Breve História da Escolas de Samba por Cesar Maia

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp

Cesar Maia Em sua coluna Folha de São Paulo o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM) dá um tempo na política e conta um pouco da história das Escolas de Samba.

 

Vale a leitura, não importando suas cores políticas. Outro texto que está excelente é o de Ruy Castro sobre o Leblon que se antes não tinha nenhum bloco já tem hoje vários.

Advertisement
CESAR MAIA: ESCOLAS DE SAMBA!

 

  AS RODAS DE SAMBA do Rio, no início dos anos 30, eram discriminadas como caso de polícia, por estarem dentro de favelas e pela proximidade com o jogo do bicho. O plano Agache (arquiteto francês que cunhou "urbanismo") para o Rio (1928-32) considerava as favelas provisórias.

 

      Pedro Ernesto (1931-36) foi o primeiro prefeito a subir uma favela. E institucionalizou as rodas de samba. A legislação não permitia subsidiá-las. Pedro Ernesto pediu que todas elas mudassem o nome para uma nomenclatura comum: Grêmio Recreativo Escola de Samba…. A adoção do termo "escola" permitiu a Pedro Ernesto subsidiá-las, e elas passaram a contar com recursos públicos para o seu desenvolvimento. O primeiro desfile oficial, com julgamento, foi em 1935.

 

      Vencido pela Portela, teve como porta-bandeira uma menina prodígio: Dodô. Dodô, com seus 90 anos, está viva, ativa e lúcida e mora no morro da Providência.

 

      Os desfiles nos carnavais eram basicamente uma apresentação da classe média, com os corsos, os ranchos e as alegorias. O Carnaval incluía enorme diversidade de expressões, como o frevo, o maracatu, as pessoas fantasiadas nas ruas, os blocos de sujos, o concurso de fantasias, os bailes nos clubes e nos teatros…

      No início dos anos 60, com a entrada da equipe de Fernando Pamplona no Salgueiro, iniciou-se um processo de radical transformação dos desfiles. O samba enredo era sincopado, os passistas desfilavam soltos, sem alas agrupadas, não havia carros alegóricos, os destaques desfilavam no chão…

 

      A partir daí, as demais expressões do Carnaval começaram a ser incorporadas às escolas de samba e foram desaparecendo. Assim foi com os superblocos (Bafo da Onça, Cacique de Ramos), que rivalizavam com as "escolas". Corsos, ranchos, fantasias de luxo e alegorias passaram a integrar os grandes carros alegóricos. Os enredos históricos foram abertos.

 

      As "escolas" passaram a desfilar como ópera popular (alas e seus carros como atos, coro dos que desfilam, os atos móveis, apresentados na frente da plateia num auditório latitudinal).

 

      Com a ascensão de Joãozinho Trinta (da equipe de Pamplona, depois na Beija Flor), as "escolas" ganham a característica que têm hoje. As alas desfilam agrupadas como blocos. O samba-enredo passa a ser samba-marcha. E se invertem os papéis. Antes, os corsos, onde o povo olhava a classe média desfilar. Agora desfila o povo, e a classe média assiste.

 

      A venda de ingressos, nos dois dias de desfile e das campeãs, equivale a três anos de venda de ingressos no estádio de futebol brasileiro que mais fatura.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Breve História da Escolas de Samba por Cesar Maia
Advertisement

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui