A volta de Eike Batista? Ex-bilionário consegue capital chinês para expandir seus negócios

Parceria com os asiáticos prevê uma série de projetos audaciosos e que estavam engavetados pelo empresário; incluindo um gasoduto que liga o Brasil ao Paraguai, minas de ouro e energia renovável

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O empresário Eike Batista durante depoimento da CPI do BNDES

Segundo informou o portal Brazil Journal, o empresário Eike Batista, condenado pela Justiça por uma série de crimes (veja abaixo), está disposto a reerguer seu império e influência no mundo do business.

Para tal tarefa ambiciosa, o magnata vai contar com uma ajuda internacional de peso, o China Development Integration Limited (CDIL), um veículo de investimento ligado ao governo da China e baseado em Hong Kong. Este investidor graúdo é famoso no mercado internacional pelo seus projetos audaciosos e já sinalizou a intenção de dar a Eike Batista uma nova chance de recuperar sua credibilidade e patrimônio. Os recursos do CDIL são considerados por especialistas “quase ilimitados”.

Depois de ver sua fortuna diminuir consideravelmente nos últimos anos, em função de uma série de relações políticas obscuras e casos de corrupção, Eike, de acordo com informações da reportagem, tem uma lista secreta com pelo menos 11 projetos que ele batizou de “unicórnios“. Dentro desse planejamento, estão inclusos um gasoduto que liga o Brasil ao Paraguai, novas minas de ouro, energia renovável e nanotecnologia.

A matéria relata que Eike não desistiu dos seus projetos durante esse período de ostracismo, tendo sempre como entraves para tirá-los do papel, a limitação de capital, em função da imagem arranhada junto aos investidores nacionais e internacionais. Agora, conseguiu um investidor invejável.

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China Development Integration Limited (CDIL), quem é o investdor por trás da possível volta de Eike Batista aos holofotes?

O CDIL tem sido um participante ativo da Belt and Road Initiative, o projeto pelo qual a China tem aumentado seu poder geopolítico investindo na infraestrutura de dezenas de países ao redor do mundo desde 2013.

O “cupído” que uniu os chineses e Eike foi a Rubicon Capital Partners, uma gestora recém-criada pelo executivo carioca, Pedro Pinto Guimarães, que passou mais de cinco anos na PetroRio, deixando a empresa há um ano. Enquanto estava na Petroleira, Guimarães conheceu investidores chineses e sauditas que estavam avaliando co-investimentos com a empresa.

A nova empreitada entre os asiáticos e o ex bilionário terá a seguinte configuração: Eike aporta seu pipeline de projetos (incluindo ativos e ativos opcionados) e o CDIL entra com o capital, que muitos consideram infinito, além de ter como tentáculos diversos bancos e estatais chinesas que serão responsáveis em fornecer máquinas, equipamentos e serviços. Já no que se refere a commodities agrícolas ou metálicas, o grupo garantirá a compra da produção na forma de offtake agreements (Contrato de Compra Mínima Garantida).

Eike “é um dos maiores desenvolvedores de recursos naturais da história,” o chairman do CDIL, Andy Lai, disse ao Brazil Journal numa videochamada por Zoom de Hong Kong.

Ele desenvolveu uma das maiores minas do mundo [o projeto Minas-Rio, que hoje pertence à Anglo American], conhece os dados sobre as grandes reservas ainda inexploradas e botou de pé os maiores projetos de infraestrutura do Brasil. Para nós, aproveitar seu conhecimento e experiência é algo sábio.”

O jornal também apurou que os chineses pediram a entrevista como forma de se apresentar à sociedade e agentes de mercado brasileiros. Segundo Lai, os chineses e Eike têm outra coisa em comum: uma cabeça que pensa projetos com horizontes de 30, 50 anos.

Os chineses viram o Açu, a OGX e a MMX e disseram, ‘O Eike pensa muito como a gente, mas isso tudo que ele fez é coisa para governos fazerem, é escala de governo’” disse Pedro Guimarães, da Rubicon.

Segundo ele, Eike contribuirá com sua “cabeça estruturante”, e o CDIL ajudará com capacidade de gestão.

Para a chinesa CDIL, seus investimentos conjuntos com Eike vão atingir dezenas de bilhões de reais, da mineração à infraestrutura. O grupo contratou o escritório de advocacia, Lefosse, para representá-lo no Brasil.

Para viabilizar a execução dos projetos, os sócios montaram uma holding em Hong Kong: o CDIL terá participação majoritária, mas “mais ou menos 50/50”, disse Edmond Amir, um executivo francês especialista em modelagem financeira de grandes projetos que é o chefe da área internacional do CDIL. O negócio prevê que os chineses arquem com os R$ 800 milhões da multa que Eike terá que pagar como parte de seu acordo com a Procuradoria Geral da República (PGM).

