Abel Silva lança ‘o caderno vermelho das manhãs’, com poesias escritas durante a pandemia

Livro marca 50 anos de carreira e tem lançamento dia 9 de junho, na Janela Livraria, no Jardim Botânico

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“Estou agora/ (pouco antes das 6 da manhã) / em meu quarto/ diante do móvel, / velho companheiro, / que me possibilita/ escrever em pé, / e como em todos os dias/ abro o caderno vermelho/ e exerço meu ofício/ minha sina/ minha crença”

(O caderno vermelho das manhãs).

Poeta, letrista, compositor e músico, Abel Silva está com novo livro, o 22º da carreira. “O caderno vermelho das manhãs”, está chegando às livrarias pela Editora 7 letras reunindo 72 poemas escritos durante a pandemia.  O prefácio, assinado pela jornalista Regina Zappa, dá o tom da prosa: “Abel é “um peregrino sem meca….as palavras do poeta semeiam o amor, a vida cotidiana, o sonho e o chão.  O medo, a dor e a beleza”. 

Depois de um pré-lançamento, que reuniu de Antonio Cícero à Roberto Menescal na Padaria Século XX, no Horto para uma tarde de “pão e poesia”, Abel Silva faz o lançamento oficial do livro na Janela Livraria, no próximo dia 9 de junho, a partir das 19h.

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Letrista e parceiro de compositores consagrados da MPB, como Moraes Moreira, Sueli Costa, Roberto Menescal e João Bosco, entre outros, e com vários sucessos no currículo, para criar seus versos, Abel costuma buscar inspiração em caminhadas pelo Jardim Botânico, bairro onde mora há mais de 45 anos. Com a pandemia, ele ficou restrito ao terraço da sua casa até o Jardim Botânico ser liberado. “Foi muito difícil e eu senti muito medo. Pensava muito no dia seguinte e no perigo rondando filhos, netos, amigos e parceiros. Ia colocando as letras no papel, em um desabafo diário”, explica ele, que criou uma rotina de escrever toda manhã, em pé e de jejum.

O medo e o tempo são palavras presentes neste último trabalho, sensação que ele relata na apresentação do livro: “escrever um livro em meio a uma pandemia é um trabalho na mira do punhal da imprevisibilidade, no balanço da corda estendida sobre o buraco negro do medo, não, não é a energia feliz e confiante do bailarino, é o corpo na resistência à ventania cedo pelas artinhas do inimigo covarde, invisível, letal”.

Por conta do ofício de letrista, os versos de Abel Silva têm uma melódica, é musical. Combinando as palavras com facilidade e fluência, ele escreve, de forma leve, sobre meio ambiente, política, tortura, amor, saudade e angústia.  O livro se completa com citações ilustres, como Mario de Andrade, Sofia Karam, além de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, em verso da música “Juízo Final”, que abre “Nas trincheiras da poesia”, um anexo.

“Trincheiras da poesia / Aqui se inicia

E vai até o fim deste “caderno” / O que escrevi

Em estado de confinamento em / Minha casa, devido

Ao “novo-coronavírus” cujo surto coincide, / Tragicamente, com os arreganhos

Do “velho fascimovírus”.

Espero escapar dos dois / Vivo e saudável.

Eu, meu país, a raça humana”

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