A Alerj já teve uma CPI das Milícias, em 2008, e que jogou luz nestes criminosos que na época recebiam aplausos de parte da população e elegiam políticos assumidamente milicianos. A CPI catapultou a carreira política de Marcelo Freixo, que até hoje anda com seguranças devido as denúncias no relatório final. O relatório final pediu o indiciamento de 225 políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis.
Hoje a milícia é mais escondida, porém ainda elege seus políticos, felizmente, eles tem vergonha de se assumir assim. E se um socialista iniciou aquela CPI, um libertário na Alerj, o deputado estadual Alexandre Freitas (sem partido), apresentou na Alerj um requerimento de CPI para investigar a interferência de organizações criminosas na exploração de serviços e venda de produtos. Não limitado apenas às milícias, mas também ao tráfico.
Freitas é um defensor da liberação do porte legal de armas, e com várias fotos em seu Instagram com suas pistolas. Suas posições libertárias (para quem não sabe, é defender ao máximo as liberdades individuais) acabou levando ele a expulsão do Novo. E não teme as ameaças a sua vida:
“Se você quer deixar realmente sua marca no estado do Rio de Janeiro, se você quer enfrentar aquilo que está errado e que precisa melhorar, você precisa botar a cara à tapa e enfrentar certos riscos. Quem quer roubar no estado, realmente encontra uma barreira no nosso mandato. Acho que as pessoas estão respeitando nosso trabalho, vendo que é sério, que não tem absolutamente nada de pessoal. O que a gente está fazendo é o que a gente entende que é certo e vai seguir fazendo independente de ameaça ou não“, diz o deputado.
A proposição – protocolada com o apoio de 33 deputados, quórum mínimo para instalação – pretende apurar a relação de organizações criminosas (notadamente narcotráfico e milícias) na criação de monopólios econômicos para beneficiar empresas e empresários na exploração de serviços e venda de produtos, como como telefonia, internet, luz, e outros, bem como os danos gerados para a população sujeita aos monopólios criados por meio de violência e coação.
No texto do requerimento, o parlamentar afirma que tomou conhecimento, através de relatos de moradores de áreas de risco, que organizações criminosas têm atuado em conluio com empresários para garantir o monopólio na exploração dos serviços de internet nas áreas em que exercem influência.
“Há fortes indícios de que o narcotráfico vende o monopólio para empresas clandestinas e as milícias atuam abrindo empresas para explorar os serviços, usando laranjas para figurarem como responsáveis”, diz Alexandre Freitas no texto do requerimento, informando saber que a prática foi expandida por diversas áreas do estado.
Segundo o parlamentar, a CPI deverá esclarecer em qual momento a relação das empresas prestadoras de serviços e venda de produtos passou da simples extorsão para a divisão de lucros, através do implemento do monopólio em certas atividades econômicas; e empresários, oportunistas, deixaram de ser vítimas, para se tornarem sócios das organizações criminosas.
“Caberá às investigações desta CPI demonstrar a natureza jurídica do valor repassado: se é produto de crime (extorsão) ou partilha de lucro (associação)”, conclui.