A mineradora MMX é o primeiro teste da nova parceria, e anunciou semana passada que o CDIL está negociando com os credores as dívidas da empresa e pretende tirá-la da recuperação judicial.

O pacote de projetos também contempla a criação de um parque de energia solar de 1.100 megawatts de capacidade, com os primeiros 300 sendo construídos numa área adjacente ao Porto do Açu. Os painéis devem ser fornecidos pela chinesa Trina Solar, uma das maiores produtoras de placas solares do mundo.

A tarifa de energia no Brasil é a melhor do mundo,” disse Amir, que ficou no Brasil de dezembro a fevereiro negociando com Eike e visitando os ativos.

Na infraestrutura, o CDIL está tentando ser parte da solução em Viracopos. Amir e Guimarães já estiveram com o Ministro Tarcísio Gomes e com o controlador da Triunfo, que é sócia da concessionária. A ideia é fazer um aporte de capital para manter a concessão nas mãos do consórcio, evitando assim, uma nova licitação no fim do ano, de forma que os chineses possam desenvolver o aeroporto e a retroárea.

Questionado pela reportagem sobre o comportamento inadequado de membros do Governo brasileiro contra a China, Lai foi categórico:

“Não podemos agradar a todos. Cada um terá sua opinião pessoal, mas só fazemos o que é correto e seguimos a lei. Nós tentamos evitar as questões políticas. Se o projeto é economicamente viável e benéfico para a população e para o país, este é o nosso critério básico.”

Depois da ascensão e da queda, Eike Batista, ao que tido indica, tem, literalmente, uma chance de ouro para ressurgir no mundo corporativo e dos investimentos.

Condenações de Eike Batista

No dia 12 de fevereiro deste ano, Eike Batista foi condenado pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro à pena de 11 anos e 8 meses de prisão por crimes contra o mercado de capitais, além do pagamento de multa de R$ 871 milhões pelos crimes de uso de informação privilegiada e manipulação de mercado. Esta é a terceira condenação de Eike Batista pela 3ª Vara Federal Criminal por crimes contra o mercado de capitais. A soma das penas alcança 28 anos de prisão.

Ele foi condenado também a mais 30 anos de cadeia pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, em operação desdobramento da Lava-Jato. No ano passado, o acordo de delação premiada de Eike Batista celebrado com a Procuradoria Geral da República (PGR) foi homologado pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o empresário se comprometeu a pagar R$ 800 milhões de multa.

Eike Batista recorre em liberdade, apesar de já ter sido preso em duas ocasiões, durante operações da Lava Jato. Em 2019, chegou a ficar preso durante dois dias, mas foi libertado por ‘habeas corpus’.

Como não houve inscrição do acusado ou de seu representante legal para sustentação oral na sessão de julgamento da CVM, esta ocorreu por meio de sistema eletrônico interno.

Eike é dono de um dos restaurantes mais badalados da cidade, o Mr. Lam, com localização premiada junto à Lagoa Rodrigo de Freitas, e este segue com excelente movimento e é um dos queridinhos da galera da Zona Sul e da Barra. É inegável que Eike, em seu período de ouro, foi um dos empresários que mais defendeu a bandeira de um Rio forte, tendo inclusive feito doações para diversos projetos, como a despoluição da Lagoa, o hospital da Criança, e diversas outras iniciativas.

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10 COMENTÁRIOS

  1. Sou fã desse cara ,não importa o que ele fez no passado ,todos tem direito de recomeçar. E eu sabia que seria questão de tempo para voltar na ativa

  2. Um detalhe chama a atenção. O financiador:

    “China Development Integration Limited (CDIL), um veículo de investimento ligado ao governo da China e baseado em Hong Kong.”

    “O CDIL tem sido um participante ativo da Belt and Road Initiative, o projeto pelo qual a China tem aumentado seu poder geopolítico investindo na infraestrutura de dezenas de países ao redor do mundo desde 2013.”

    Ahhh Brasil… Como você poderia estar melhor nessa história geopolítica mundial.

    Mas (governo estrangeiro com alguns aliados internos lesaram o país) plantaram problemas nos financiamentos e investimentos do BNDES, junto à Petrobras, às grandes construtoras brasileiras, em operações no exterior…
    Aquela Lava Jato com atuação política dividiu o país e dinamitou…

  3. Rum Batista, sucesso espero mesmo que de a volta por cima e seja um dos bilionário deste país, e derruba os invejosos, que Deus te dê sabedoria e que ele cuida da sua vida muita prosperidade, saúde logo vc sete o mais rico deste país.

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