Andréa Nakane: Fantasia guardada, fé renovada

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre o coreógrafo, professor de samba e diretor do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, Carlos Borges

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Carlos Borges, 47 anos, é morador do Engenho de Novo e tem no Carnaval uma relação tão próxima, que não consegue desassociar sua vida da maior festa popular brasileira, que encontra no Rio de Janeiro, um dos mais incríveis palcos para o espetáculo de cultura e música que agita a cidade no período de Momo.

Atuando como coreógrafo, professor de samba e atualmente diretor do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, Carlos Borges, está meio que sem rumo nesse ano de 2021, já que após 37 anos ininterruptos, a passarela do samba, a famosa Marquês de Sapucaí, não receberá em seu solo, a alegria e magia artística dos desfiles das agremiações cariocas, em função da pandemia do COVID-19.

Carlos Borges, que está à frente das alas de passistas da Vermelho e Branco Tijucana e também da ala maculelê, não consegue expressar o quanto está dilacerado, mas mantém a crença que em 2022, a festa será ainda mais esplendorosa, contando com a energia contagiante dos que amam, como ele, o Carnaval.

Espero que o Carnaval do próximo ano, venha com mais força e beleza… o Carnaval é muito importante, não só pela arte que propaga… mas a celebração ajuda muita gente … o Carnaval movimenta a economia da nossa cidade, representando nossa cultura… eu tenho certeza que ele voltará em 2022 mais lindo e empolgante.”, profetiza Carlos Borges.

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WhatsApp Image 2021 02 12 at 10.53.55 Andréa Nakane: Fantasia guardada, fé renovada

Como tantos artistas que vivem da Economia Criativa e do Show business, Carlos Borges também sofreu o revés de sua renda e considera-se até mesmo um privilegiado, pois teve seu vínculo com o Salgueiro mantido, além do auxílio emergencial aprovado para a cultura, a lei Aldir Blanc, que ajudou muitos trabalhadores do setor.

Para não pirar, Carlos Borges, que também é responsável por toda a produção do show da escola, no período da pandemia, intensificou suas performances como professor e dançarino, mas em plataformas virtuais, inclusive, elaborou um curso virtual chamado Sambando com o mestre Carlinhos, que ainda está disponível e pode ajudar aqueles que querem aperfeiçoar sua ginga, já se preparando para o próximo Carnaval. Quem tiver interesse pode encontrar informações detalhadas pode fazê-lo no Instagram.

Para o período de feriado mantido no calendário, Carlos Borges, fará algumas apresentações em eventos digitais e ficará quietinho, em casa, sonhando com a volta da sua paixão, que também é uma das fontes de seu ganha pão.

Assim como Carlos Borges, todos nós estaremos vivenciando um período carnavalesco incomum, sem brilho, sem empolgação, sem malemolência, sem azaração, sem euforia, porém, com muita esperança, com fé, com resiliência, com empatia e com convicção, que o Carnaval de 2021 deixará sua marca nefasta em nossas memórias, mas que o Carnaval de 2022, após um apogeu apoteótico de cura, com a vacinação de toda a população, nos permitirá vestir a fantasia e esbanjar a emoção que corre em nossas veias e nos faz sermos foliões da alegria, reflexo da compreensão, que a vida merece sempre ser celebrada, seja da forma que for.

Mas, se a mesma for atrás de um bloquinho, sendo componente de uma escola de samba ou simplesmente contemplando a animação alheia, isso sem dúvida, alguma nos permitirá reforçar nossa identidade de cariocas, que sabem aproveitar a vida como ninguém e que tem em seu próprio enredo, a nota dez garantida.

Não aglomere, respeite os protocolos sanitários e tenhamos lucidez para não deixarmos, ainda mais, que o vírus ganhe destaque nesse momento, ainda muito delicado, que merece nossa atenção e sobretudo zelo.

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lapa dos mercadores 2024 Andréa Nakane: Fantasia guardada, fé renovada
Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.
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