Andréa Nakane: Entretenimento e Reflexão na Coxia das Multitelas

Colunista do DIÁRIO DO RIO conta a história do ator e produtor Pedro Paulo Osorio de Araújo

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Pedro Paulo Osorio de Araújo, 46 anos, é natural de Petrópolis, região serrana do estado e divide-se entre sua terra natal e a cidade do Rio de Janeiro, como morador de Botafogo, buscando trabalhar nos palcos do Brasil com a emoção do seu ofício de ator com propósitos, além da diversão.

Desde pequeno, sua expressão artística já despontava, mas foi na adolescência, quando ao cursar o ensino médio, em uma escola nos Estados Unidos, que Pedro Osório teve a certeza de que a arte cênica seria condicionante importante na realização de sua vida

Formado pela tradicional CAL, Pedro Osório estreou sua primeira peça profissional em janeiro de 2000, não só como ator, mas também como produtor, algo que ocorre recorrentemente no cenário cultural.

Sua predileção por textos profundos, mais densos, com grandes reflexões filosóficas acabou sendo uma de suas marcas registradas, tendo a oportunidade de trabalhar com nomes consagrados como Beatriz Segall, Sérgio Brito, Gerald Thomas, Marcos Nanini, Jaqueline Laurence, Guilherme Leme e Vera Holtz .

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No meio televisivo, Pedro Osório conta com participações especiais em algumas obras como Carga Pesada, na TV Globo e na novela infanto juvenil do SBT, Carrossel, agora disponibilizada, também no acervo da Netflix.

O atual espetáculo que Pedro Osório protagoniza, um monólogo intitulado, A PESTE, de Albert Camus, tem uma identificação plena com o momento vigente e até mesmo pela sua adaptação, já que ofertou a peça por meio da plataforma online, na verdade, uma das primeiras sessões de teatro a explorar esse novo meio, em agosto de 2020, após sua temporada presencial de grande sucesso desde 2018. A repercussão foi tão grande que Pedro Osório está até hoje em cartaz, sempre aos sábados, no espaço virtual, com uma tabela de preços variados e, até mesmo, com ingressos gratuitos.

Pedro Osório conta que até no que diz respeito a receita de bilheteria da peça ocorreu uma inovação: os espectadores assistem à peça e depois contribuem com o valor que qualificam merecedor por meio do PIX. Essa modalidade ajudou a ampliar ainda mais o público interessado.

Para uma maior atratividade, Pedro Osório a cada sessão traz convidados que ao final de sua encenação, realizam um bate papo com a platéia, que no ambiente de isolamento físico gerou ainda mais desejo de dialogar e efetivar trocas de ideias e percepções, gerando, assim, uma fusão perfeita de entretenimento com conteúdo reflexivo, alcançando uma audiência não só nacional, mas até mesmo internacional, com participantes da Inglaterra, Canadá, Portugal e até Vietnã.

“O bacilo da peste é o motivo usado pra discutir e alertar o público, através da compreensão dos fatos, que vão se revelando absurdos em uma sociedade egoísta e de como essa sociedade precisa gerar o conhecimento. Através da empatia, o autor, Camus, descobre a primazia do coletivo e a existência colocada como prioridade. O texto funciona como um bálsamo, que nos ajuda a enxergar por meio de uma tragédia ficcional a tragédia na nossa sociedade hoje. Essa peça investiga o indivíduo egoísta em um estado febril, dentro da sociedade doente.” declara Pedro Osório, demonstrando a ligação direta e envolvente com o momento vivenciado.

O ator acredita que o momento que o país atravessa não seja o mais auspicioso para o retorno imediato para a abertura dos teatros em caráter presencial, o que deverá ser feito de forma gradual e muito cautelosamente.

Pedro Osório continua trabalhando, produzindo, inclusive irá inscrever um novo trabalho no edital cultural da prefeitura, um texto teatral, resgatando a tragédia humana, política e social do acidente ocorrido em Brumadinho, em 2019.

O papel da arte atende a prerrogativa de diversão, mas também tem sua vertente de impulsionar um pensamento crítico e dessa forma provocar transformações, que de imediato são individuais, mas tem poder de fomentar a força do coletivo.

A arte reacende a esperança do encontro consigo e com o outro, de forma prazerosa e resiliente, por isso sua resistência é pura demonstração da nossa própria razão de existir.

Vamos ao teatro… no momento, por meio das opções on line e em um futuro próximo as salas, templos sagrados da cultura, nos acolherão com entusiasmo e muitos aplausos.

Ingressos para A Peste estão disponíveis no site da www.sympla.com.br

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Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.
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