Sem a presença de um tenista do top 20 na final de 2025, o Rio Open volta a considerar com mais força a troca do saibro pela quadra dura. O tema, recorrente nos bastidores do torneio, ganhou destaque após mais uma edição esvaziada em relação a grandes nomes do circuito. As informações são do Poder 360.
Antes da decisão deste domingo, o diretor do evento, Lui Carvalho, reforçou que a mudança de piso pode ser um caminho natural. “A quadra dura nos daria um cartel de mais opções. Não igual a uma chave como Doha, mas com mais opções, contribuindo para o crescimento do evento”, afirmou.
A final foi disputada pelo argentino Sebastian Baez, número 31 do ranking da ATP, o melhor ranqueado entre os sobreviventes do torneio. Ele era apenas o quinto melhor classificado entre os oito principais tenistas que passaram pelo Rio de Janeiro. Enquanto isso, o ATP de Doha, disputado na mesma semana, reuniu oito jogadores entre os 15 melhores do mundo, incluindo Carlos Alcaraz, Novak Djokovic e Daniil Medvedev.
A eliminação precoce de Alexander Zverev, então número 2 do mundo e único top 20 presente, reacendeu as discussões sobre a necessidade de mudanças para atrair mais estrelas. O alemão caiu nas quartas de final, e Lorenzo Musetti (16º) desistiu antes do torneio por lesão.
Mesmo sob pressão para manter o torneio competitivo, a organização do Rio Open não descarta se distanciar da gira sul-americana de saibro, que inclui os ATPs 250 de Buenos Aires e Santiago. “Isso não bloqueia o Rio de ir para a (quadra) dura. Somos (ATP) 500, existe uma hierarquia, e temos a preferência. Ou não vai ser só um circuito sul-americano. Podem ter dois: Buenos Aires e Santiago em um momento, e o Rio em outro”, afirmou Carvalho.
A tradição do saibro na América do Sul, no entanto, ainda pesa. O torneio carioca teve três argentinos entre os semifinalistas, e Baez conquistou seu bicampeonato. A resistência à mudança parte principalmente dos vizinhos sul-americanos, que mantêm o saibro como base. “Os argentinos têm uma postura irretocável em relação ao saibro, e não irão abdicar do piso favorito de seus tenistas”, completou.
Apesar disso, Carvalho argumenta que o tênis latino-americano já não depende exclusivamente do saibro. “O tênis sul-americano não perderia. Existe essa narrativa. Hoje, acho que os jogadores latino-americanos são de quadra dura. O João Fonseca é um jogador de quadra dura. Não tem mais essa distinção, até porque os pisos estão mais semelhantes”, destacou.
A IMM, empresa responsável pelo torneio, renovou em 2023 o contrato com o Jockey Club até 2027, garantindo a continuidade da competição no tradicional complexo de saibro. Ainda assim, com o evento buscando expansão e enfrentando dificuldades para atrair grandes nomes, uma mudança de piso no futuro não está descartada.
Neste ano, a média de público foi mantida entre 50 e 60 mil pessoas ao longo da semana, segundo a organização.