Biólogo encontra embalagem de 1994 às margens da Lagoa do Camorim: “Se isso não impressiona…”

Descoberta feita por Mario Moscatelli evidencia abandono e resistência do lixo urbano em área de preservação ambiental na Zona Oeste do Rio

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Durante um sobrevoo de rotina pela Lagoa do Camorim, em Jacarepaguá, nesta sexta-feira (09/05), o biólogo e ambientalista Mario Moscatelli fez uma descoberta que chamou a atenção até mesmo de quem há décadas denuncia o descaso com os ecossistemas do Rio de Janeiro. Às margens da lagoa, Moscatelli encontrou uma embalagem de salgadinho datada de 1994 — após mais de 30 anos descartada no meio ambiente.

“Se isso não impressiona, não sei mais o que pode ser feito”, desabafou o biólogo em suas redes sociais, onde compartilhou a imagem do achado. O episódio reforça um problema antigo: a persistência de resíduos sólidos em áreas naturais e a dificuldade de recuperação de ecossistemas degradados pela ação humana.

A Lagoa do Camorim é parte do sistema lagunar de Jacarepaguá e está inserida em uma Área de Proteção Ambiental (APA), com vegetação nativa de Mata Atlântica. A região abriga uma rica biodiversidade de aves, peixes e espécies vegetais, além de exercer papel fundamental no equilíbrio hídrico da Zona Oeste. Mesmo com sua relevância ecológica, sofre constantemente com o despejo de esgoto in natura, o avanço urbano desordenado e o acúmulo de lixo.

Moscatelli, conhecido pelo trabalho de monitoramento aéreo dos sistemas lagunares cariocas, utiliza suas redes como uma forma de chamar a atenção da população e do poder público para a urgência de medidas concretas de preservação. A embalagem de 1994 se tornou símbolo não só da negligência, mas também da durabilidade dos resíduos plásticos no ambiente natural.

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19 COMENTÁRIOS

  1. Considero o biólogo e ambientalista Mario Moscatelli um dos últimos dos Moicanos. Às pessoas nem imaginam a sua perseverança, a resiliência e o respeito ao meio ambiente urbano. Graças a ele que temos áreas como a Lagoa Rodrigues de Freitas como um lugar ambientalmente saudável como um espaço de lazer e esportivo. Só que muitas vezes se torna um trabalho inglório e sem o seu devido reconhecimento até da própria comunidade, dos interesses comerciais e as idas e vindas aos órgãos competentes que não fazem vistoria ou fiscalização para multar os predadores ambientais. Enfim…

  2. Uma tristeza. As pessoas que ficam duvidando nunca andaram por essas áreas. A gente sempre vê lixo nos cantos, jogados ou trazidos pelas águas. Plástico dura muito para se decompor. Parece que temos leitores ignorantes que nunca leram sobre isso. Pior, nunca presenciaram. Vamos abrir os olhos para essa questão antiga e sempre urgente.

  3. Provavelmente esse lixo estava perdido em casa atrás de algum móvel e alguém finalmente encontrou e jogou na lagoa dias antes de ser encontrado.

  4. Acredito que o grande erro está na chamada reciclagem.Pois todo produto que é reciclado volta novamente para o meio ambiente em outros formados..e muitos nem retornam para uma nova reciclagem..acabam no fundo de uma Lagoa..no mar..ou nos esgotos das grandes cidades contribuindo para alagamentos nas grandes chuvas.Deveria ter um grande investimento para nossos grandes pesquisadores para desenvolver plásticos que se dissolvem sem agredir ao meio ambiente.Mas infelizmente a um grande jogo financeiro por detrás disto tudo, pois as grandes empresas que se dizem ecologicamente corretas lucram e muito com estes plásticos destruidores da natureza.

    • Verdade. Mesmo os defensores da reciclagem sabem que é o recurso mais básico, sendo o terceiro e menos importante dos “três R”: o mais importante é reduzir a produção de materiais não biodegradáveis, depois é importante reutilizar e, por último, fazer a reciclagem. Mas tudo é movido por interesses econômicos, então a coisa não evolui.

  5. Caso seja verdade, só comprova que as coisas antigamente tinham muito mais qualidade. Hoje em dia, as coisas só duram o suficiente para passar do prazo de validade.

  6. Deve ter caravela no fundo da baia de Guanabara, cinza de fogueira dos índios na pedra da Gávea, sementes de café na floresta da Tijuca , porque não haveris lixo em vários lugares no Rio, ainda preservados?

  7. Tá com cara de ser falso. Esses números na marcação não condiz com as marcações da época, até porque isso não é impresso no plástico também, é como um carimbo, e não duraria tantos anos assim, os que vemos nos mercados hoje em dia, facilmente são retirados, imagina os que eram feitos nos anos 90.

    • Nem sempre a validade é um “carimbo”. Plástico dura muito. Você nunca leu nada a respeito? Perfeitamente possível, ainda mais se não ficou exposto ao sol.

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