As eleições e o Turismo

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Orla de Copacabana - Rio de Janeiro - Brasil - Foto: Alexandre Macieira | Riotur

O Brasil começa um novo momento de gestão, a partir de janeiro de 2019. Tudo indica que o Ministério do Turismo será extinto ou acoplado a uma área de desenvolvimento econômico. Faltou, mais uma vez, nos programas de governo dos dois candidatos que foram para o segundo turno propostas objetivas para o setor. Houve um discurso genérico de que a atividade é importante, gera empregos ou afirmativas sem nenhuma profundidade. Assim, precisamos aproveitar o período de preparação do novo governo, para fazer sugestões que possam tornar o setor realmente, uma forma de desenvolvimento efetivo do país.



Vamos começar com a revisão da Lei Geral do Turismo e seu modelo de gestão. Um plano nacional de turismo é fundamental também com metas estabelecidas e um grupo de técnicos buscando assessorar as políticas públicas ,voltando ao projeto de municipalização do turismo, que deu muito certo. Parece importante aproveitar o discurso do futuro presidente de que o município é uma célula inicial do desenvolvimento nacional. Ali devemos criar condições para a integração efetiva da população anfitriã com o setor produtivo e os visitantes. Incentivar que as características locais sejam preservadas sempre e fazer com que o morador local entenda que o turismo pode ser uma ferramenta de mudança. Precisamos de um Conselho Nacional de Turismo, independente, sem que as associações ali presentes sejam contempladas com verbas e que consiga levar adiante .de forma objetiva e crítica a veracidade da imagem brasileira.

Falta para começar um plano de sinalização turística em todo o pais, um programa de promoção baseado em estatísticas e dados colhidos não só no Brasil, como nos mercados emissores e uma reformulação dos escritórios no exterior e participação em  eventos internacionais. No fundo ,falta dotação orçamentária e liberação de recursos. Vivemos uma época de notas plantadas em colunas sociais e jornais, que sempre vão mencionando projetos que nunca acontecem. As embaixadas e consulados no exterior são nossos verdadeiros escritórios de promoção e em cada uma delas (nos principais centros emissores de turista) deve ser designado um diplomata para cuidar da imagem do Brasil, com ações pontuais como workshops, famtours ou ainda presstrips. Temos que criar novas formas empreendedoras de promoção como os Embaixadores do Turismo brasileiro, a exemplo do projeto desenvolvido no Rio.

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Uma menção especial para a capacitação e reciclagem de recursos humanos que trabalham na área. Não podemos continuar com um certo amadorismo ainda presente na prestação de serviço e pensar que os mandos gerenciais e diretivos são autossuficientes. Ledo engano. Falta atualização dos gestores em novas técnicas de administração. Por outro lado, salários mais atrativos e concursos públicos, nos órgãos oficiais. A quantidade de funcionários estranhos ao quadro que ocupam cargos em comissão cresce a cada governo, desmotivando os de carreira. As faculdades de turismo, nomeadamente as particulares estão desaparecendo e os cursos tecnólogos que deveriam substitui-las, não estão vingando. Um programa no sentido de capacitar aprendendo na prática, como faz o Senac é a resposta mais efetiva.

A segurança turística vive uma ilusão de marketing nos estados e municípios, onde foi implantada com raras exceções. Falta qualificação dos integrantes das forças de segurança e sobretudo motivação e investimentos na infraestrutura. Acredito que um plano nacional de segurança turística integrando todas as forças e retomando em cada Estado ou município os Conselhos de Segurança Turística poderiam minimizar uma serie de ocorrências e criar um clima de integração.

Sempre vital lembrar que o turismo passa por um processo democrático de integração e facilitação das minorias, como a população GLBT, os índios, os quilambolas para citar apenas alguns exemplos. Países turísticos se utilizam de ações de atendimento especial e acolhimento dos que nos visitam e mostram que aceitam a diversidade, como apregoa o Código de Ética Mundial do Turismo, da OMT-Organização Mundial do Turismo, da qual o Brasil é membro atuante.

São algumas sugestões que podem ser avaliadas ou apenas consideradas num momento de transição.

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