Atelier Ney Sayão, no Centro, produz obras feitas de resíduo florestal

Um fato que incomodava Ney Sayão se tornou inspiração: ele não gostava de ver tantos troncos de árvores jogados no lixo, no mato, apodrecendo, e passou a transformar esses resíduos em arte

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Foto Daniel Martins

Arte e esculturas. Esse é o trabalho realizado pelo Atelier Ney Sayão, no Centro do Rio. Desde muito novo, ainda aos 14 anos, o artista plástico Ney já mostrou sua proximidade com o mundo artístico quando seu primeiro emprego de carteira assinada foi como desenhista artístico e publicitário.

Com o passar do tempo, ainda na década de 80, assisti uma novela da Globo, “Livre para Voar” que tinha uma personagem protagonizada por Tony Ramos chamado “Pardal”, se eu não me engano. Pardal era um artista fugitivo da justiça por ter se envolvido num acidente. Este se refugiou numa oficina de trens abandonada, onde criava pássaros incríveis de sucata de aço (sobras de partes de trens)… Me apaixonei pela arte dele mas na época eu não tinha condições nenhuma de comprar as ferramentas necessárias para produzir…”, contou Ney, explicando ainda que começou a trabalhar de graça numa tornearia mecânica só por querer aprender a metalúrgica.

NEY SAYAO Foto Daniel Martins 1 Atelier Ney Sayão, no Centro, produz obras feitas de resíduo florestal
Foto Daniel Martins

Ney contou que, na época, depois de muita insistência, conseguiu a vaga para atuar na limpeza de uma tornearia mecânica apenas para poder, após terminar, ficar observando o trabalho e aprendendo. Assim, em 1988, começou a esculpir em madeira e um ano depois passou a desenvolver seu trabalho em sucatas de ferro.

Na década de 90, ele também se envolveu com pinturas, tanto de óleo sobre telas como de óleo sobre madeira. “Sempre fui autodidata, gostava de aprender sozinho, sempre nas minhas pesquisas, estudei grandes artistas, gosto muito dos Mestres europeus…“, contou.

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O Shopping Paço do Ouvidor é o ponto de encontro no Centro do Rio. Passa no Paço

Depois, após conhecer algumas referências artísticas, surgiu a vontade de trabalhar com argila. Nos estudos, descobriu e desenvolveu uma técnica para produzir minhas esculturas de Terracota e logo, começou a ensinar, criando o Curso de Esculturas – Técnica de Modelagem em Argila.

Participou de vários salões de artes, seminários e eventos artísticos e culturais na cidade e até mesmo no exterior, sendo diversas vezes premiado por seus trabalhos. Um fato que incomodava Ney se tornou sua próxima inspiração: ele não gostava de ver tantos troncos de árvores jogados no lixo, no mato, apodrecendo.

Foi então que lembrei da década de 80, quando eu reciclava sucata para transformar em arte… Coloquei então meu plano em prática novamente, comecei a catar os troncos e guardar na minha garagem, acreditando que um dia eu iria usar… Não sei explicar o motivo, mas comecei a produzir esferas, dados e falos e foi um sucesso“, relatou.

Atualmente, o Atelier Ney Sayão funciona na Fábrica da Bhering, no Centro, depois de anos funcionando na bucólica Travessa do Comércio, vizinha do DIÁRIO DO RIO. Lá, ficam disponíveis obras desenvolvidas através de resíduo florestal, cuja produção é absorvida pelas principais galerias de arte dentro e fora da cidade carioca.

A nova sede do DIÁRIO vai contar com uma das obras de Ney, um simpático Zé Carioca, que ele doou ao acervo artístico do jornal e vai enfeitar a entrada da redação.

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