Andréa Nakane: Acompanhamento Carinhoso e Zeloso

Colunista do DIÁRIO DO RIO conta a história da acompanhante de idosos Telma Motta de Andrade

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Telma Motta de Andrade, 58 anos, natural de São Paulo, criada no Rio de Janeiro, e moradora de Queimados, estava desempregada há alguns anos, sem conseguir uma recolocação no mercado de trabalho, e em função disso, decidiu dar um outro rumo em sua vida laboral e enxergando uma oportunidade, tornou-se acompanhante de idosos.

Telma Motta, antes de dedicar-se integralmente a sua nova atividade, exerceu diversas funções, fato que lhe possibilitou ter algum tipo de renda para manter-se, já que ela é sozinha, e não conta com apoio de outro integrante familiar para se sustentar.

Quando atuava como motorista de aplicativo, Telma Motta, começou a perceber uma nova oportunidade, já que atendia muitas senhoras, que acabavam a contratando para levá-las ao mercado, consultas médicas, para realização de exames, entre outros compromissos, e pediam que ela ficasse à disposição delas durante todo o período, o que acarretava a cobrança de uma diária completa.

“Vi que o mercado está muito carente, porque como minha mãe falava, uma mãe é para 10 filhos e 10 filhos não é para uma mãe. Quando envelhecemos, acabamos não sendo tanto prioridade para os filhos, os filhos ficam sem ter tempo para seus pais.” afirma Telma Motta.

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Ao identificar esse nicho de mercado, Telma Motta, iniciou a divulgação de seus serviços pelas comunidades das redes sociais – @andradetelmamottade – e o resultado foi até rápido, começando com os acompanhamentos em dois dias da semana, mas logo chegando a completar toda a semana.

A média de valores cobrados por Telma Motta é de R$ 200,00 a R$ 300,00 por diária e ela já está investindo em uma formação mais técnica, estudando em um curso politécnico em gerontologia, justamente para acrescentar mais know how em seus serviços, que são acrescidos de amor e afeto, algo que muitos dos seus clientes demonstram sentir falta.

Telma Motta se emociona ao lembrar que cada acompanhante tem muitas histórias e que cada uma a marca de alguma forma muito singular. Ela lembra que recentemente, foi acompanhar uma idosa em um passeio de veleiro e ficou encantada com a alegria de sua contratante, que mergulhou e nadou tão lindamente, que parecia uma sereia.

Pensando em futuro, Telma Motta acredita que esse tipo de trabalho tende a aumentar, já que o envelhecimento da população brasileira está em progresso significativo, sendo muito necessário a oferta de profissionais qualificados para atender a essa demanda.  E ela acrescenta que, paciência, atenção, amor e muito carinho são imprescindíveis para quem quer entrar nessa área.

Ao ser confrontada com a célebre frase de Pitágoras – “uma bela velhice é, comumente, recompensa de uma bela vida” – Telma Motta diz que ao trabalhar com os idosos, percebeu que realmente está frase é muito verdadeira, pois se você teve uma boa vida, com boa alimentação, exercícios físicos, um bom salário, terá realmente uma fase mais tranquila, com boa saúde, mas ela ressalta que não é a realidade da maioria dos idosos no Brasil.

Seria ótimo não que cada parente estivesse mais presente na vida dos seus familiares mais idosos, porém, o turbilhão da vida moderna, acaba não propiciando uma dedicação pessoal mais intensa, e por essa razão, o trabalho da Telma Motta é vital, sobretudo, porque é carregado de muito afeto, atenção e cumplicidade.

Não é uma substituição, mas uma adição acolhedora e zelosa junto a quem tanto já ofereceu e que agora precisa de ter essa reciprocidade.

Cuidar de nossos idosos é pura retribuição por algo já recebido e, todavia, é tratar com toda  dignidade e humanidade, a memória viva de nossa própria existência.

Parabéns por sua sensibilidade e proatividade Telma Motta, você é peça fundamental nesse processo, que apesar de ter preço, tem um valor imensurável e que não pode ser contabilizado, mas sim sentido emocionalmente.

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entrar grupo whatsapp Andréa Nakane: Acompanhamento Carinhoso e Zeloso
Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.
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1 COMENTÁRIO

  1. Por favor, corrijam o texto. Não existe “curso politécnico”, nunca existiu isso. O curso de Gerontologia é um Superior de Tecnologia (tecnólogo) ou Bacharelado, sendo ambos cursos de graduação (nível superior). Ela cursa “tecnólogo em Gerontologia” ou “tecnologia em Gerontologia”; mas, politécnico é bizarro. Politécnico é outra coisa, totalmente diferente, significa “uma instituição ou um centro onde são ofertados cursos com viés tecnológico de diferentes áreas”; por exemplo, uma unidade de uma universidade onde estão alocados cursos de graduação voltados ao desenvolvimento e aplicação de tecnologias, como é o caso de engenharia civil, aeroportuária, metroferroviária, de energia etc.

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