A pecaminosa origem da Rua São Clemente

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O nome de santo da famosa via do bairro de Botafogo esconde uma história curiosa, com algumas divinas passagens e um desfecho inesperado.

Em 1628, Clemente Martins de Matos, filho do militar e político Álvaro de Matos e de Marta Filgueira, nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Durante a adolescência, como era comum entre as famílias mais ricas, Clemente foi enviado para um seminário, em Lisboa, onde deveria ser ordenado padre.

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Consta que o jovem Clemente aprontou muito, envolvendo-se com mulheres, e que, por isso, teria sido expulso do seminário. Para qualquer um, teria significado o fim das pretensões de uma carreira na Igreja; mas não atrapalhou Clemente, que não era qualquer um”, conta o Antonio Augusto Brito, no site Curta Botafogo.

Contando com a influência da família rica e repleta de contatos, Clemente terminou, em Roma, seus estudos para ser padre e voltou para o Brasil em 1650.

Rua São Clemente em 1832 A pecaminosa origem da Rua São Clemente

Também graças à ‘meritocracia’, Clemente foi galgando cargos importantes na Igreja: vigário-geral, arcediago e tesoureiro-mor, até chegar à condição de substituto do bispo”, destaca Antonio Augusto Brito.

Ao fim de sua gestão como tesoureiro-mor, o velho prédio da Sé – a igreja de São Sebastião, no alto do Morro Castelo – estava caindo aos pedaços, enquanto Clemente havia enriquecido ao ponto de adquirir, em 1680, o equivalente ao bairro inteiro de Botafogo.

As terras de Clemente tinham como limite a Enseada de Botafogo, a Lagoa de Sacopenapã (hoje Rodrigo de Freitas) e os morros de São João e Dona Marta, este último batizado em homenagem à mãe de Clemente.

São Clemente 1950 A pecaminosa origem da Rua São Clemente
São Clemente 1950

A modéstia também não era o forte do padre Clemente. Nas terras compradas, ele fundou uma fazenda – a Fazenda do Vigário-Geral ou de São Clemente, em homenagem ao santo de mesmo nome. Talvez porque Deus perdoe a todos que se arrependam, o padre Clemente ergueu uma capela dedicada a… São Clemente! E, por fim, mandou abrir um caminho da Enseada de Botafogo até a capela, que batizou de… isso mesmo: São Clemente!”, afirma Antonio Augusto Brito.

Em junho de 1702, padre Clemente faleceu. Seu legado já estava construído. E segue entre nós, como a Rua São Clemente.

 

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1 COMENTÁRIO

  1. Essa e outras histórias sobre o tradicional bairro da zona sul carioca estão no livro “Histórias de Botafogo”, que o jornalista Antonio Augusto Brito, editor do site Curta Botafogo (www.curtabotafogo.com) lança no próximo dia 17, às 19h, na Livraria da Travessa de Botafogo (rua Voluntários da Pátria 97).

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