O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve se filiar ao PL, mesmo partido do governador do Rio de Janeiro Claudio Castro. Pelo menos é nisso que apostam os analistas políticos e é melhor já irmos nos acostumando, já que Bolsonaro disse à CNN: “Está 99% fechado. A chance de dar errado é quase zero. Está tudo certo”. Ainda segundo o presidente, a decisão final deve ser em 10/11.
A notícia pode ser uma faca de dois gumes para o governador, que está pensando em sua reeleição em 2022. Se por um lado o apoio do presidente trará, sem dúvida, os votos bolsonaristas, do outro pode vir a subtrair-lhe os votos dos totalmente anti-bolsonarismo. E em uma eleição de um estado como o Rio de Janeiro, não dá para recusar voto: pode não ser tão interessante assim impossibilitar o voto casado entre Castro e (qualquer) outro presidenciável. Às vezes a indefinição de certos apoios pode ser lucrativa. Castro vem fortalecendo a imagem de administrador, sem se vincular muito a nenhuma corrente política.
Caso continue no PL, Castro poderia ter de dar adeus ao Podemos (que tem Moro como pré-candidato a presidente), ao PSDB (Eduardo Leite ou Dória) e ao Avante, que além de um possível candidato a presidente (Andre Janones) tem o seu presidente estadual, Vinicius Cordeiro, como um forte antibolsonarista. Ainda assim, o governador indica que deve apoiar Jair Bolsonaro em 2022, a não ser que algum rompante (aqueles “nem tão raros”) aconteça e o próprio Bolsonaro ponha a perder esta aliança.
Inclusive, pessoas ligadas a Claudio Castro, mesmo dentro do PL, tem o aconselhado a se distanciar do bolsonarismo, pero no mucho. Uma fatia importante do eleitorado fluminense segue Bolsonaro aonde for, e o objetivo do presidente é também eleger senador e deputados federais. Se é certo que as pesquisas têm falhado em contabilizar o voto extremamente conservador, também o é que Bolsonaro já é o presidente e deixou de ser pedra para ser vidraça.
Castro tem se mostrado flexível, amigável e um político extremamente não-ideológico. Hábil e bom de alianças, talvez sua associação ao Presidente – que é mais ou menos o oposto disso – possa ter o efeito de neutralizar todo o belo trabalho de aproximação – de todas as forças – que vem fazendo. Ele vem convencendo que seu partido é o Rio, que seu plano de governo é o sucesso do Estado, e que prefere passar por cima de pequenas rusgas. Até sua primeira-dama vem desempenhando um papel bastante elogiado nos últimos meses. Será que ele se fortalece caso se distancie desta imagem, assumindo uma postura ideológica e “escolhendo um lado”?
O que se diz também é que o governador pode ir para o novo “super-partido”, o União Brasil. Ele esteve, na noite desta segunda (08), com vários dos principais caciques da sigla. Com tempo de TV de sobra, fundo partidário gordo e sem uma identidade política clara, é daqueles partidos que convidam a uma nababesca festa de alianças, incluindo do próprio PL, podendo oferecer a vaga de Senador para Romário.
A força do União foi mostrada hoje, onde o governador esteve cercado por várias forças políticas do Rio de Janeiro:
- Juninho do Pneu
- Pedro Brazão
- Danielle Cunha
- Antônio Rueda
- Marcio Canella
- Waguinho
- Claudio Chumbinho
- Pedro Ricardo
- Ricardo Abraão
- Pedro Augusto
- Marcos Soares
E, de fora do União, na foto estão, do PL:
- Altineu Côrtes
- Alexandre Santos
- Douglas Ruas
Chiquinho Brazão, hoje no Avante, ia para o PL. Só que com Bolsonaro no partido o jogo muda, e ele pode ir para o União Brasil também.