Alexandre Knoploch: Síndromes ocultas: evoluir na assistência é preciso

Sociedade inteira deve dedicar um olhar mais atento a quem sofre de transtornos não visíveis a fim de evitar perigosos equívocos

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Foto: Carordes

As pessoas com síndromes ou deficiências não visíveis enfrentam uma série de problemas em seu dia a dia. São pelo menos 4 milhões de brasileiros nessa condição, ou seja, 2% da população. O autismo, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a Síndrome de Tourette, a doença de Crohn, a deficiência intelectual, a visão monocular e subnormal e a fibrose cística são exemplos dessas síndromes. Os transtornos psiquiátricos, como ansiedade, fobias, síndrome do pânico e psicoses, assim como os pacientes ostomizados, também pertencem à categoria.

Imagine a seguinte situação. Uma pessoa que usa uma bolsa de colostomia devido a um tratamento contra uma doença grave, como o câncer, toma um ônibus cheio e não consegue demonstrar aos passageiros que precisa do assento preferencial – a não ser que levante a camisa e mostre a bolsa coletora. Ou um passageiro que sofre de fobia de avião e precisa de atenção especial por parte dos comissários se agita durante a viagem, sem receber ajuda.

Crianças ou adultos com TDAH, por exemplo, têm tendência a ficar nervosos e inquietos durante momentos que exigem paciência ou diante de um grande fluxo de pessoas, como filas de rodoviárias, aeroportos e até shoppings. O alvoroço pode causar apreensão e principalmente despertar a incompreensão de quem está próximo e não percebe as deficiências ocultas dessas pessoas. Casos de passageiros com síndromes não visíveis retiradas dos bancos amarelos dos ônibus sob olhares de reprovação aconteceram e continuam acontecendo.

Situações constrangedoras como essas podem e devem ser evitadas por meio de políticas de Estado. Iniciativas que permitam a fácil identificação de quem precisa de prioridade em locais públicos estão sendo tomadas em todo o mundo — a exemplo do cordão de girassol. O objeto torna possível uma assistência mais ágil e diferenciada, conferindo mais segurança e tranquilidade a toda uma comunidade e evitando equívocos que podem ganhar dimensões mais graves.
Porém, os acessórios de identificação não bastam para que seja dado um olhar mais cuidadoso por parte da sociedade na direção de quem tem deficiências ocultas.

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Políticas públicas que envolvam campanhas educativas e ampla assistência médica e psicológica direcionada são fundamentais para melhorar a qualidade de vida de quem sofre de tais síndromes e suas famílias. Os funcionários e colaboradores de empresas e estabelecimentos, como supermercados e companhias aéreas, devem receber orientação específica para dar suporte especial às pessoas com síndromes ou deficiências ocultas. A sociedade inteira agradece.

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