O Parque Bondinho Pão de Açúcar inaugurou o Bosque das Artes, um espaço de arte contemporânea ao ar livre, com a estreia do Projeto Maravilha, idealizado por Fabio Szwarcwald. O projeto, que segue até o final de 2025, comissiona grandes nomes da arte brasileira para a criação de obras inéditas que dialogam com a exuberância da Mata Atlântica.
Na primeira edição, o artista convidado é Carlos Vergara, que celebra 60 anos de carreira. Suas esculturas monumentais, instaladas na zona de preservação ambiental a 360 metros de altura, combinam arte e natureza de forma inovadora.
Um diálogo entre arte e ecossistema
O Projeto Maravilha foi viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da China National Petroleum Corporation (CNPC Brasil) e apoio do Parque Bondinho. A curadoria de Ulisses Carrilho propõe uma integração entre cultura e meio ambiente, abordando questões de sustentabilidade e imaginação coletiva.
“Queremos proporcionar uma vivência da arte contemporânea, além de ampliar a contemplação da paisagem e de toda a riqueza do ecossistema,” afirma Szwarcwald.
As esculturas de Vergara
O público pode apreciar três obras em grande escala no Percurso Vergara: Parênteses, A Idade da Pedra e Pauta Musical, que fazem parte da série “Natureza Inventada”. As esculturas utilizam aço corten, um material que ganha uma camada de óxido ao longo do tempo, simbolizando a passagem e transformação dos ciclos naturais.
- Parênteses: Geometrias que evocam folhas e troncos dialogam com a paisagem do Rio. “Apesar das grandes dimensões, os recortes no aço permitem que a luz integre a obra ao entorno, criando um equilíbrio entre o material e a paisagem,” descreve Carrilho.
- A Idade da Pedra: Reflete sobre o tempo e as camadas que compõem a realidade. Para Vergara, “a arte enriquece o olhar e torna a vida mais densa.”
- Pauta Musical: Uma partitura que interage com os pássaros locais, transformando-os metaforicamente em notas musicais vivas.
Tecnologia e gamificação educativa
O projeto inclui experiências digitais que ampliam a interação do público com a exposição e a Mata Atlântica. No Percurso Tiê-Sangue, inspirado no pássaro de coloração vermelho-vivo, visitantes podem usar QR codes para acessar conteúdos educativos em realidade aumentada, conduzidos por um chabot de inteligência artificial.
Os participantes também acumulam pontos e são recompensados com NFTs, conectando a arte contemporânea à tecnologia e incentivando uma visão ecológica ampliada.
“Essa ferramenta convida o visitante a refletir sobre uma sociedade mais justa e comprometida com outras formas de vida,” destaca Carrilho.
Conexão com o patrimônio natural
O Bosque das Artes está inserido no Monumento Natural dos Morros da Urca e Pão de Açúcar (MONA), uma área de preservação ambiental de 91,5 hectares de Mata Atlântica. O local abriga espécies endêmicas e é um importante refúgio de biodiversidade.
Beatriz Jabor, coordenadora do programa educativo do projeto, enfatiza a integração entre arte e meio ambiente: “Estamos em um espaço que conta a história da formação do Rio, unindo geografia, cultura e memória.”
Impacto social e educativo
O Projeto Maravilha tem como meta impactar 10.000 estudantes em um ano, promovendo oficinas educativas, visitas guiadas e atividades voltadas para a sustentabilidade. Também inclui ações de acessibilidade, como iniciativas para pessoas com deficiência visual e atividades intergeracionais.
Sandro Fernandes, CEO do Grupo Iter, gestor do Parque Bondinho, ressalta a importância do projeto: “A união de turismo e cultura fortalece a cadeia produtiva, beneficiando empreendedores, artistas e a comunidade local.”
Serviço
Projeto Maravilha: Carlos Vergara – 1ª Edição (2024)
- Local: Bosque das Artes, Parque Bondinho Pão de Açúcar
- Endereço: Av. Pasteur, 520, Urca, Rio de Janeiro
- Visitação: Diariamente, das 9h às 17h
- Ingressos: Disponíveis em www.parquebondinho.com.br
- Instagram: @projetomaravilha_