Três detentas ganham título de melhores cantoras no sistema prisional do Rio, e Flordelis fica fora da disputa

Ex-deputada afirma que derrota não a abalou e que ainda se considera uma referência como cantora gospel e pastora, recebendo cartas de apoio "do Brasil e do mundo"

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Concurso Voz da Liberdade elege três melhores cantoras do sistema prisional do Rio. Foto: Divulgação

O tempo pode parecer parado nos sistemas prisionais do Rio de Janeiro, mas, por meio da arte e da superação, algumas mulheres mostram que há muito mais além das penas que cumprem. Três detentas foram eleitas como as melhores vozes do sistema prisional do Rio. Ao todo, 17 finalistas participaram do Concurso Voz da Liberdade, que teve inscrições de sete presídios do estado.

A pastora e ex-deputada Flordelis, presa pelo assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, estava entre as 17 finalistas, mas não conseguiu avançar para a última fase do concurso. Ela está detida no presídio Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

Flordelis foi sentenciada a 50 anos de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, além de uso de documento falso e associação criminosa armada.

Em entrevista ao Jornal O Globo, visivelmente abatida, a ex-deputada disse que a derrota não a afetou e afirmou que ainda se considera uma referência como cantora gospel e pastora, ressaltando que recebe cartas de apoio “do Brasil e do mundo”. Sobre sua vida na prisão, ela revelou enfrentar dificuldades.

“Viver aprisionada é muito ruim. Difícil. Tomo muitos remédios aqui, mas sou muito apoiada pelas detentas e pela administração do presídio. Sinto que sou tratada como todas as outras internas. Faço parte do coral e não abro mão de cantar. É minha essência, está no meu DNA. Agora, aguardo um novo júri”, declarou em entrevista ao Globo.

Concurso Voz da Liberdade elege três melhores cantoras do sistema prisional do Rio — Foto: Divulgação
Concurso Voz da Liberdade elege três melhores cantoras do sistema prisional do Rio. Foto: Divulgação

Estilos musicais da liberdade

As finalistas apresentaram no palco uma variedade de estilos musicais, como MPB, axé, pop, samba, sertanejo e louvores. No pódio, a campeã foi Cassiane, seguida por Dessirée e Rayane, que descreveram a sensação de conquista como “visibilidade e pertencimento”.

“O Concurso Voz da Liberdade tem como principal objetivo mostrar para a sociedade que, para além das penas que essas presas cumprem em função dos crimes que cometeram, há mulheres em recuperação, com grande talento, que podem e querem muito deixar a vida do crime para trás e um dia voltar a contribuir positivamente para a sociedade e suas famílias”, afirma a secretária da Seap, Maria Rosa Lo Duca Nebel, ao Jornal G1.

A segunda edição do evento ocorreu no Instituto Penal Djanira Dolores de Oliveira. O júri contou com a presença da secretária da Seap, Maria Rosa Nebel, jornalistas, representantes do setor cultural, entre outros, além de uma audiência formada por detentas e convidados.

O Concurso é organizado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro (Seap-RJ), por meio da Coordenação de Unidades Prisionais Femininas e Cidadania LGBT (COFEMCI), e envolveu mais de 150 detentas, incluindo 21 mulheres trans, de sete unidades prisionais do estado do Rio de Janeiro, durante as etapas classificatórias.

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