Há quase 3 anos, o Rio via um lançamento residencial que dividiu opiniões. Em um dos endereços mais conhecidos da cidade, a Cury anunciava, após mais de 70 anos sem nenhum projeto de moradia, um empreendimento que começou a demonstrar uma nova vocação para a Presidente Vargas, bem em frente ao Campo de Santana. Aberta na década de 40, e projetada pelo presidente que dá o nome à via, o endereço sempre foi escolhido por inúmeras construtoras que ergueram ali prédios corporativos e empresariais, todos com modelos muito semelhantes: pilotis na parte inferior, térreo recuado com comércio e andares superiores avançados sobre a calçada. Na época o terreno foi vendido pela Sérgio Castro Imóveis à construtora paulista que virou sinônimo de apartamento novo no Centro.
Até 2022, quando foi lançado o Vargas 1140, o único prédio residencial da via, que totaliza 3,5 km, era o icônico Balança Mas Não Cai—construção que permanece no imaginário dos cariocas mais “cascudos” até hoje. De boatos sobre falhas estruturais à sua associação com o antigo reduto de prostituição do Centro, o Balança se reinventou. Hoje, além de abrigar inúmeras famílias nos três blocos do imenso edifício, o prédio ainda é utilizado como “camarim” para os sambistas da Sapucaí, que alugam os conjugados durante a temporada de carnaval, dada a proximidade com o Sambódromo.
Do outro lado da Marquês, no trecho em que o Canal do Mangue ainda separa os dois sentidos, a Prefeitura do Rio acaba de formalizar a venda de um grande terreno seu que em breve dará lugar ao mais novo residencial da Presidente Vargas. O mais novo projeto da construtora carioca Calper prevê a construção de um bloco de 21 andares com aproximadamente 600 unidades compactas, os famosos estúdios, que têm se tornado populares entre os investidores do Rio.

Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO RIO, Ricardo Ranauro, CEO da Calper, garantiu que o empreendimento seguirá rigorosamente as diretrizes do novo Plano Diretor do Rio. As tratativas com a Prefeitura são recentes e foram formalizadas em dezembro do ano passado. Quem passa pela via, a dois lotes antes da Sapucaí, já pode avistar a grande placa com o nome da construtora. O terreno, que faz esquina com a Rua Haroldo de Andrade, era anteriormente utilizado pela Prefeitura como depósito e estacionamento.
O condomínio, que ainda não tem nome definido, será lançado no último trimestre de 2025 e contará com todas as comodidades de um “condomínio clube”, incluindo área de lazer, espaço para esportes e até mesmo um mini mercado. Segundo Ranauro, a ideia é focar no aluguel por temporada. “Nenhum local que tenha metrô embaixo fica muito tempo sem ter uma revitalização”, afirma Ranauro, destacando a importância das intervenções na região, como o projeto de derrubada do Elevado 31 de Março e a renovação do entorno do Sambódromo. “Eu considero o Centro um local altamente promissor. A infraestrutura viária do Centro é o diferencial. Essas intervenções vão trazer mais vida para o local, inclusive vida noturna. Teremos bastante interesse em estar ali”, completa.
O Valor Geral de Vendas (VGV) do empreendimento será de aproximadamente 220 milhões de reais. Este será o segundo projeto da construtora, sediada na Barra da Tijuca, na Região Central do Rio. O primeiro, também noticiado pelo DDR, será erguido no antigo terreno que abrigava a sede da Secretaria de Estado de Educação, na Região Portuária.
Para Lucy Dobbin, da Sérgio Castro, que tem atuado como um dos principais motores do desenvolvimento do Centro, a Presidente Vargas “tem vocação residencial na medida em que é facilmente acessível de qualquer região do Rio, possui farto transporte e vista ampla, além de proximidade de grandes centros culturais e muito entretenimento, sem contar o parque mais incrîvel do Rio, o Campo de Santana”. Dobbin explica que com a criação da Aliança Centro Rio, uma grande mudança tem havido na zeladoria dos espaços públicos do Centro, tendo em vista que a organizacional monitora todos os processos e procedimentos da Prefeitura e seus órgãos na manutenção e conservação da região.
Vergonhoso esse prefeito…….tudo pela ganância…..para a saúde, educação e segurança, nada. E o povo ainda vota nesse tipo de gente que no tempo de eleição vem com o oba oba!!!
A prefeitura de Eduardo Paes segue vencendo terrenos para as construtoras lucrarem, tô gostando de ver (contém ironia).
“sediada na Barra da Tijuca, na Região Central do Rio.”
Barra da Tijuca fica na zona OESTE do Rio.
