A questão da segurança nas trilhas do Rio de Janeiro

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Fazer uma trilha no Rio de Janeiro pode ser extremamente prazeroso, mas também perigoso. Caminhar pelas belas paisagens naturais que nossa cidade dispõem pode ter consequências negativas. Infelizmente. Nesta quarta-feira, um grupo de turistas passou por essas tais consequências negativas e foi assaltado em uma trilha no Parque Lage, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio.

Além de serem regiões mais afastadas dos grandes centros e da concentração de pessoas, o eterno debate de quem deve fiscalizar e ser responsável pela segurança nas trilhas dificulta que ações efetivas de sejam definidas e implantadas.

Enquanto isso, quem gosta e trabalha com essa atividade na cidade do Rio de Janeiro tem que dar um jeito. As soluções são muitas, mas sempre paliativas.

“Essa trilha que aconteceu o problema com os turistas, eu não faço no verão. Tem outras como a da Pedra da Gávea que, nessa época do ano, eu só faço pela manhã, bem cedo, pois no período da tarde é que costumam acontecer mais ocorrências de crimes. São trilhas mais visadas. O que nós fazemos é isso: saber os horários certos e os locais, caminhos mais seguros. Eu nunca fui assaltado fazendo meu trabalho. E há muito tempo não acontece nada do tipo com ninguém do Rio Ecoesporte, nem nossos clientes”, conta Marcelo Bueno, gerente do grupo Rio Ecoesporte, responsável por diversas ações que levam pessoas para fazer trilhas pela cidade.

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Como a maioria das pessoas não registra ocorrência quando é vítima de um crime em uma trilha, fica difícil mensurar, em números, o tamanho real do problema. Mas os relatos são constantes e, muitas vezes, assustadores.

E quem fica responsável pela segurança? Trilheiros defendem que, por estar dentro do Parque Nacional da Tijuca (PNT), a segurança da trilha Parque Lage/Corcovado, que os turistas faziam quando foram assaltados, seria de responsabilidade federal. Quem costuma fazer a trilha diz que existe patrulhamento da Guarda Municipal e da Polícia Militar no Parque Lage e na parte alta, no entorno do Cristo Redentor e do Centro de Visitantes Paineiras, por serem de áreas turísticas. No entanto, não há uma polícia encarregada de monitorar as trilhas em si.

Responsável pelo policiamento ostensivo no estado, a Polícia Militar informou que não atua dentro do Parque Nacional da Tijuca. Segundo a PM, a tarefa cabe à Polícia Federal, já que a área é da União. A PF, por sua vez, disse, em nota, que “a segurança de particulares e seus bens compete aos órgãos de segurança estaduais quando inexistente lesão direta à União”, destaca um trecho de uma matéria do O Globo, de 2015.

Estudiosos do assunto dizem que é a União a principal responsável, porém, não cabe à Polícia Federal esta atribuição. De acordo com os especialistas, a solução pode estar em parcerias entre Federação, Estados e Municípios para que PMs e Guardas assumam a função, ou a implementação de seguranças privados, pagos ou pela máquina pública ou por empresários interessados.

“Nós temos uma reunião marcada com a Secretária de Turismo. Então acho melhor falar com mais detalhes depois, mas creio que a Polícia Ambiental [CPAm] possa ser responsável pela segurança nas trilhas”, opina Marcelo Bueno, do Rio Ecoesporte.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Assim, caso a segurança fique a cargo das forças de segurança pública estadual, convém haja indenização (custeadas as despesas) pela União através de um convênio entre os entes.

  2. O fato é que a Polícia Federal não cumpre bem o seu trabalho.
    As chefias da instituição, como governantes que conduziram o país durante décadas, fizeram com que o órgão se desincumbisse seletivamente de missões que lhe foram confiadas pela Constituição.

    Vejam o exemplo do enfrentamento a entrada de armas e drogas (que não produzimos aqui no nosso território) do estrangeiro, seja para o nosso mercado, ou de passar como rota para além das nossas fronteiras…

    Que ações a Polícia Federal fez? Pouquíssimas! Esse combate foi deixado às forças de segurança estaduais.

    Isso é uma vergonha!

  3. A Polícia Federal compete as funções de Polícia Judiciária da União como Preventiva da Segurança Pública.

    Se não fosse isso, subentendido que seja, como justificar que a própria Constituição previu que nas rodovias federais como nas ferrovias federais fossem estas protegidas por órgãos próprios que são as polícias Rodoviária Federal e Ferroviária Federal?

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