O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) referente ao ano de 2019. Dentre os diversos tópicos abordados pelo estudo, o Instituto Rio21, parceiro do DIÁRIO DO RIO, analisou o material disponível sobre o consumo de cigarro, bebida alcoólica e drogas ilícitas por alunos cariocas com idades entre 13 e 17 anos.
Segundo os dados, o percentual de alunos que já fumaram cigarro alguma vez é maior em dependências administrativas públicas do que em privadas. Enquanto 28% dos alunos de escolas públicas do Rio de Janeiro já fumaram cigarro, essa proporção diminui para 16,6% no caso de escolas privadas, apresentando uma diferença significante de 11,4 pontos percentuais entre as dependências administrativas.
A pesquisa indica ainda que, dentre aqueles que fumaram cigarro nos 30 dias anteriores à pesquisa, 42,5% conseguiram o item cigarro comprando-o em uma loja, bar, botequim, padaria ou banca de jornal. Paralelamente, somente 12,1% pediram a alguém; 9,3% compraram de um vendedor de rua; 7,9% conseguiram com uma pessoa mais velha; 7,2% pegaram escondido em casa; e 4,2% deram dinheiro para alguém comprar.
Por sua vez, o percentual de escolares que já experimentaram bebida alcoólica é muito superior ao que já experimentaram cigarro, em ambos os tipos de dependência administrativa. Vale notar que a parcela de alunos de colégios públicos que experimentaram bebida alcoólica alguma vez é relativamente superior à quantidade de estudantes de instituições privadas: ao passo que 70,3% dos escolares de dependências administrativas públicas já experimentaram bebida alcoólica alguma vez, esse percentual cai para 63,9% no caso dos alunos de dependências administrativas particulares.
Em busca de tentar medir os possíveis efeitos da bebida alcoólica na vida do estudante, a pesquisa do IBGE calculou o percentual de escolares que tiveram problemas com família ou amigos, perderam aulas ou brigaram, uma ou mais vezes, porque tinham bebido. Os dados indicam que, apesar dos alunos de escolas privadas experimentarem proporcionalmente menos bebida alcoólica do que os alunos de escolas públicas, esses tendem a enfrentar mais problemas por terem bebido.
Por fim, a experimentação com drogas ilícitas, como maconha ou crack, foi menos comum em ambas as dependências administrativas, em comparação com o cigarro e a bebida alcoólica. O percentual de estudantes de escolas públicas que experimentaram drogas ilícitas alguma vez foi de 19,5%. Em contrapartida, esse índice foi de 11,5% para os estudantes de escolas privadas.
”A questão mais alarmantes observada com a análise desses dados diz respeito ao uso precoce de álcool, tanto entre alunos da rede pública de ensino do município do Rio quanto da rede privada, sendo esse um tema que merece atenção especial e que deve ser abordado por profissionais com os estudantes dessa faixa etária, entre 13 e 17 anos”, alerta Ana Flávia Assumpção, diretora de pesquisa do Instituto Rio21.