O pobre de comunidade vive em casas de 10, 15m2 e com 7, 8 pessoas ou mais; eles podem viver em 35m2 com dignidade, não é o ideal mas esses studios planejados são mais adequados. O RJ é turístico, quem quiser comprar prá alugar que o faça, outros querendo morar que morem… Sou pobre, então moro no subúrbio, porque os projetos são realmente para famílias com crianças, agora centro e zona sul é para se ganhar dinheiro sim. Há décadas os terrenos da cidade estavam abandonados e os prédios vazios, agora que estão revitalizando aparecem milhares de opositores. Sinceramente só pode ser políticagem!
Esses tipos de empreendimento (studios, microapartamentos, kitnets) são construídos para investidores e não para quem precisa morar mesmo. O da Rua Buenos Aires já teve corretor no lançamento que só ligava informando que era grande oportunidade de investimento para ganhar com a locação.
Essa situação aconteceu em grandes cidades do mundo inteiro como no Canadá (Toronto, Vancouver, etc). Com o tempo, não havia pessoas interessadas em alugar, tampouco pessoas interessadas em comprar pra morar, afinal que jovem casal com filho vai morar num studio de 1 quarto e 35m²?
Lá a bolha imobiliária já começou a estourar. A diferença lá é o perfil de investidor: são pessoas físicas, geralmente aposentados, com dinheiro pra investir interessados no juros baixos de financiamento e promessa de venda com lucro após a construção. Aqui são Fundos de Investimento Imobiliário (Fii)
Vamos ver o que vai acontecer esses Fiis com os que compra esses imóveis na planta quando descobrirem que não conseguem receita com locação e muito menos a ver ao preço que compraram.
Cidade avançando, para tristeza das viuvinhas do Crivela e Bolsonaro.
Muito bem, viúvas negras (aquelas aranhas “quase” fatais).
E tome-lhe airbnb.
Percebem a repetição do mesmo absurdo? Terreno público, ou seja, que pertence a todos os cidadãos do município do Rio, é vendido a empresários sem consultar seus verdadeiros donos, o público, e para quê? Para virar empreendimento privado que não é de interesse do público. E que empreendimento é esse? Essa nova bactéria capitalista chamada imóveis tipo AirBnB, aluguel por temporada. O empresariado lucra horrores, não paga imposto de renda sobre os dividendos que recebe pelos lucros indecentes de suas empresas (duvido inclusive que pague todos os impostos municipais e estaduais que deveria), o mercado imobiliário é inflacionado artificialmente, o problema da moradia precária não é solucionado, e nossas mazelas vão se avolumando. Até quando?
Exatamente! Ninguém tá vendo essa marmotagem? Alô Ministério Público! Dilapidação do patrimônio público para usufruto privado.
Esse câncer de AirBnb está acabando com bairros no mundo inteiro. Principalmente centros. Fazem gentrificação e a maioria desses imóveis ficam vazios e os bairros perdem características familiares com tanta gente estranha de passagem.
Acredito que esses studios algum dia vão ser unificados com studio vizinho, virando apto de 2 quartos e podendo morar famílias.
Acho engraçado uma notícia que anuncia um novo hotel de airbnbs ter aspas falando que a Pres. Vargas tem vocação residencial.
Fora da região do Santo Cristo seguimos quase que totalmente sem residenciais RESIDENCIAIS, né? É tudo kitnet pra airbnb. Que é bom pra quem vende, pra quem compra, mas não leva moradores efetivo pro centro.
Se quer demolir viadutos, pq não derruba o sobre a av.Paulo de Frontin e o Rufino Pizarro, sobre a rua Bela? Estes sim horrorosos e q de fato degradaram totalmente a região. Talvez pq não atendem ao q os amigos do prefeito desejam para seus futuros negócios e empreendimentos.
Enquanto a cidade se degrada dia a dia a olhos vistos, o prefeito brinca de derrubar viadutos para construir outra via para fazer o que o viaduto faz. É como o caso do BRT Transoeste em q ele fez duas vezes a mesma obra, gastando duas vezes para fazer uma coisa só. E o legado olímpico e da copa do mundo, cadê ? Talvez jamais tivemos um prefeito tão desperdiçador do dinheiro público. Enfim, foi reeleito por aqueles q pensam como ele e q não pensam no todo. Conheçam a cidade além da zona sul, Tijuca e Barra/Recreio e entenderão.
Excelente notícia! Parabéns aos envolvidos e inclusive ao EDUARDO PAES, grande idealizador e motivador do momento.
Agora, o importante é ter SEGURANCA.