Uma vez, o cronista Antonio Prata disse que crônicas são gambiarras literárias e que por isso que os brasileiros são tão bons cronistas. Os cariocas, então, alguns dos melhores. A sagacidade e a criatividade que esse tipo de texto exige tem tudo a ver com o improviso necessário nas gambiarras – que também são especialidade dos habitantes das terras tupiniquins e, obviamente, do Rio de Janeiro, também.
Na entrevista que fizemos para o Mesa Viva, com Vitor Almeida, da página Suburbano da Depressão, as gambiarras foram um dos assuntos. A gambiarra que ilustra este texto, inclusive, foi citada. É genial colocar um ar condicionado de casa em uma van. Quem precisa da Nasa?
Parênteses: o programa Gambiarra Carioca merece atenção de vocês, gambiarricos leitores.
Falando em Nasa, as pessoas sempre brincam que a Nasa deveria estudar o brasileiro. Em muitos casos, por conta de gambiarras. Contudo, acho que essas que devem ser estudadas. É coisa nossa. Vitor comentou na entrevista que existem teses sobre o assunto. Justo! Muito merecido.
O que não faltam são exemplos de gambiarras geniais. As que mais gosto são: tijolo que vira base de churrasqueira e caixa d’água ou piscina (quem sabe máquina de lavar) que vira freezer para conservar bebidas geladas. Prego para prender correia de chinelo, confesso que já usei, também.
E você, carioca, qual a sua gambiarra preferida? Tem uma lista nessas imagens abaixo.
De acordo com o dicionário Hoauiss (2001), o termo gambiarra tem etimologia de origem “contraditória e duvidosa”. Talvez essa crônica, especificamente, seja uma gambiarra literária, então. Todavia, “gambi” em italiano significa haste, perna, suporte e o sufixo “arra” é uma expressão usada para algo que teve sucesso mesmo que tardio…
O que eu lamento e choro é que a tradição das festas juninas esteja acabando e dando lugar a mais uma dança de escola de samba. Triste demais!
Amei a churrasqueira ???