Andréa Nakane: O ilimitado habita em nós

Alarico Moura, pós acidente, sente muita ufania por sua trajetória totalmente transformadora

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Alarico Moura, mais conhecido como Alá, 75 anos – não aparente, cá entre nós – nasceu no Rio de Janeiro e é morador da Ribeira, na Ilha do Governador, onde tornou-se uma pessoa muito conhecida e bem quista, sobretudo pela sua história de superação e garra alinhada a sua paixão pelo ciclismo.

Alarico Moura, não deixou a negatividade tomar conta de sua vida, sobretudo, em um dos momentos mais espinhosos de sua jornada, na qual em função de um acidente, no qual foi atingido por um carro desgovernado, em plena calçada onde estava, teve sua perna esquerda amputada. A data tornou-se um marco adicional à vida de Alá: 21 de dezembro de 1979.

Após, 2 anos hospitalizado, passando por muitas cirurgias, Alarico Moura, que chegou a ficar paraplégico, quando liberado pelos médicos, foi aconselhado a buscar atividades físicas para justamente se adaptar ao seu novo estilo de vida, com as limitações de uma pessoa com deficiência física.

Alarico Moura, contou com a presença e força de sua mãe, para encontrar seu novo caminho, já que a vida que anteriormente tinha, acumulava peculiaridades que o mesmo não se orgulhava, passando por um comportamento sedentário crônico e até mesmo entregando-se ao vício das drogas.

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“Eu era um lagarto rastejante e após entrar no casulo, eu alcei voos.”, exclama com um certo tom filosófico Alarico Moura, que inclusive chegou a iniciar a graduação em Filosofia e Ciências Sociais, na UFRJ, após essa sua transformação, não finalizando em decorrência da necessidade de ficar mais com sua mãe, que naquele momento precisou mais de seus cuidados e atenção.

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Mas definitivamente a sua carreira como engenheiro eletrônico formado, anteriormente o
respaldo de sua atividade empresarial já não mais estaria presente em sua nova vida.
Toda a junção de autoestima poderosa, sonhos e foco fez com que Alarico Moura consagra-se como um dos mais vitoriosos ciclistas brasileiros dos últimos tempos. Ele coleciona medalhas, títulos e ganhou inúmeros admiradores, não só no esporte, mas na demonstração de que os limites são impostos por cada um de nós, e que nem as restrições físicas são obstáculos para quem enxerga a dádiva do que seja viver!

Alarico Moura tem em seu curriculum esportivo as seguintes conquistas: Campeão Brasileiro, Campeão Iron Biker Brasil, Duodeca-Campeão Estadual, Penta-Campeão Montanha Cup, Campeão Paulista, Campeão Mineiro, Campeão do Gran Fond Internacional, Tri Campeão circuito Agulhas Negras, Campeão Copa Light de Ciclismo, Campeão de Montanha – RJ,Campeão Desafio Internacional Vista Chinesa, Campeão Rei da Montanha – Mesa do Imperador, Campeão do Big Bike Cup, Vice Campeão do Interestadual e Vice Campeão do Iron Biker.

Como um atleta de alta performance do ciclismo adaptado, Alarico Moura, chega a pedalar 200 kilômetros em um único dia, já cruzou divisas com os estados de São Paulo e Minas Gerais, mas a categoria que faz com que seu sorriso fique ainda mais radiante é a cross country, uma modalidade ciclística que vem ganhando mais adeptos no país, justamente por estar integrada a natureza.

Ele tem uma verdadeira coleção de bicicletas e uma que mais chama a atenção, é a sua bike do dia-a-dia, para circular pelo bairro, chamada carinhosamente de Penélope Charmosa.

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Alarico Moura já teve a honra de levar a tocha olímpica durante os jogos da Rio 2016 e tem hoje como fontes de receita e prazer um trabalho artístico como artesão em madeira, com inúmeras esculturas que chamam atenção pelas suas linhas sinuosas e também atuando como palestrante motivacional, nas áreas de saúde e desportiva. Seu contato no instagram é @alabikeman

Alarico Moura aprendeu de forma tão dolorosa a valorizar cada momento e buscar em si a sua própria redenção, pois fica cristalino que enquanto estivermos por aqui, sempre haverá algo que possamos fazer, seja para nosso próprio bem-estar ou para inspirar outras pessoas a terem um caminho similar.

Ele acredita que sua história, transmite, acima de tudo, que o esporte é um caminho de
lapidação evolutiva do ser humano e esse Alarico Moura, pós acidente, sente muita ufania por sua trajetória totalmente transformadora.
Sigamos no ritmo de cada um, mas com a certeza que sempre será a possível iniciar uma nova fase… uma nova chegada… um verdadeiro recomeço.

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VIAAndréa Nakane
Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.
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