O furto de cabos subterrâneos segue causando transtornos em diferentes regiões do Rio. De acordo com um levantamento divulgado pela Light na última semana, entre janeiro e abril deste ano, criminosos levaram 58 mil metros de fios apenas em áreas como Copacabana, Ipanema, Centro e Barra da Tijuca. A prática ilegal provoca interrupções no fornecimento de energia, oscilações e sobrecargas no sistema.
No total, desde o início de 2024, quase 135 quilômetros de cabos já foram furtados — distância equivalente a um trajeto entre o Rio e Volta Redonda. Na última sexta-feira, por exemplo, o edifício comercial Quartier Ipanema, um dos mais movimentados do bairro, ficou praticamente o dia inteiro sem luz após um curto provocado pelo roubo de cabos.
O DIÁRIO DO RIO vem noticiando outras ocorrências pelo Rio, como o edifício-garagem Menezes Cortes — o maior do Centro do Rio — que também vêm sofrendo com os apagões. Desde o final do ano passado e no início de 2025, o prédio já registrou interrupções no fornecimento por conta de furtos de fiação subterrânea.
Além das áreas da Zona Sul e do Centro, bairros da Zona Oeste e da Zona Norte concentram altos índices de furto de cabos de energia pública. Segundo a RioLuz, Campo Grande, Pavuna, Realengo, Bangu e Barra da Tijuca lideram o número de ocorrências. Madureira, Irajá, Santa Cruz e Guaratiba também aparecem entre as regiões mais afetadas. A CET-Rio tem mapeado os pontos mais críticos da cidade.
O sistema ferroviário não escapa do problema. A SuperVia informou que, embora o furto de cabos continue afetando a operação dos trens na Região Metropolitana, houve uma redução nos números este ano. Entre janeiro e março de 2025, foram furtados 1.414 metros de cabos, contra mais de 3 mil metros no mesmo período de 2024.
Desde 2021, operações da RioLuz resultaram na apreensão de 138 toneladas de fios e cobre e na interdição de 155 estabelecimentos irregulares. As ações também desmantelaram mais de 100 ligações clandestinas e apreenderam 777 armas brancas.