Andréa Nakane: Luz, câmera, ação… e emoção

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre o curta-metragem ''Clara Esperança'', dirigido por Diego Alexandre

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Diego Alexandre - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Diego Alexandre, 30 anos, é mineiro, de Conselheiro Lafaiete, mas optou por morar no Rio de Janeiro, em Botafogo, justamente para desenvolver mais sua grande paixão e vocação: a arte de ser cineasta.

Jornalista de formação, Diego Alexandre sempre sentiu grande atração por trabalhar na área audiovisual, o que lhe levava a uma constante busca de aprendizado por meio de workshops de curta duração. Justamente em um desses momentos, ele foi convidado pelo cineasta Luiz Carlos Lacerda para ter sua primeira experiência profissional na área como estagiário. Posteriormente, ao realizar um curso de Assistência de Direção com diretor Hsu Chien, Diego Alexandre definitivamente conseguiu abrir as portas para o mercado de trabalho, em uma área que lhe seduzia desde menino.

”A primeira vez que pisei numa sala de cinema foi em 1999 para assistir à animação ‘Tarzan’, da Disney. Eu tinha 7 anos de idade e nunca mais esqueci o momento em que entrei naquele corredor escuro, iluminado por uma tela enorme com o filme já sendo projetado. Eu sou da geração que cresceu grudada na TV assistindo a filmes na Sessão da Tarde e alugando fitas nas videolocadoras. Sempre fui viciado em filmes desde muito pequeno. Ainda criança, comecei a colecionar filmes e mantenho esse hobby até hoje. Primeiro em VHS, hoje em DVD e Blu-ray. Sem contar os cartazes de cinema, livros, revistas, discos… Sou um grande entusiasta e defensor da mídia física”, explana Diego Alexandre.

Em sua curta trajetória, Diego Alexandre já tem um portfólio de grande projeção que tem lhe posicionado como um dos mais promissores cineastas da nova geração, lhe fornecendo oportunidades de trabalhar com pessoas que há muito já admirava.

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Seu primeiro set, em 2014, foi o longa-metragem ”Introdução à Música do Sangue”, de Luiz Carlos Lacerda, onde trabalhou com nomes como Ney Latorraca e Bete Mendes. Em 2021, Diego Alexandre trabalhou com Gloria Pires, sua atriz preferida, na comédia ”Desapega”, dirigida pro Hsu Chien. Agora em 2022, trabalhou em ”Apaixonada”, de Natalia Warth, protagonizado por Giovanna Antonelli, com filmagens de algumas cenas na Argentina.

Porém seu reconhecimento atual, está sendo como diretor e produtor, do curta-metragem ”Clara Esperança”, um documentário que traz um recorte pouco conhecido da vida de Clara Nunes, através da história da sua irmã, a costureira Maria Gonçalves, que lutou durante décadas pela preservação da memória da cantora através da fundação da creche e do memorial que levam o seu nome.

Já tendo participações em diversos festivais nacionais e internacionais, o curta-metragem ”Clara Esperança” tem conquistado diversas honrarias como, Prêmio de Melhor Cineasta Brasileiro no BIMIFF – Brasil Internacional Monthly Independent Film Festival e o Prêmio de Melhor Roteiro de Documentário pelo Júri Popular no @rotafestival, e ainda ganhou Menção Honrosa no Prêmio Aquisição ROTA / Cardume. De acordo com a organização do festival, 1/3 do total de votos na categoria foi nesse trabalho.

”Também tive a oportunidade de dirigir dois longas infantis como diretor contratado, ‘Família Craft em Meu Vizinho é um Vampiro’ e ‘Família Craft e a Escola Assombrada’, ambos em fase de pós produção. Em 2021, o meu roteiro de curta-metragem ‘Vida Boneca’ (ainda inédito) foi o grande vencedor do V ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual, num concurso que recebeu 832 inscrições. No mesmo ano, fui convidado a me tornar membro da ABRA – Associação Brasileira de Autores Roteiristas, o que me deixou muito orgulhoso”, declara Diego Alexandre.

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Quando fala de sua mudança para a cidade do Rio, Diego Alexandre não poupa elogios ao cenário naturalmente cinematográfico que a cidade oferece, citando inclusive seu pioneirismo em ser, em 1898, palco da primeira filmagem no Brasil, que registrou imagens da Baía de Guanabara, abrindo um caminho para que surgissem na cidade muitos dos maiores cineastas nacionais, além de ser pólo de importantes movimentos da cinematografia tupiniquim e locação de centenas de filmes que fizeram história no cinema brasileiro.

Diego Alexandre dá uma dica bem bacana para quem curte a cidade e gosta de cinema: ”Um dos meus preferidos é ‘Orfeu’ (1999), de Cacá Diegues. Apesar de ser uma história trágica, é uma obra que retrata com muita fidelidade os costumes do carioca e as belezas da cidade, captadas pela lente de um dos mestres da fotografia, Affonso Beato”, recomenda o jovem cineasta.

Com o audiovisual em grande projeção, sobretudo pela demanda de streaming, Diego Alexandre reconhece que essas plataformas tem sido fundamentais para a própria sobrevivência do mercado nacional, já que é explícito a ausência de políticas públicas para o setor e, ainda, tendo sido aniquilado os mecanismos de fomento conquistados anteriormente.

Porém, Diego Alexandre acredita no potencial do setor, além do seu próprio, e por isso mesmo, no ano passado fundou sua produtora, a Amuleto Filmes, tendo a inspiração para seu nome uma singela homenagem ao cineasta Nelson Pereira dos Santos, com o filme ”O Amuleto de Ogum” (1974). O intuito principal desse lado mais empreendedor de Diego Alexandre é facilitar a inscrição de seus projetos pessoais em editais, e assim, galgar mais visibilidade e apoio. Quem quiser acompanhar os próximos passos dele, pode segui-lo no Instagram: @diegoalexandrecine.

Como arte que é, o Cinema é um dos componentes vitais para deixar nossa vida, muito mais plena, seja por meio da fantasia ficcional, que nos revela sentimentos diversos ou pelo retrato não ficcional, que nos permite conhecer histórias, marcos e momentos da humanidade, em todos os âmbitos, globais ou locais.

Prestigiar as produções nacionais é ato valorativo, de grande senso de pertencimento, que permite o congraçamento de gerações em torno do seu presente e passado, mirando em um futuro, que almejamos, realmente épico e emocionante.

Aplausos intensos e contínuos a toda a cadeia produtiva do audiovisual. Sem esses trabalhos sensíveis e nobres, a gente seria muito menos felizes. Viva o Cinema Nacional, eternamente!

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Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.
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