André Luiz Pereira Nunes – Rocha: um exemplo de garra e determinação

Colunista do DIÁRIO DO RIO conta a história do icônico volante Rocha

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Detentor de longas e loiras madeixas, Rocha até hoje é lembrado e reverenciado pelos torcedores de Botafogo e Palmeiras. Podia não ser um craque. Costumava até errar muitos passes, mas era um jogador extremamente eficiente na marcação. Há quem diga que foi o maior marcador que Zico teve nos gramados brasileiros.

Fora revelado pelo Olaria, em 1978, na época em que o clube da Rua Bariri tinha o polêmico Carlos Imperial como vice de futebol. Posteriormente atuaria por Campo Grande, Bahia, Botafogo, Palmeiras, XV de Piracicaba, Juventus e Vila Nova (GO), além da Seleção Brasileira. Rocha chegou a ser convocado por Telê Santana para um amistoso contra a Bulgária, em Porto Alegre, em outubro de 1981. Ele entrou no lugar de Toninho Cerezo, na vitória brasileira por 3 a 0. Ainda desfilou seu talento na Seleção Brasileira de Masters, comandada por Luciano do Valle. Foi justamente nessa época que descobriu a leucemia que posteriormente o mataria.

Era extremamente disciplinado, lutador. Queria ganhar sempre“, revela o técnico Zé Mário, que o dirigiu no Botafogo

No início de 1981, por intermédio de Carlos Imperial, seu passe foi negociado em definitivo com o Botafogo, que na oportunidade desembolsou 1,5 milhões de cruzeiros para contar com o seu futebol.

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O ápice de sua carreira, sem dúvida, foi durante o Campeonato Brasileiro de 1981. Ao lado de Ademir Lobo e Mendonça, o médio-volante de cabeleira loura foi fundamental na ótima campanha do Glorioso no certame.

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Rocha não desgrudava nem um segundo da marcação de Zico. Crédito: Revista Placar

Na semifinal, o Botafogo acabaria eliminado pelo São Paulo em memorável cotejo disputado no Morumbi, em 26 de abril de 1981. O escrete carioca vencia por 2 a 0, mas acabou superado em uma discutida e polêmica virada do tricolor paulista por 3 a 2.

Negociado por 50 milhões de cruzeiros, foi apresentado aos torcedores do Palmeiras pelo dirigente Nicola Racioppi, em abril de 1982.

Entre 1982 e 1985, Rocha foi um lutador dedicado no alviverde, ainda que seu reconhecido empenho não tenha resultado em conquistas. À exemplo do Botafogo, o Palmeiras vivenciava um incômodo jejum de títulos.

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Na fase palmeirense acompanhado por Baltazar e Jorginho. Crédito: Revista Placar

Em 1986, foi transferido para o Juventus. O clube da Rua Javari também apresentou o zagueiro Juninho, o goleiro Barbiroto e o atacante Reinaldo Xavier.

Vestindo o manto sagrado do “Moleque Travesso”, arrebatou o saudoso “Torneio Início” do Campeonato Paulista, uma atraente competição de tiro curto que infelizmente não mais existe.

Ainda jogou pelo XV de Piracicaba (SP) e depois pelo Londrina (PR). Seu último clube, como profissional, foi o Vila Nova, de Goiás, em 1989.

Praiano assumido, participava sempre das peladas de fim de ano na zona sul do Rio de Janeiro. Vascaíno convicto, não teve a oportunidade de defender as cores de seu time, embora tenham acontecido sondagens.

Falecido aos 39 anos, Jorge Luís Rocha de Paula sempre será um exemplo de dedicação, obediência tática e disciplina para os amantes do futebol bem jogado.

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André Luiz Pereira Nunes é professor e jornalista. Na década de 90 já escrevia no Jornal do Futebol e colaborava com Almir Leite no Jornal dos Sports. Atuou como colunista, repórter e fotógrafo nos portais Papo Esportivo e Supergol. Foi diretor de comunicação do America.
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