Carlos Alberto Simões Júnior, 47 anos, morador de Curicica, Jacarepaguá, é ator, roteirista, diretor e empresário, afinal de contas como todo brasileiro, sabe que ser polivalente é muito mais que uma opção, é quase uma exigência natural para driblar tempos mais difíceis que acabam nos surpreendendo.
Carlos Simões, teve uma ideia no auge da crise em 2016/2017, no qual seu maior ganha pão estava comprometido: as produções teatrais, já que ele também é empresário do setor das artes cênicas e áudio visual. O mês era dezembro e ele resgatou uma tradição de família somada ao seu dom culinário, que tinha e que era muito elogiado pelos colegas e amigos: fazer rabanadas.
Rabanadas são iguarias conhecidas em boa parte do mundo. É um doce que tem variações similares, além da mais conhecida por aqui, com origem portuguesa, como o “Eggy Bread” na Inglaterra, o “French Toast” nos EUA, e o “Pain Perdu” na França.
Em sua receita mais comum nas casas brasileiras, pode-se definir rabanada, como um doce feito por fatias grossas de pão amanhecido (ou pão de rabanada, chamado pão bengala, mais seco e com bastante miolo), mergulhadas em leite e leite condensado, passadas em ovo batido, fritas em óleo e servidas com canela e açúcar polvilhados.
E com essa tradição, em um primeiro momento, fez com que Carlos Simões percebe-se uma oportunidade para ajudar a pagar as contas, mas logo viu sua iniciativa tomando outras proporções.
Carlos Simões e sua sócia, Isabelle Graniso, logo viram que não tinham um produto sazonal, que eles poderiam ter um negócio que funcionasse o ano inteiro, não somente nas festas de fim de ano.
Assim surgiu a Casa da Rabanada Gourmet, que facilita o vida de quem quer saborear esse típico doce, simples e muito saboroso, já que Carlos Simões criou inclusive um método, no qual as rabanadas são congeladas, bastando aquecê-las no momento da degustação, provocando uma mudança total de cultura.
“A rabanada congelada não precisa ser frita, ela já oferece essa comodidade de colocar no forno e em dez minutos já está pronta para o consumo, é um produto inovador, eu particularmente acho que fica mais saborosa.” afirma Carlos Simões.
A criatividade é tanto que Carlos Simões e sua sócia, Isabelle Graniso, institucionalizaram a data de 22 de dezembro, como o dia nacional da Rabanada e nesse dia ainda realizam diversas ações de solidariedade, que já incluiu até mesmo receita para o Retiro dos Artistas,
Atualmente Carlos Simões se vira nos 30 gerenciando o negócio alimentício e sua produtora e confessa que a parceria com sua sócia é essencial.
“ Sem o apoio da minha sócia não seria possível… a gente se completa, por isso é possível conciliar os dois lados. Eu cuido do lado comercial e do marketing… ela fica com área administrativa e de produção e, assim, temos obtido uma boa performance… minha sócia criou a receita do doce de leite caseiro que integra uma das opções, que é nosso carro chave e eu acabei criando a receita da rabanada de bacalhau… viu.. .doce e salgado… sinergia total.”, declara Carlos Simões.
E o mix das rabanadas está em ampliação, agregando as tradicionais, sabores como: Quatro Queijo, Carne e Carne Seca, além de Romeu e Julieta, Ganache e Chocolate Branco.
As vendas estão centralizadas pelo sistema online, em delivery e pontos de vendas espalhados pelo Rio, mas Carlos Simões já sinaliza que à partir de fevereiro a Casa da Rabanada Gourmet – @casadarabanada – entrará em sistema de franquia, o que poderá levar a marca a ser conhecida em todo o território nacional.
Tudo isso sem que Carlos Simões deixe de lado seu lado artístico, pelo contrário. Sua produtora está lançando o filme Meus Quatro Maridos e está na expectativa de retornar com a peça Os Homens querem Casar e as Mulheres querem Sexo, sucesso há 13 anos e que assim que vislumbrarem um cenário de maior controle da pandemia voltará com força plena.
Em seu portfólio como artista, Carlos Simões, que tem maior projeção como comediante, tem participações em novelas como Que Rei Sou Eu?, Rainha da Sucata, e Porto dos Milagres. Além disso ficou dez anos no casting fixo do programa humorístico Zorra Total, sob direção de Maurício Shermann.
Carlos Simões ainda dá uma dica para quem almeja empreender, sobretudo no RIO, que tem como uma das suas principais vantagens, uma população mais aberta, propícia a inovações, recebendo novidades com gosto: o foco tem de ser na solução, de facilitar, oferecer prazer às pessoas. Somado isso à crença da ideia e sua força de trabalho, o caminho tende a começar bem.
A história de Carlos Simões demonstra que tudo pode ser adaptado e se seu produto tem qualidade, certamente poderá se tornar um grande negócio. Além disso, é nítido, que sozinho é quase impossível, uma parceria sólida, de confiança e cheia de cumplicidade são ingredientes indispensáveis e que só faz a receita da prosperidade crescer para todos os envolvidos.
E aí, vamos de rabanada? Ou você ainda vai esperar até dezembro?
