Alerj aprova tombamento do Clube Tamoio, em São Gonçalo

Decisão final sobre tombamento ou não está na mãos do governador Cláudio Castro; Tamoio é muito popular entre os gonçalenses

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Clube Tamoio, em São Gonçalo - Foto: Reprodução/Google Maps

Foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na última quarta-feira (02/03), o tombamento por interesse social, histórico e cultural do Tamoio Futebol Clube, localizado no bairro Zé Garoto, em São Gonçalo, Região Metropolitana fluminense.

A votação se deu de forma nominal e 22 deputados foram favoráveis ao tombamento, com 15 contrários e duas abstenções. O projeto de lei 5.064/21, de autoria da deputada Zeidan (PT), agora segue para sanção ou veto do governador Cláudio Castro, que tem até 15 dias para decidir.

Fundado em 1917, o Clube Tamoio era o responsável por abrir o Carnaval carioca entre as décadas de 60 e 80, tendo seus concursos de fantasias luxuosas sendo transmitidos pelas emissoras de televisão da época. Os bailes que aconteciam no local também eram bastante conhecidos na cidade. Atualmente, são mais de 20 mil associados.

”O Tamoio é patrimônio material e imaterial do povo gonçalense e de todos os fluminenses. Os moradores de São Gonçalo têm no clube a sua mais forte referência de lazer e vida social. Quem em São Gonçalo nunca foi a uma festa de debutantes no Tamoio? Quem no município nunca passou um domingo de sol por lá? Um clube com tamanha importância na vida das pessoas não pode deixar de existir ou ter suas funções alteradas, principalmente em uma cidade tão carente em opções de lazer e projetos sociais”, defendeu Zeidan.

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Corroborando com Zeidan, a também deputada Martha Rocha (PDT), que já foi titular da Delegacia de São Gonçalo, reforçou que o imóvel seja utilizado para a cultura, lazer e a oferta de serviços públicos à população local.

”Fui delegada em São Gonçalo e sei da falta de equipamento de proteção às mulheres vulneráveis, e que a delegacia do município está entre as que tem o maior índice de violência no estado. Eu não preciso ter nascido lá para não entender a dor da população. É direito daqueles que se preocupam com São Gonçalo questionar os motivos de não se aproveitar aquele local para colocar ali um centro de cidadania, um centro esportivo, um centro de enfrentamento à intolerância religiosa, de proteção às mulheres e crianças. Estamos querendo garantir que aquele espaço não seja vendido. É importante ser construído ali um equipamento de cidadania”, afirmou.

Vale ressaltar que todo o acervo histórico e cultural existente no imóvel, bem como todo o mobiliário, adornos e equipamentos que compõem o clube, também deverão ser tombados pelo estado. O tombamento proíbe qualquer destruição, descaracterização ou mudança de uso do imóvel em questão, bem como a transferência definitiva de suas atividades, sendo somente admitida a transferência provisória em caso de necessidade decorrente de eventuais obras.

O Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) procederá ao registro do tombamento do referido imóvel no Ofício de Registro de Imóveis competente.

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