A Imprensa Popular Carioca

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Tenorio Cavalcanti Cesar Maia (Democratas) fez uma grande análise da imprensa popular carioca, que hoje tem como expoetes jornais como “Extra”, “Meia Hora’” e outros que são conhecidos por suas capas: “Bunda, Futebol e Crime”.

 

O ex-prefeito relembra dos jornais “A Notícia” de Ademar de Barros e a “Luta Democrática” de Tenório Cavalcanti (aconselho a assistirem ao excelente “Homem da Capa Preta”, o Canal Brasil tem passado). estes jornais chegando ao “O Dia” e como eram usados politicamente.

 

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Fiquem com o artigo de Maia em seu ex-blog.

 

 

A IMPRENSA POPULAR: SEUS DESTAQUES E CONTRADIÇÕES!

1. O Rio tem uma tradição de imprensa popular que vem do Império, com críticas, blagues, exposição das autoridades e das pessoas conhecidas, cobertura do carnaval da época… Hoje a imprensa popular do Rio, na região metropolitana ou na capital, circula por habitante, o dobro de SP-RM e capital. É fato que vender em banca de jornal todo dia e manter a circulação é uma tarefa complexa, e requer atrair a atenção com manchetes chamativas.

 

2. A imprensa popular no Rio, inclusive, teve papel político extremamente relevante, desde "A Notícia" de Ademar de Barros (venceu no Rio-DF a eleição para presidente da república em 1955), passando pela "Luta Democrática" de Tenório Cavalcanti (deputado mais votado do antigo Estado do Rio, com base na Baixada e depois com quase 20% dos votos para governador da Guanabara) e finalmente "O Dia" de Chagas Freitas e suas bancadas.

 

3. É através dela que as pessoas de menor renda têm acesso à imprensa escrita, e com isso se informam e, especialmente no passado, aprofundam seus conhecimentos da língua. Por isso tudo, não é preciso falar da importância da imprensa popular. No Rio, ela circula por dia (incluindo os domingos, na média), com quase 500 mil exemplares, além dos que são lidos nas bancas.

 

4. O que este Ex-Blog entende como um excesso é a cobertura do noticiário policial com superexposição dos bandidos, banalização da violência, a escandalização das tragédias, as mulheres nuas, especialmente a fixação por bundas (onde servem gratuitamente à venda das revistas masculinas). Entende-se por suas características os destaques dos capítulos das novelas como se fossem realidade e a cobertura do futebol e das escolas de samba.

 

5. O ponto alto da imprensa popular é a cobrança sobre os governos e suas obrigações (naturalmente pela venda em banca), a cobertura dos fatos que afetam os servidores públicos e aposentados do INSS. Certamente são também serviços públicos que ela presta.

 

6. Mas é inevitável que aqueles tipos de destaques citados na capa, no afã de ampliar as vendas diretas, terminam por dar à imprensa popular uma característica basicamente masculina e a banalizar a violência, o que cria um palco para a delinquência.

 

7. O Rio é a capital da imprensa popular e esse é um patrimônio nosso de mais de cem anos, mas que deveria ser revisto, progressivamente, sem que as fórmulas de Ademar e Tenório, devam ser -ainda- as referências, nos dias de hoje.

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