Após temporal, mancha escura ‘misteriosa’ aparece na Praia de Copacabana e é removida

Mancha apareceu na noite da última quarta (04/05) e foi removida por volta das 09h desta quinta (05/05) por equipes da Águas do Rio

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Mancha escura na Praia de Copacabana após temporal do dia 04 de maio de 2022 - Foto: Reprodução

A forte chuva que atingiu o Rio de Janeiro na noite da última quarta-feira (04/05), além de inundar o Arco do Teles, na região central da cidade, gerou também o aparecimento de uma ”misteriosa” mancha escura nas areias da Praia de Copacabana, na Zona Sul da capital fluminense.

Na manhã desta quinta (05/05), porém, o referido sinal de poluição já havia sido removido por equipes da Águas do Rio, concessionária responsável pelo saneamento de alguns pontos do município.

Os funcionários utilizaram máquinas para movimentar a areia e jogar para baixo tudo o que havia sido atingido pelo esgoto. O trabalho terminou perto das 09h. Vale ressaltar que um técnico do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea) esteve no local retirando uma amostra de água do mar e levando-a para análise.

Segundo relato de moradores locais, devido ao volume das precipitações, a galeria de água da chuva que desemboca na praia continha bastante esgoto e que o odor era fortíssimo.

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O que diz a Águas do Rio

Por meio de nota oficial, a Águas do Rio informou que todas as elevatórias de esgoto da concessionária estão funcionando, mas que irá averiguar o que aconteceu.

”Vale destacar que, desde o início da operação, em 01 de novembro de 2021, a Águas do Rio tem atuado em conjunto com o Município, na investigação das causas e definição de medidas para solução deste problema histórico de extravasamentos de água pluvial na orla de Copacabana e Ipanema”, complementou a concessionária antes de concluir:

”Com a concepção atual do sistema de drenagem e de esgotos sanitários da Zona Sul, é prevista ocorrência destes extravasamentos em situações de chuvas excepcionais. O objetivo da Águas do Rio é contribuir para que esses eventos tornem-se realmente cada vez mais raros e menos impactantes nos canais e praias da cidade.”

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2 COMENTÁRIOS

  1. É Rafael Lafayette, a velha história do saneamento básico que só aparece em dias de chuva ou na qualidade de vida das comunidades. Será que um dia chegaremos a ter políticos que realmente querem resolver o problema? Parabéns pela explicação geográfica e histórica!

  2. Essa mancha surge na praia após toda chuva mais forte, bem em frente a Rua Santa Clara. Mas por que isso ocorre? Poucos sabem, mas há um pequeno rio que desce do alto do Morro dos Cabritos, chamado em mapas antigos do Rio de Janeiro, de rio do Berquó. Ele nasce no alto do morro, em trecho acima das casas da Comunidade do Morro dos Cabritos e desce margeando o chamado “Escadão” (escadaria que existe no alto da Rua Santa Clara para acesso à Comunidade do Morro dos Cabritos). Naquele ponto, bem em frente a Rua Henrique Oswald, essas águas entram na galeria pluvial da Rua Santa Clara. Quem passa ali a pé vê as águas do rio diuturnamente descendo do alto do morro. O problema é que por causa da falta de rede de saneamento na Comunidade, essas águas chegam muito sujas, quase cinzas, tamanha a quantidade de esgoto que é jogada no pequeno rio. Após cruzar toda a rua Santa Clara, essas águas se conectam a rede de esgoto da CEDAE (hoje Águas do Rio), que corre pelo canteiro central da Avenida Atlântica em direção ao Emissário submarino de Ipanema. Não vemos essa poluição chegar a praia porque a Rio Águas alguns anos atrás construiu uma estação de “tempo seco”, que direciona essas águas sujas para a rede de esgotamento sanitário existente. Entretanto, em dias de forte chuva, as tubulações de esgoto não tem como comportar o volume de água e assim extravasam parte dessas águas para a praia, pela antiga galeria pluvial do bairro, que, em cada rua de Copacabana, tem conexão com o ar, o que pode ser visto por quem caminha pelo calçadão da Avenida Atlântica. Só a implantação de rede de saneamento na Comunidade do Morro dos Cabritos e da Ladeira dos Tabajaras acabará com esse problema. Podem haver ligações clandestinas de esgoto na rede de galerias pluviais, mas apenas em um ou outro prédio da Rua Santa Clara. O grosso dessa poluição ainda vem do alto do Morro dos Cabritos.

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