Aumento da carga horária na rede municipal de educação do Rio deixa professores sem espaço em suas escolas de origem

Profissionais da área reclamaram do "caos" que se formou nas Coordenadorias Regionais (CREs) em meio à reorganização de horários e locais de trabalho

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Foto: Sepe

O começo do ano letivo está sendo conturbado para professores da educação municipal na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com relatos obtidos pela reportagem do DIÁRIO DO RIO, esses trabalhadores estão sendo convocados para se apresentarem nas Coordenadorias Regionais (CREs) para alocação em unidades escolares da Prefeitura. Centenas de profissionais tiveram sua carga horária em sala de aula aumentada com a aprovação do PL 186 no fim do ano passado e acabaram “sobrando” em suas escolas de origem, que ficaram sem turmas suficientes para alocá-los e não respeitaram o critério de antiguidade.

Uma professora, que teve que se apresentar na 3ª CRE no início desta semana, declarou: “Eu vi um mar de irregularidades. Escolha de escola sem um quadro de vaga para que todos pudessem ver e escolher a melhor opção, ferindo dessa forma o princípio da publicidade. Escola sendo escolhida conforme hora de chegada, não obedecendo antiguidade, um conjunto de professores que teriam de ocupar 96 tempos de uma disciplina, quando a CRE só dispunha de 4 tempos da dita disciplina para ofertar, levando a lotação dos mesmos na carga diversificada ou outras funções, com fragrante desvio de função. Professores, estagiários, contratados, todos sendo lotados no mesmo dia e até horário. Para cada um era aberto o sistema para busca de vaga, conferidas em turma por turma, de escola por escola (não havia uma planilha com o quantitativo de vagas em cada disciplina por escola), a própria direção do GRH não tinha noção do volume de professores que estavam sobrando, diretores de escolas que não apresentaram todas as vagas de suas escolas, orientação de que cada professor fosse à CRE com declaração de vaga de onde queria ficar, sem obediência a qualquer critério para a lotação dos professores. Professores de 16h sem direito a se manter em escolas de turno único, sendo lotados de qualquer maneira, em disciplinas diversificadas. Professor mais antigo que perdeu sua lotação por conta das faltas da greve. Um mar de irregularidades. O magistério sendo tratado como lixo. Em 40 anos de magistério na SME/ RJ nunca vi tanta irregularidade e desorganização. E esse depoimento foi do que vi e vivi pessoalmente nesse primeiro dia letivo”.

Para o Sindicato Estadual de Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) trata-se de mais um ataque do prefeito à educação pública municipal. Os profissionais serão obrigados a assumir mais turmas, com mais aulas para preparar e provas para corrigir e alunos para cuidar. Por seu turno, o governo mantém a política de desinvestimento na educação pública e os estudantes são os mais prejudicados com a falta de condições de trabalho nas escolas municipais do Rio. O sindicato defende e exige da prefeitura e da SME a melhoria das condições do ensino municipal, tais como a implementação de políticas públicas que: diminuam a carga horária; valorizem a categoria com reajustes salariais para cobrir as perdas provocadas pelo arrocho dos últimos anos: menos alunos por turma, com respeito à legislação em vigor; fim da aprovação automática e melhoria na infraestrutura para permitir a melhoria da qualidade de ensino”.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que “alocação de professores e a organização das unidades escolares segue o procedimento regular, o mesmo realizado há anos pela Secretaria. O objetivo é garantir o atendimento pleno aos alunos e não há histórico de problemas relatados anteriormente“.

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7 COMENTÁRIOS

  1. Duas classes trabalhadoras no serviço público são sempre as mais prejudicadas, enfermagem e magistério, a covardia dos governantes é absurda, porquê são as que tem menos poder de defesa; ninguém sacaneia os setores da fazenda, e da justiça. Não esqueça o prefeito que 2026 vem aí. E como dizia seu mentor Cesar Maia, servidor pode até não eleger mais impede que se eleja: Lamento o senhor era o meu candidato para 2026.

    • É isso que o sistema publico faz com os seus subordinados.ainda mais sí tratando da cartilha da esquerda(pt).eu nem vou entrar no mérito de fala do passado(historia) mas que esta sí repetindo esta os modos operantes é o mesmos…trazer o caos tipo Cuba,Venesuela..etc.

  2. Tinha como ser diferente? Um secretário de educação “influencer” e “criador de conteúdo “, responsável por uma rede desse tamanho. Um secretário que nunca entrou em uma sala de aula. Vamos lá: qual foi a escola que o Renan deu aula? Qual escola pública ele foi professor regente? Não sabe nada, não entende nada e o pior, acha que entende.

    A culpa também é do nervosismo, o amigo do jogo do bicho…aquele, o prefeitinho.

  3. Se fosse só no Rio aqui em São Paulo foi igualzinho ai .. nunca em 25 anos vi uma desorganização para atribuição de aulas!! Os políticos que administram a área da educação está deixando bem claro que um povo sem educação sem crítica social será a permanência deles no poder!! Alunos com toda tecnologia em mãos não conseguem ler escrever e fazer as quatro operações!! Passam sem aprender e assim se tornam péssimos profissionais e péssimos eleitores!!

  4. Esse prefeito Eduardo Paes e seu fiel escudeiro Renan Mentirinha finalmente conseguiram ferrar com a vida dos professores do Rio. Centenas de professores estão batendo cabeça sem saber pra onde vão e tendo que dar aula de matérias que não tem nada a ver com sua formação. Eduardo quer ser governador do estado para fazer o mesmo. Perdeu meu voto.???

  5. O Eduardo e Renan Mentirinha conseguiram finalmente os professores. Eles vão querer fazer a mesma coisa no Estado. Tá doidinho pra ser governador. Perdeu meu voto.

  6. A SME era um órgão organizadíssimo, onde a burocracia funcionava azeitada. Não mais. “Agradecimentos” a Eduando Paes e assessoria nota 0. Terceiro mandato não dá certo: disse isso a César Maia, e não deu outra. Arrocho maldoso indecente, desde Crivella.

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