheirin Bão fechou na Rua da Assembléia esta semana, também deixando um rastro de inadimplência. E não é só no centro que a coisa ainda anda difícil pro Comércio; a badalada padaria Artesanos Bakery saiu devendo “uma nota”, segundo os proprietários da loja recém fechada em Botafogo.
Comparativo com outros estados
Enquanto o Rio de Janeiro comemora uma redução expressiva, outros estados ainda enfrentam altas taxas de inadimplência. No ranking nacional, o Rio ocupa uma posição intermediária, mas com um índice superior à média do Sudeste, que ficou em 3,09%. Na mesma região, estados como Minas Gerais (2,54%) e São Paulo (2,78%) apresentaram melhores resultados.
Imóveis no Rio: inadimplência varia por tipo e faixa de preço
No estado, a inadimplência segue tendências diferentes dependendo do tipo de imóvel e do valor do aluguel:
- Residenciais:
- A menor inadimplência foi registrada em aluguéis entre R$ 2.000 e R$ 3.000 (2,15%).
- A maior taxa foi observada em imóveis com aluguel acima de R$ 13.000 (5,07%).
- Comerciais:
- Os imóveis comerciais de aluguel até R$ 1.000 apresentaram a maior taxa (6,22%), enquanto os da faixa de R$ 1.000 a R$ 2.000 tiveram o menor índice (3,45%).
Por tipo, os apartamentos no Rio registraram inadimplência de 2,34% em outubro, enquanto as casas alcançaram 3,79%. Já os imóveis comerciais apresentaram 4,05%.
Perspectivas para o mercado no Rio
“A inadimplência locatícia no Rio está diretamente ligada ao contexto econômico regional. Com o aumento do emprego e maior estabilidade em indicadores de renda, esperamos que essa tendência de queda continue nos próximos meses,” afirma Manoel Neto, diretor de negócios para imobiliárias da Superlógica.
Ele ressalta ainda que acompanhar a inadimplência é crucial para a saúde financeira do setor imobiliário. “Esse índice ajuda proprietários e imobiliárias a entenderem a urgência de adotar estratégias mais eficazes, seja para renegociar contratos, seja para buscar soluções tecnológicas que reduzam os riscos.”
Sobre o índice
O Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica analisa dados anonimizados de mais de 800 mil locatários em todo o Brasil, avaliando variáveis como valor do aluguel, tipo de imóvel e prazos de pagamento. A pesquisa é uma ferramenta estratégica para o mercado, permitindo que proprietários e administradoras de imóveis identifiquem tendências e adotem medidas mais assertivas no combate à inadimplência.
