Andréa Nakane: O desafio nas quadras e fora delas

O basquetebol feminino no Brasil registra histórias de mulheres, consideradas pioneiras, ao dar visibilidade ao esporte nas décadas de 60 e 70

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Silvia Spolidoro, nasceu em Uberlândia, MG, mas atualmente mora na Barra da Tijuca e
confessa que a praia e o beach tennis são suas paixões e que a cidade do Rio de Janeiro lhe proporciona vivenciá-los plenamente.

Aliás, o esporte também a seduz, tanto que juntamente com Hellen Suque, assinou o roteiro e a direção do documentário Mulheres à Cesta, recentemente lançado no país.

Baseado no livro Mulheres à Cesta: história do basquetebol feminino no Brasil 1892-1971, da historiadora do esporte, Cláudia Guedes, também produtora do documentário, registra de forma impecavelmente sensível as histórias de mulheres, consideradas pioneiras, que deram visibilidade ao basquetebol feminino nas décadas de 60 e 70 e que se tornaram responsáveis pela inclusão dessa modalidade esportiva nos jogos olímpicos, abrindo caminho para o desenvolvimento de outras gerações vitoriosas.

O trabalho idealizado permite não só conhecer a valentia das mulheres que desbravaram
caminhos por diversas vezes tortuosos, repletos de desigualdades, sobretudo por questões de gênero e ausência de estímulos de ordem financeira, mas também, permite refletir que nada supera a garra, determinação e talento.

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O próprio projeto é uma demonstração dessa mensagem. Até a efetiva filmagem, o
documentário acumulou 5 anos de esforços de mulheres que acreditando na história desse
marco no esporte nacional feminino mantiveram seus propósitos, mesmo galgando muitas
adversidades, sobretudo na coleta de recursos para que pudessem viabilizar a produção.

A pandemia acabou alterando o plano de lançamento do documentário, que justamente teria sua data programada para coincidir com os jogos olímpicos de Tóquio, e frente ao
impedimento do uso das salas de cinema para exibição, Silvia Spolidoro conta que decidiram inovar e usaram das tecnologias de streaming para gerarem o acesso aos interessados, promovendo assim o trabalho.

Oficialmente o documentário foi lançado on line no último dia 06 de setembro, no site
www.mulheresacesta.com.br , com ingressos comercializados na própria plataforma e estará disponível até o próximo dia 30 de setembro. Imperdível!

Silvia Spolidoro Foto 01 1 Andréa Nakane: O desafio nas quadras e fora delas

Silvia Spolidoro salienta que ser cineasta no Brasil, assim como todos os demais agentes da cadeia produtiva da cultura, indica batalhar frente a inúmeras dificuldades, e que acabaram por se intensificar com o momento vivenciado no mundo inteiro, no qual uma economia colapsada tenderá a ser geradora de uma – ainda maior – redução dos investimentos em produções artísticas.

Além disso, Silvia Spolidoro sinaliza que há o combate ao machismo estrutural presente na sociedade. Uma peleja que requer esforços intensos das mulheres na comprovação de sua excelência em atuar em toda e qualquer área, sem restrições ou crenças limitantes.

“Continuar a nossa luta, impor o nosso talento, demonstrar a nossa capacidade, só assim a
gente vai continuar a batalha de mudar esse estigma que existe há séculos. Cada vez mais
mulheres por trás das câmeras, mais mulheres nas quadras, fora das quadras, na política, na educação, na cultura, enfim, presentes em todas as áreas… representatividade, na minha opinião, é a receita que deve ser constantemente estimulada … quanto mais mulheres ativas, e dinâmicas no mercado, mais a nossa voz será ouvida e realmente respeitada”, declara Silvia Spolidoro.

E completa dizendo que as mulheres têm seu lugar reservado ao sol sim, fruto da própria
conquista feminina e que a cada nova geração amplia seus espaços de fala e ganha impulsos para horizontes ainda mais promissores.

Assistir ao documentário Mulheres à Cesta nos permite essa visão, da importância de darmos continuidade a herança recebida por essas mulheres de vanguarda, que não se intimidaram, não baixaram a cabeça, concentraram sua gana e persistência naquilo que amavam, permitindo, assim, uma disruptura com as convencionalidades impostas, não abrindo mão de arremessar suas esperanças e desejos em direção ao fascinante jogo da vida, sabendo que esse não pára, e que o placar só depende dos esforços de cada uma, irmanado pela sororidade de todas.

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FONTEAndréa Nakane
Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.
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