Adeus aos Especialistas

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Este texto está circulando pelas redes, e é tão bom que merece ser compartilhado por aqui também. O texto foi publicado no Facebook do procurador de Justiça do MPRJ e professor de Direito Penal na UERJ, Marcelo Rocha Monteiro, aqui está o link para o originalVale seguir o procurador.

O Globo de hoje (31/10) repercute, na primeira página, a entrevista dada pelo governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, à GloboNews, com destaque para a anunciada intenção de orientar “snipers” a abaterem bandidos armados de fuzil.

O jornal traz as opiniões contrárias dos “especialistas” e ONGs de sempre – aqueles mesmos que costumam dizer que “o Brasil prende demais”, “prender não resolve”, “a causa da criminalidade é a pobreza”, “precisamos de mais penas alternativas”, “a guerra ao tráfico é um equívoco”, enfim, o “pacote completo” da impunidade.



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Um professor afirma que “o abate de uma pessoa de fuzil só seria possível numa situação de guerra”, mostrando assim sua extraordinária incapacidade de entender que situação de guerra é exatamente o que vivem as diversas comunidades dominadas por facções criminosas fortemente armadas. Ontem, em plena luz do dia, imagens aéreas mostravam diversos traficantes caminhando tranquilamente pela Cidade de Deus – comunidade bem próxima da Barra da Tijuca.

Outra “especialista”, uma antropóloga, nos ilumina com a “informação” de que “não há base legal, polícia não pode atirar primeiro E PERGUNTAR DEPOIS”.

Perguntar o quê, minha senhora? Em quem o traficante votou no segundo turno?

Um terceiro “especialista” diz que “sniper” se usa “quando há domínio de terreno”; o que ele não consegue entender é justamente que, sem a neutralização dos criminosos armados de fuzis, jamais o Estado conseguirá retomar o domínio dessas áreas.

Para arrematar, a seção brasileira da Anistia Internacional, dando sequência ao que tem sido, no Brasil, uma atuação constrangedora para a boa reputação mundial dessa ONG, afirma que “o abate de criminosos de fuzil afronta a legislação brasileira”.

Não, não afronta. O artigo 25 do Código Penal autoriza o uso de força para repelir agressão atual ou iminente a direito próprio ou de terceiro. Fala-se em agressão atual quando ela já está acontecendo (o criminoso já está atirando, por exemplo). Fala-se em agressão iminente quando a conduta do criminoso representa uma ameaça a pessoas inocentes.

Se “especialistas” e ONGs entendem que traficantes armados de fuzis, em locais dominados por facções criminosas de altíssima periculosidade, NÃO constituem ameaça à vida de moradores e transeuntes, o problema não é de forma alguma de “afronta à legislação”.

O problema é de afronta à nossa inteligência.

Marcelo Rocha Monteiro, Procurador de Justiça do MPRJ, Professor de Processo Penal da UERJ.

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10 COMENTÁRIOS

  1. Quem ganha com esse “abate” Nao sera o policial porque vai entrar no ataque pra morrer também. Os pobres que moram na favela não moram lá porque gostam. Lá nas comunidades é onde se esconde todo o erro desde 1500. Quem vai ganhar com mais armas e mais munição rolando solta é quem assinou o contrato com a fabricante de armas, uma e Taurus, fora o restante de artilharia que está chegando do exterior. O senhor da guerra está no comando muito sedento de ver tudo começar e os bolsos encherem de muita, mais muita grana.!! Tudo dentro da lei, com apoio do governador do Rio e de seus eleitores.

  2. Colocar o policial para “abater” bandidos armados ao invés de investir em politicas em inibam a entrada de armas e drogas no país, é dar tiro no pé. Abate mas não impede a arma de chegar na favela e não equipa a polícia ou seja,bandidos continuarão armados até os dentes e policiais continuarão mal equipados e esse mesmo policial que é orientado a abater será obrigado a entrar em favelas virando caça (muito mais do que já é), e além disso, nesse meio morrerão inocentes. Pobre continuará pobre…miserável continuará miserável…emprego continuará faltando…enfim…não se resolve problemas complexos com soluções simplistas do tipo “abater”.

    • Li seu comentário e quero externar meus cumprimentos por defender posições tão corretas e tão corajosas porque trazem para o debate a lucidez e a serenidade necessárias para que possamos alcançar soluções reais, consequentes e concretoas que superem nossos dramas sociais sem gerar ainda mais dores e injustiças, como, por exemplo, a morte de tantos inocentes em áreas conflitadas nas grandes cidades brasileiras!!!

  3. Quero ver esses que defendem bandido se tornarem vitimas deles e continuar defendendo.
    Vai marar na favela e não dormir com os tiros..
    Vc ja viu bandido ser bom é por isso que ele só fica bom morto.

  4. E, começou a caça. Hoje são os “armados”, amanhã será o gays, depois negros, índios e quem o sistema achar que deve. Um simples Governador não tem o poder de mudar as leis penais, esse senhor como juiz sabe disso. Dar carta branca para a policia matar só e aumentar o caos nesse estado.

    • Você quer que faça o que contra bandidos armados de fuzil e metralhadora ? Por favor senhor, pode fazer a gentileza de colocar suas armas no chão e deitar de bruços. Onde entram indios e negros com traficantes armados ? Caia na real e deixe de politizar o assunto.

  5. Resta saber se tal entendimento é ratificado na atuação do MPRJ, quando Agentes Policiais, em serviço, se envolvem em troca de tiros com traficantes. Em regra, oferecem denúncia em desfavor dos mesmos.

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