As estações fantasmas do metrô da cidade do Rio de Janeiro

No Rio, existem duas estações secretas, que nunca tiveram suas obras concluídas e hoje estão completamente paradas, sem uso

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Estação São João, Botafogo - Foto: Blog Metrô Rio (Não Oficial)

O metrô da cidade do Rio de Janeiro foi inaugurado em 1979. Na opinião de muitas pessoas, o serviço poderia ser bem melhor, com mais estações, por exemplo. O que pouca gente sabe é que na cidade existem duas estações secretas, que nunca tiveram suas obras concluídas e hoje estão completamente paradas, sem uso.

A mais antiga dessa dupla de estações fantasmas é uma que fica na Carioca. Sim, já existe estação no local, contudo, essa plataforma que hoje em dia está inutilizada, fica 15 metros abaixo da parada atual.

fim da plataforma As estações fantasmas do metrô da cidade do Rio de Janeiro
Fim da Plataforma da Carioca – Foto: Blog Metrô Rio (Não Oficial)

A ideia era que essa estação, atualmente fantasma, recebesse, nos anos 1980 e 1990, passageiros e vagões da Linha 2. Mas, por falta de recurso, a obra parou e assim ficou. Com o tempo, as Linhas 1 e 2 passaram a ter plataformas na única estação do Largo da Carioca que teve uso de fato.

“Governador Sérgio Cabral optou por, em vez de terminar a obra da Linha 2 no Centro, construir o atalho, chamado de Linha 1A, o que colocou os trens da Linha 2 nos trilhos da Linha 1. Esta decisão do ex-Governador passou a ser embaraçoso também para a concessionária Metrô Rio que se comprometera a levar a Linha 2 até a Carioca. Levou do jeito mais barato. Economizou muito dinheiro, mas sua operação piorou consideravelmente. O assunto também passou a ser embaraçoso para ela. Omitir a plataforma da Linha 2 para a imprensa e o grande público sempre foi conveniente para os Governos e para a concessionária”, disse Miguel Gonzalez do blog Metrô do Rio (Não Oficial).

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estrutura interna As estações fantasmas do metrô da cidade do Rio de Janeiro
Parte interna da estação fantasma na Carioca – Foto Blog Metrô Rio (Não Oficial)

Miguel Gonzalez, ainda, completa: “A obra deveria ter sido feita e concluída desde 1981. A plataforma da Linha 2 foi visitada por menos de cem pessoas desde a paralisação da obra. Mas a Linha 2 deveria estar recebendo cerca de 70 mil pessoas na hora do rush. Os trens da Linha 2 já deveriam estar circulando com 8 carros, trazendo mais conforto, rapidez para a população fluminense e chegando a outros bairros do Centro. Por que o Ministério Público nunca obrigou o Estado a concluir esta obra? Enfim, vamos continuar divulgando até que a Linha 2 seja concluída em seu eixo Centro”.

Outra estação também parou no tempo. Em Botafogo, Zona Sul, próximo ao Shopping Rio Sul, era para estar a Morro de São João. Contudo, foi mais uma plataforma que virou fantasma.

Em 1988, a Promon Engenharia elaborou um estudo para construção da estação São João, permitindo o acesso ao centro comercial Rio Sul. No mesmo ano, a Companhia do Metropolitano fez um Estudo de Viabilidade da Implantação da Estação Morro de São João, com acesso pela rua Álvaro Ramos.

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“A Brascan, dona do Centro Comercial Rio Sul, negociou com o estado a construção da Estação Morro de São João. As obras de expansão da Linha 1 para Ipanema e da linha 2 para a Praça XV foram interrompidas em função da Resolução n° 1469 do Banco Central que não permitiu o aumento do endividamento dos Estados e Municípios. No trecho Botafogo – General Osório as obras foram atacadas em 7 frentes distintas, destacando-se a extração de 90 mil m³ de rocha e a concretagem de 10 mil m³”, conta Miguel Gonzalez.

Nos anos que seguiram, tanto o Shopping Rio Sul quanto moradores das redondezas batalharam para que a estação passasse a ser utilizada. No ano de 2007, o Estado do Rio de Janeiro renovou a concessão por 30 anos com o Metrô Rio. A concessionária passou a ter a opção de finalizar a Estação Morro de São João, sem obrigação.

Dois anos depois, em 2009, um abaixo-assinado solicitando a construção da estação com 20 mil assinaturas foi entregue ao Governo do Estado. A Brascan anuncia que construiria a Estação Morro de Sâo João em seis meses e o escritório de arquitetura de Jaime Lerner desenhou como ficariam as passarelas subterrâneas que ligarão o centro comercial à estação. Todavia, como sabemos, a estação segue fechada, fantasma.

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12 COMENTÁRIOS

  1. Eu era criança qdo aprendi a andar de bicicleta na Praça General Osorio,e desde 1968 JÁ existia a estação de lá, não foi o ladrão do Cabral nem o vagabundo do Brizola q fizeram nada…já estavam todas prontas as estações…..Bons tempos os da ditamole!!!!

  2. Eu moro no Centro perto da Cruz Vermelha e lembro bem qdo esburacaram a Henrique Valadares , o Estácio até a Cruz Vermelha. Depois taparam tudo e nunca acabaram o metrô daqui que iria até a Carioca. Para pegar o metrô aqui temos que ir até a Cinelândia ou o Largo da Carioca.

  3. Parabéns pela reportagem!

    Mas o metrô do Rio não se expandiu mais,por causa do Brizola e dos donos de companhias de ônibus.

    O Brizola falava que metrô era transporte de rico

    Os donos de companhias de ônibus davam dinheiro para os governos não expandirem o metrô.

    Os governadores Moreira Franco,Garotinhos,Cabral e Pezao receberam muita propina para não expandir o metrô.

    Por incrível que pareça foi o ladrão do Marcelo Alencar que mais expandiu o metrô do Rio.

    O Brizola não recebia propina dos donos de companhias de ônibus.

    Mas ele não queria gastar dinheiro para expandir o metrô porque ele falava que era transporte de rico.

  4. Boa matéria , muito difícil ver algo sobre este assunto.
    Moro na álvaro Ramos , a rua da estação que ´hoje o terreno foi cedido para 2 BPM e não tem nenhuma linha de onibus que atenda aquela região a linha 434 que era escassa, sumiu, antes eram casinhas hoje são prédios com muitas pessoas morando ,para sair se anda até a Rua da Passagem para pegar onibus em direção a Zona Sul mas a volta tem que saltar no Rio Sul e vir andando ou se estiver em Copa pegar onibus na Figueiredo de Magalhães e saltar no Prezunic&portão principal do São João Baptista e ir andando para casa . o metro seria muito bem vindo.

    • As obras de METRÔ são financiadas pelo BNDEs mas, é evidente que os Estados tem que pagar e, como o RJ, sempre teve, nos últimos anos, de 1983 pra cá, governadores opostos ao governo Federal, com exceção de M. Alencar, encontrou dificuldades para liberação desses financiamentos.

      • E com o atual estado de coisas, o Estado do RJ todo enrolado nas suas contas, rezando para entrar de novo no programa de recuperação fiscal… não vai sobrar muito para investimentos por um bom tempo!

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