O ator e candidato a vereador pelo PSOL, Babu Santana, participou de uma entrevista com o DIÁRIO DO RIO, onde abordou sua transição do mundo artístico para a política, seus objetivos e as razões que o motivaram a concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Babu explicou que seu interesse por política vem desde muito jovem, influenciado por sua família e envolvimento com causas sociais. “Para mim, eleição sempre foi uma espécie de carnaval, onde a gente trocava ideias e opiniões. Sempre curti isso“, afirmou. O ator ressaltou que a decisão de entrar na política partidária não é recente e que sempre esteve envolvido em militância, especialmente desde a primeira candidatura de Lula.
Ele destacou que a política esteve presente em sua vida desde o momento em que decidiu ser ator, considerando essa escolha como um ato político. “O fato de eu ser ator já era uma postura política”, disse Babu, enfatizando que sua candidatura é uma forma de oferecer uma nova opção ao eleitor e representar a classe artística e cultural, que ele acredita ter o poder de transformar e salvar vidas.
Questionado sobre suas propostas para a cultura, Babu mencionou a importância de se articular com a Comissão de Cultura e o Conselho Municipal de Cultura. Ele destacou a necessidade de implementar o Plano Municipal de Cultura, que prevê diversas ações para o setor, e de popularizar e tornar mais acessíveis os mecanismos de participação cultural na cidade.
Ele também afirmou que pretende atuar como um “tradutor” entre as políticas culturais e a população, aproximando as decisões tomadas na Câmara das pessoas afetadas por essas políticas. “Quero ser um cara presente, não quero ser um cara de gabinete ou de presença à distância“, afirmou.
Babu enfatizou que a cultura deve andar de mãos dadas com a educação e que a introdução de artes nas escolas pode ajudar a reduzir a evasão escolar. Ele acredita que a cultura pode contribuir para várias áreas, como segurança e saúde, e defende a valorização da cultura popular vinda das favelas, como o samba e o funk. “Não deixar isso marginalizado, trazer isso para dentro das escolas“, disse.
Sobre as críticas de que sua candidatura poderia ser vista como oportunismo, Babu foi enfático ao afirmar que sua vida sempre foi política e que sua decisão de concorrer é fruto de uma consciência social e amor pela cidade do Rio de Janeiro. “Eu me realizei como ser humano, me realizei financeiramente, para depois, então, me doar para a cidade, para a política e para a minha filosofia“, afirmou.
Ele também comentou sobre sua inexperiência na política partidária, mas acredita que sua personalidade e empatia podem facilitar a criação de pontes e articulações com outros vereadores. “Pretendo criar pontes. Isso também é uma coisa que eu espero muito criar”, disse.
Por fim, Babu falou sobre como pretende conciliar a carreira artística com a política. Ele planeja utilizar os recessos da Câmara Municipal para se dedicar ao teatro e ao cinema, mas garantiu que sua prioridade será o trabalho como vereador, caso seja eleito. “Teatro, para mim, cinema, é quase como uma religião, irmão. Então, a gente vai estar sempre lá, marcando o mundo“, finalizou.