As mudanças e surpresas na Câmara Municipal

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DeBarte com Leandro Lyra e Tarcísio Motta no Bar Léo ( Foto: Gabriel Subtil )
Leandro Lyra - Foto: Gabriel Subtil

Findo o período de transferências de partido, a famosa “janela partidária”, temos um novo cenário na Câmara Municipal, com vistas ao pleito eleitoral de outubro próximo. Como já adiantado por este jornal há alguns dias, as mudanças foram substanciais, onde 28, de 51 vereadores, trocaram de legenda. Ou seja, mais da metade dos nobres edis mudaram de casa por acreditarem ter melhores chances de vitória na quitanda do vizinho.

Este ano a troca foi mais tensa (e intensa) por conta da proibição de coligações proporcionais, ou seja, os partidos não podem mais se unir para criar uma espécie de “chapão” para a eleição de vereador. As coligações são válidas apenas para a eleição de prefeito. Resumo da ópera: o partido depende apenas de si para vencer, acabou a história de eleger partido nanico, com ajuda de partido grande.

Mas o que isso tudo representa? Bom, no caso do Rio de Janeiro representa duas coisas, elencadas a seguir.

Primeiro, talvez pela primeira vez na história deste município, um vereador de mandato não conseguiu encontrar um partido para chamar de seu e concorrer a reeleição. Marcelo Siciliano, eleito em 2016 pelo PHS, fez as contas e viu que pelo local de origem não ia conseguir voltar a ter um gabinete em 2020. Tentou ir para o PP e… nada feito. Perdeu o prazo, o partido não registrou sua filiação e ficou a ver navios. Logo, sem partido, sem eleição.

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Isso é uma prova de que o ambiente eleitoral em 2020 será extremamente conturbado. Novamente sem doações de pessoas jurídicas, no meio de uma crise econômica e política extremamente polarizada. Também mostra como as brigas internas dentro dos partidos, para que os caciques consigam manter seu quinhão de espaço e poder, estão cada vez mais acirradas, preterindo até mesmo um candidato que outrora jamais seria desperdiçado – talvez até mesmo disputado no tapa.

Segundo, a decepção causada pelo vereador Leandro Lyra. Eleito pelo Novo, sob a bandeira do liberalismo, ao longo dos últimos três anos se aproximou do vereador Carlos Bolsonaro e se converteu ao mito do bolsonarismo. Brigou com Deus e o mundo (no caso o presidente do partido Novo e os demais filiados), foi picado pela mosca azul e mudou de partido, junto com Carlos, para tentar uma reeleição mais fácil. E foi para onde? Republicanos, o partido do prefeito Marcelo Crivella. Sim, o mesmo prefeito que Lyra bateu até dizer chega desde o primeiro dia de seu mandato. O prefeito que aumentou impostos, abriu ainda mais o rombo no orçamento, fez a pior gestão da história do Rio de Janeiro, mas Lyra se uniu a ele.

Uma vez mais, com um exemplo concreto, vemos como não existem salvadores da pátria na política – muito menos na carioca. Leandro Lyra, que nos dois primeiros anos de mandato, se pautou pela coerência e bons discursos, se deixou levar pela velha política. Se uniu a seu principal algoz em busca de… votos. Como ficam os eleitores que votaram nele em 2016? E seu currículo?

Faltam cerca de seis meses para escolhermos nossos próximos representantes e no meio de uma das piores crises que o Rio já viveu, talvez pior até que de Saturnino Braga, nos anos 1980. Então, já sabe, carioca. Pesquise antes de votar.

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